Resenhas - Madame Bovary

Rafaela 20/10/2022

escândalo
preciso confessar q as primeiras 200 páginas foram sofridas, achei mto detalhista e parado. mas depois foi ficando cada vez melhor e se tornou esplêndido.

o desespero da Emma é palpável. dá para sentir o quão sonhadora ela é e o quanto ela se apega aos romances com homens que não correspondem. enquanto isso, ela ignora Charles, que parecia ser a grande chance do romance intenso que ela sonha.

tem um tom de humor e ironia que conversa perfeitamente com o dom de melancolia e drama.

a escrita tem uma delicadeza, uma sutileza, que traz um toque sensual pras coisas mais cotidianas visto sob a ótica de uma mulher que sonha com seu felizes para sempre.

dá para entender como foi um escândalo para a época e tem um realismo revolucionário.

é realista e cru.

Erica.Barone 19/10/2022

Com uma escrita fluída, sem excesso ou escassez de palavras, Gustave Flaubert, construiu personagens que podem ser identificados entre nossos amigos, parentes, conhecidos. Personalidades atemporais, como Emma, a mulher eternamente insatisfeita; Charles, o marido apático e conformado; Rodolphe o conquistador sem escrúpulo; Léon o jovem tímido apaixonado. Segundo Otto Maria Carpeaux, que assina o prefácio da Ed. da Nova Fronteira, o verdadeiro personagem do romance é a estupidez humana, constatação que concordo plenamente. Em relação ao adultério, tema subversivo à época, nem Emma, nem Anna Kerenina (personagem adultera do romance de Liev Tóstoi) mereciam o final que tiveram.

Mary 08/10/2022

Perfeito
Que livro maravilhoso, a leitura fluiu rapidamente, assim como meu ódio e ranço por Emma, que mulher egoísta e sem noção. O Charles senti somente pena, coitado.Ja a pequena Berthe, tadinha, não sei se estava melhor ou pior sem os pais.

Vanessa2056 07/10/2022

Terá sido uma inspiração no processo de escrita do Anna K.?
Um clássico francês, pioneiro dos romances realistas lançado em 1856.
Flaubert o escreveu como uma crítica aos costumes dos burgueses da época, à sociedade consumista que crescia pós Revolução Industrial e ao casamento.

Emma é uma mulher romântica que idealiza o casamento se baseando em seus livros de romance.
Quando se torna Emma Bovary tudo se transforma. A vida se torna tediosa, melancólica e com uma intensa necessidade por obedecer e seguir a opinião da sociedade. Buscando a aventura dos livros de romance, ela encontra amantes. E na busca por ser aceita na sociedade, ela leva sua família ao infortúnio da pobreza.

A obra só ganhou notoriedade pois foi censurada e o autor foi levado a julgamento por escrever algo que feria a "moral" da época. Em pouco tempo foi absolvido e após isso Madame Bovary se tornou a obra de maior sucesso do autor.
Busquei várias edições traduzidas e até a mais "modificada" tem uma leitura um pouco cansativa, pela linguagem, pelo excesso de descrições e pela ausência de algum clímax durante a maior parte da história.

P.S.: em alguns pontos possui semelhanças com a história de Anna Karienina (1878).

Rayssa 01/10/2022

Madame entediada
Ai, Emma, não tem como eu te defender. Entendo o ponto das expectativas sobre o amor comparado a literatura que ela tinha, a questão do divórcio na época, a questão da ambição dela e do não contentamento em ser uma dona de casa que ainda por cima não é feliz em seu casamento, mas pra mim não justifica deslealdade, crueldade, frieza que ela tinha na maior parte do livro. Pobre Berthe. Pobre Charles (que não vi motivos pra ser considerado um marido ruim). Pobre Emma. Enfim, a experiência de ler o livro foi muito boa.

Nessa 29/09/2022

Vale muito a leitura
O início do livro foi difícil pra mim, quase desisti dele porque não consegui me conectar com nenhum personagem, embora até o final eu não me conectei, porém depois que atravessei a duras penas a parte mais descritiva do livro ele foi me envolvendo, e os capítulos mais próximos ao fim do livro me mantiveram muito na história. Enfim, uma caminhada que vale muito a pena ser feita, gostei muito da coragem de Flaubert em tratar do tema que tratou da forma que fez considerando a época em que foi escrito. Sensacional

Karina 28/09/2022

as naturezas idealistas do amor segundo as teorias
Emma Bovary é uma protagonista ímpar. Sonhadora, idealizou o casamento como o suprassumo do amor que encontrava nos livros. A realidade, porém, não foi generosa com nossa pobre protagonista. Charles, seu marido, um médico medíocre e sem ambições, aspirava nela somente desgosto.

"a mediocridade doméstica levava-a a fantasias luxuosas"

Emma se frustrou rapidamente com a vida matrimonial, a rotina, as condições financeiras e sociais. Ela queria mais do mundo, queria experimentar e viver livremente todos os prazeres que a vida poderia lhe oferecer. Mesmo sem perceber, acredito que Emma não queria somente ser amada (porque fica bem claro, em vários momentos do livro, que Charles a ama e se rende a todos os seus caprichos), ela queria emoção, liberdade e os prazeres da paixão; queria o que seria a antítese da vida de uma mulher no século XIX.

"uma mulher está sempre presa (...) tem contra si as fraquezas da carne e as imposições da lei"

Emma, em mais de um momento, lamenta suas condições como mulher, suas opções extremamente limitadas, apontando o quanto a vida de um homem é mais emocionante, sem restrições. Mesmo com a paixão incendiária que seus casos provocavam nela, logo que aquele fogo apagava, ela voltava a se sentir vazia, sozinha, desamparada e sem opções, além de ser consumida pela culpa advinda do adultério.

"um homem, pelo menos, é livre; pode percorrer as paixões e os países, atravessar os obstáculos, buscar os prazeres mais distantes"

Poucas vezes vi um autor, principalmente num clássico, conseguir exprimir a angústia do que é ser mulher; é inédito um homem dar voz à realidade feminina, dar luz às suas limitações. Flaubert foi majestoso aqui, realmente pioneiro no que se propõe. Com uma narrativa crua, realista, primorosa e poética, Flaubert faz de seu livro uma obra-prima indispensável e atemporal.

Emma é uma personagem forte, depressiva, obstinada e insatisfeita. Ela foi a personagem que não deveria ter nascido no século em que nasceu. Ela merecia poder ver o mundo, conhecer as artes, se aprofundar em suas paixões e se esbaldar em seus prazeres; infelizmente, as imposições morais da época não permitiram à Emma desfrutar da vida que merecia.

Nelson 27/09/2022

Resenha
Um livro clássico, eu não consegui me apegar a nenhum personagem, entendendo que o livro é sobre a madame, mas poderia ter aprofundado um pouco mais em outros personagens.

Goreti4 27/09/2022

Clássico!
Leia e descubra o motivo desse livro ser um clássico.
Flaubert tem uma escrita incrível, tão detalhista e minuciosa.
A estória nos traz a vida da sonhadora Emma, leitora fervorosa de romances, que sonha em casar com um de seus personagens favoritos, homem romântico, admirador das artes e tantas outras características.
Mas a realidade da vida e bem diferente.
Casa se com um homem apaixonado por ela, mas apático e sem ambições.
Apartir daí, Emma faz escolhas, buscando renovar a alegria que sentia, pois com a rotina, se vê presa a uma vida que que a deixa infeliz.
Eu, particularmente, achei a leitura fácil e a tradução boa.
As notas de rodapé são muito interessantes e complementam a leitura.
Os personagens são bem escritos e descritos.
Emma, em sua montanha russa de sentimentos, nos faz pensar em pessoas que vivem o que ela viveu.
A alegria e o entusiasmo pela vida, dando lugar aos poucos a tristeza, desilusão. Quantas pessoas conhecemos hoje, e vivem o que ela viveu na estória, em meados do século XVIII?
Resumindo em duas palavras: triste e reflexivo.
Mais um que vai para um lugar querido do coração.

Biblioteca da Pry 24/09/2022

O que se esperar de um clássico?

O livro, inicialmente, começa instiando nossa curiosidade e com sua escrita bela, Flaubert consegue prender nossa atenção.
Com o passar dos capítulos, os personagens vão ganhando um ar melancólico - ou talvez seja a visão do narrador, e a história fica um pouco amarrada.
Emma, uma mulher sonhadora e presa em uma realidade das suas leituras, idealiza uma vida nada real e se torna uma personagem conturbada e muitas vezes irritante - mas quem nunca sonhou em viver como em um belo romance?
O livro, de forma extraordinária, apresenta uma sociedade cheia de convenções sociais falsas e polêmicas que levaram problemas ao autor na época de seu lançamento, mas que nos cativa pela forma direta e conturbada dos acontecimentos, tendo como principal aspecto uma mulher dona de um ideal e de uma força que vai se exaurindo a cada desilusão.

Para entender porque um livro e considerado um clássico, apenas o lendo.

Caroline 21/09/2022

Muito triste e revoltante
Nada me preparou para um leitura tão revoltante e triste, passei todas as páginas pensando no preocupada com o futuro de Emma eu estava e em como ela precisava de um suporte emocional, o final foi totalmente o que não desejava mas esperava, amei a escrita do Gustave e da história.

Kecya 18/09/2022

Madame Bovary
Assim como o livro a experiência de leitura é divida em três momento. Começa muito bom, sua segunda parte é arrastada e cansativa, a ultima parte acontece de tudo e possui um grande final. Um final impactante, triste e belo ao mesmo tempo.

Terminando essa leitura me fez pensar em mais uma mulher na leitura que por ter cometido seus pecados não teve um final feliz.

Emma é uma personagem muito bem construida, seus dilemas e conflitos são muitos atuais até hoje.

No geral recomendaria a leitura ?

Pheriannath 16/09/2022

Uma mulher vazia.
Esse livro ele me proporcionou alguns insiths muito bons. Principalmente porque foi escrito em 1857, mas eu consigo visualizar minhas amigas atualmente sofrendo as mesmas coisas. Estando casadas com homens mornos , odiando isso por dentro, desejando outros corpos, traindo, se arrependendo em um lapso, e minutos depois não se importando de novo. Na minha visão Emma era bipolar, em todos os altos e baixos da bipolaridade, uma pessoa infeliz por dentro do início ao fim. Completamente vazia, e aquela liquidez de amor de Baumann.

Franciely Soares 03/09/2022

Emma, Emma? ao término dessa leitura eu critiquei tanto essa mulher, logo depois, pensei e refleti. E posso ter a mínima noção da frustração da personagem numa vida medíocre daquelas.
Medíocre porque o marido era um bobalhão, preguiçoso e sem ambição profissional.
Mas não passo o pano pra ela totalmente, foi muito inconsequente diversas vezes, não pensou na filha -a que mais pagou por tudo no final das contas- é difícil explicar, mas é um livro sensacional.

Carol 31/08/2022

Obra de Gustave Flaubert de 1856
Já faz um tempo que esse livro me acompanha. Acho que a leitura, para mim, inicialmente se deu de forma muito prazerosa, porém, logo se arrastou no ritmo do tédio profundo da protagonista. Saber que o livro havia sido processado ao ser publicado por atingir a moral e os bons costumes da época aguçou minha curiosidade de conhecer a história da Madame Bovary.


No início da história alguns fatores me marcaram e me empolgaram na leitura: A escrita realista, a narrativa é suave, rica em detalhes mas possui objetividade. Além disso, tem algo que particularmente adoro: o narrador possibilita acessar as impressões e sentimentos de todos personagens envolvidos nas cenas.

Agora, falar da protagonista Emma, é difícil. E acho que a genialidade começa justamente em retratar uma personagem feminia que foge dos padrões de interpretação sobre o que é ser mulher na época(ou não). Houve pra mim, um misto de sentimentos ao longo da narrativa, às vezes eu compreendia Emma, e entendia que sua angústia é por não se encaixar em uma sociedade que induzia uma garota tão nova ao casamento, e não a permitia que pudesse ter desejos, sonhos, aspirações, e sobretudo, ir atrás da satisfação dos mesmos.

Emma queria viajar, amar, estudar, ser livre para viver a vida que via nos livros. Que por sinal, alimentavam nela uma expectativa do que é amar, e ela vivia com o desejo reprimido de ir em busca dos sentimentos as quais eram descritos nos romances que lia. Invejava a vida dos homens, a liberdade deles de tal maneira que sua gravidez foi sua última esperança de ter uma grande realização: um filho homem que pudesse viver exatamente como desejasse.

É interessante perceber que a grande polêmica que envolve a história da madame Bovary é justamente ser uma mulher. Uma mulher que desejava e agia exatamente como os homens sempre fizeram, sem serem alvos de nenhuma crítica.

Emma queria mais, era fiel somente a si mesma. Porém, aquela que olha apenas pros seus desejos pode se tornar uma egoísta, e muitas vezes, isso me causou uma certa aversão. Emma estava insatisfeita com um marido, com a filha, com a sogra. Mas de certa forma, ela não percebia que o problema não estava neles. Charles não me soava tedioso como ela queria passar, o tédio era dela, que queria viver sob a inquietude da paixão.

Arrisco dizer que jamais soube o que era amar, porque o que ela buscava era sempre a intensidade momentânea, Emma nunca iria se habituar a rotina do amar.
Por fim, retomo que o fim do livro, se tornou pra mim a concretude do tédio de Emma, já estava cansada das queixas dela e arrastei a leitura até finalmente terminar. Acho que até a metade do livro, acontece tudo que tinha que acontecer, depois se torna mais do mesmo, justamente como a vida de Emma, então quem sou eu pra criticar a madame Bovary, também fiquei entendiada kkkkk.