joaoguilhermegurgel 04/10/2021
Ok, um dos melhores livros que já li.
Todos nós já ouvimos falar do clássico de Miguel de Cervantes, mas sinto que ele é pouco comentado a fundo, tal qual pouquíssimo discutido.
Hoje ha grandes discussões no mundo literário: Em after, Hardin é tóxico ou é simplesmente uma vítima do social?
Em Dom Casmurro, Capitu traiu ou não seu parceiro, bentinho, com o melhor amigo dele?
Mas, esse livro do qual resenho, apresenta uma tese tal qual interessante: Quixote, de La Mancha, era louco?
Deixa eu explicar: Dom Quixote era um homem, que mesmo tendo um certo dinheiro guardado, tinha uma vida pacata e tediosa, pois além de seus velhos livros, não tinha nada a que se aventurar. Até que um dia ele coloca um ponto final nessa história: pegou sua espada, seu cavalo, sua armadura e junto com seu fiel escudeiro Sancho Pansa, partem a uma aventura perante o desconhecido, enfrentando grandes perigos.
É de se impressionar, aliás, não só impressionar, mas se embasbacar com a escrita de Miguel de Cervantes. Admito que é inacreditável que tal história esteja habitando entre nós a mais de 400 anos. Miguel consegue não só nos deixarmos presos na história, mas viajarmos no interior da Espanha com o protagonista. Que escrita animal.
E nessa escrita, que mesmo tendo uma narrativa que muitos erroneamente chamam de datada (eu simplesmente ODEIO o termo datado, se quiserem saber mais sobre, abram nas áreas de resenhas aqui do meu perfil e vão até a resenha de Sky Masters: Da força espacial, pois lá deixo explícito a minha repugnância por essa palavra), consegue nos cativar nunca, uma coisa é deixada explícita para nós: as pessoas acham Quixote um louco!
Quem, quem em sã consciência, deixaria as suas terras para uma viagem, como nós livros de fantasia?
Essa discussão perdura por todo o livro, e o terminamos sem conclusão concreta, pelo menos nenhuma apresentada pelo próprio livro?. O que da a brexa para decidirmos.
Ao meu ver, discordo da tese que o livro tanto aborda. Veja bem: Dom Quixote não era louco. Não era mesmo. Dom Quixote só fez algo que pouquíssimos tiveram a energia e coragem de fazer: pegou o seu sonho, de se aventurar como em seus livros favoritos, e simplesmente fez ele. Teve a destreza, a coragem.
Se sonhar é ser louco, então eu também sou louco.
Dom Quixote é sem dúvida alguma um dos meus livros favoritos. A sua combinação de escrita extremamente avançada somada a uma habilidade narrativa impar, torna este tão amado por mim.
Recomendo, independente da sua idade ou bagagem literária, pois é uma perfeição literária.