Queria Estar Lendo 18/05/2013
Só mais um - A Viajante do Tempo
Resenha: Outlander, vol. 1: A Viajante do Tempo
Link oficial da resenha: http://migre.me/eBZ5T
Para começar, mais um livro que eu jurava que ia odiar e que a Eduarda insistia para eu ler. Gente, eu preciso parar de duvidar dessa menina, porque ela sempre acerta os livros que eu vou amar loucamente!
A Viajante do Tempo é um livro histórico, o que só faz de tudo muito mais mágico ainda (explico lá em baixo). É o primeiro volume da série Outlander (algo como Estrangeiro, em tradução livre) da autora Diana Gabaldon.
No primeiro livro da saga, conhecemos Claire, uma inglesa de 27 anos que serviu durante oito anos como enfermeira em bases militares durante a segunda guerra mundial. Quando a guerra acaba, ela e o marido, o professor universitário Frank Randall, decidem fazer uma viagem para a Escócia, o mesmo lugar onde passaram sua lua de mel, para que pudessem se "reconectar" já que estiveram longos anos separados durante a guerra.
Claire é uma mulher forte e decidida, que corre atrás do que quer e ama muito o marido. Ela tem uma personalidade muito forte, mesmo, o que não era muito bem visto em 1945, mas quem se importa? A Claire que não! Já seu marido, Frank, é um historiador nato e passa a maior parte do tempo com o reverendo local, desenterrando alguns documentos sobre seus antepassados que viveram na região.
Claire não é o tipo de pessoa que possui hobbies e facilmente se entedia com o de Frank, por isso ela parte em algumas jornadas para explorar a cidadezinha e até mesmo para recolher algumas amostras de plantas locais, já que está tentando começar um hobbie ao colecionar ervas e seu conhecimento sobre elas ela não está lidando muito bem com o retorno para casa, acostumada demais com a rotina frenética dos hospitais de campanha.
E é em uma dessas viagens a procura de plantas que o impossível acontece e a nossa história se inicia de verdade: Claire atravessa um circulo de pedras megalíticas na colina de Craigh na Dun e acaba... Na Escócia. Pré-revolução jacobita. E isso quer dizer, para os poucos entendidos de história mundial como eu, 1743!
Dai pra frente a história se torna uma leitura frenética. Confesso que eu tenho a tendência de me cansar com livros longos e A Viajante do Tempo tem quase 800 páginas mas com esse foi diferente. Era como ler um livro atrás do outro, uma vez que Claire vive muita coisa em tão pouco tempo.
Como eu disse lá no começo, o livro fica mais mágico ainda porque a autora conseguiu entremear fatos reais com fictícios tão bem o que fica mais claro ainda no segundo volume da serie, mas não vamos falar dele agora. Os costumes, a cultura e as pessoas são tão bem descritas que eu fiquei boquiaberta com a capacidade da Diana ainda mais por ser seu livro de estréia. Você sente o verdadeiro choque de culturas, já que é exatamente isso que Claire está vivendo e que a autora passa pra gente. Em certos momentos do livro eu me peguei desejando um banho e água quente imediatamente!
A saga que Claire vive é intensa e diferente, e ela domina tudo com o melhor do seu ser, aplicando as mesmas regras para sobrevivência que aplicou quando estava nos hospitais de campanha e sem nunca desistir de voltar para casa. Mas o fato é que, no meio de tudo isso, existem escoceses, ruivos, gigantes, de kilt e completamente amáveis. Um escocês em particular vai tornar as escolhas da Claire muito mais difíceis e deixar não só a personagem, mas os leitores se perguntando: e agora?
Eu não consigo nem começar a descrever como a Diana é brilhante, deixando pistas para desvendar os mistérios e desenrolar a história ao longo de sua narrativa, com pontos que você achou tão insignificante que nem notou. Além de Claire, a gente ainda conhece muitos personagens incríveis alguns super inteligentes como Collum e Geilie; outros turrões, mas amáveis como Murtagh e Dougal; e uns poucos e raros adoráveis, fortes e incríveis, como Jenny, Ian e Jamie.
Foi meio impossível não me pegar sorrindo durante a leitura, ou odiando alguns personagens pra em seguida amar eles. Fiz promessa de jamais perdoar alguns atos de personagens que eu amo muito, aprendi a amar alguns dos quais eu desconfiava, vi beleza em personagens pequenos, porém sinceros; mas também vi a maldade de personagens que tinham tudo para serem bons.
Aqui a autora faz uma das coisas que eu mais amo: ela dá humanidade aos personagens. Ela não nos aponta um mocinho e um vilão, não nos dá alguém cujos atos de maldade podem ser justificáveis por sua história e coisas que geralmente vemos por ai (e confesso que a maioria em livros YA). Aqui ela nos dá personagens crus, eles fazem coisas erradas, fazem coisas boas, se arrependem, brigam, tem pontos justificáveis pelo passado e outros que não tem qualquer justificativa. Você se identifica e sente compaixão mesmo pelos personagens que, obviamente, deveria odiar.
Para mim, esse é um dos pontos altos da história, além, é claro, do meu escocês ruivo, sexy e de kilt!
A Viajante do Tempo me fez, mais do que nunca, desejar ir para a Escócia, subir Craigh na Dun e atravessar esse circulo megalítico milhares de vezes até cair nos braços do meu Fraser!
Impossível avaliar as aventuras, amores e desamores de Claire, com menos do que cinco estrelas, e mais impossível ainda é não dar um estrela bônus pra ela!
Em fim, me despeço com alguns quotes que me fizeram sorrir.
"Sassenach."
Leia e compreenda, porque essa palavra nunca mais será a mesma.
"Eu posso suportar a dor. Mas não poderia suportar você com dor. Isso exigiria mais força do que eu tenho."
Vamos parar apenas para que eu possa dizer: ESSE LIVRO É UM QUOTE MAGNÍFICO ATRÁS DO OUTRO, e quem não amar esse escocês pelas coisas lindas que ele fala e por tudo que ele sente, deve ser proibida de abri-lo!
"Você é sangue do meu sangue, e carne da minha carne. Eu lhe dou o meu corpo e nós dois deveremos ser um. Eu lhe dou o meu espírito, até que a nossa vida acabe."
Nunca eu quis tanto ter um juramento de sangue no meu casamento como eu quis ao ler isso. E eu não tenho tolerância alguma ao ver sangue. Lembrando que, fora do contexto pode não surtir o mesmo efeito, mas você saberá quando chegar lá.
"Um ouriço? E como ouriços fazem amor?" ele exigiu.
Não, eu pensei. Eu não posso. Eu não vou. Mas eu fiz. "Com muito cuidado," respondi sem conter o riso. Então, agora sabemos o quão velha essa é, pensei.
Porque as partes mais engraças estão sempre onde a Claire faz piadinha e referencias futurísticas e ninguém entende!
"Se a sua vida é uma troca justa pela minha honra, por que minha honra não é uma troca justa pela sua vida?"
Jamais discuta com um Fraser. Ou você vai perder horas fazendo isso e estar errado no fim, ou você estará errado desde o começo.
"Eu lhe dei justiça, como eu aprendi. E eu lhe dei misericórdia até onde pude. Como não posso lhe poupar da dor e da humilhação, eu lhe dou minha própria dor e humilhação como um presente, para que a sua seja mais fácil de suportar."
Não, você jamais o perdoará por isso, mas vai amá-lo de qualquer jeito. No fundo você sabe que foram motivos nobres, mas não perdoará porque você é orgulhosa. E porque poderia ter acontecido de outra forma.
"Nós não temos nada entre nós além de, talvez, respeito. E eu acho que respeito tem espaço para segredos. Mas não para mentiras."
E assim, senhoras e senhores, é como você se apaixona por ele. Entrega sua alma sem nem piscar. Porque ele lhe protegerá com tudo que ele tem, se em troca você prometer honestidade. ASDFGHJKLÇASDFGHJKLÇ
E agora eu os deixo com um dos quotes mais engraçados e intrigantes, na minha opinião (intrigante porque você vai passar páginas querendo saber o motivo).
"Não incomoda você que eu não seja mais virgem?" ele hesitou por um momento antes de responder.
"Bem, não." ele falou devagar. "Desde que não importe que eu seja." ele sorriu a minha expressão de queixo caído e voltou para a porta. "Acredito que pelo menos um de nós deveria saber o que está fazendo."
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Esta resenha foi feita por Bianca da Silva, membro do blog 'Só mais um', e a reprodução integral ou parcial da mesma é proibida. Plágio é crime.
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