Madame Bovary

Madame Bovary Gustave Flaubert




Resenhas - Madame Bovary


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Day 17/12/2021

Das minhas leituras mais difíceis, o que mais valeu a pena
A minha experiência de leitura com Madame Bovary foi algo bem parecido com o que aconteceu com Duna: difícil e demorada, só me conquistou depois que eu terminei. Depois que dei alguns bons passos pra trás e olhei a história de longe.

E talvez sejam muitas vezes assim a sensação de se ler livros grandiosos.

Olhando agora, embora enquanto lia eu já tenha achado alguns trechos geniais, penso que o livro como um todo é mais brilhante do que eu possa tentar explicar (e é por isso que, no momento em que escrevo essa resenha, estou postergando uma análise de cinco páginas sobre Madame Bovary pra faculdade).

Acontece que Flaubert colocou no mundo um exemplo de trabalho e dedicação à escrita que é incansável pra muitos; um exemplo de personagem tão profunda que, apesar de todos as características e atitudes por vezes questionáveis, é impossível odiar. E ainda fez com que sua obra fosse inspiração pra muitos outros escritores famosos e reverberasse até os dias atuais. Em cada pessoa que a lê e ainda se identifica com Emma Bovary de alguma forma.

Eu me identifiquei (não com todas as partes - ainda bem-, mas que ela tenha tantas camadas só faz com que o livro seja ainda ainda mais incrível). Madame Bovary, afinal, não fala sobre adultério e, sim, sobre a busca por uma vida que valha a pena, que tenha sentido. Madame Bovary fala sobre todos nós.

Não dá para ignorar uma só frase ou descrição, porque tudo, absolutamente tudo, contribui para a construção geral do que o autor quer dizer com a obra - não é à toa que ele levou cinco anos para finalizar, reescrevendo algumas páginas mais de dez vezes.

Minhas partes favoritas foram o baile de Vaubyessard, os comícios agrícolas e a MARAVILHOSA cena da carruagem. Fora o final, que não posso citar direito para não dar spoiler.

Queria ser uma escritora tão brilhante quanto Flaubert.

O que mais posso dizer? Apenas leiam esse livro. Vale muito a pena.
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Gabriel Oliveira 14/12/2021

A grande obra prima do realismo francês
Já foi dito que os franceses dominam o realismo como ninguém. O primeiro francês que lembro de ter lido foi Balzac, e pude ver que isso era verdade. Os grandes mestres franceses da segunda metade do século XIX influenciaram tudo o que viria depois. E talvez seja Madame Bovary, de Flaubert, o mais expressivo e mais importante livro desta época. Uma das provas disso: basta observar as obras maduras do nosso maior escritor, Machado de Assis. Dom Casmurro (1899) é uma história que gira em torno de um possível adultério.

Mas Madame Bovary não é apenas sobre adultério. É algo muito maior, muito mais pungente, tocante, trágico. Não seria exagero colocar a personagem ao lado de Hamlet, ao menos em questão de complexidade e densidade. Trata-se de uma daquelas personagens que parecem erguer-se das páginas, de tão vivas que são.

E o que dizer da fluidez narrativa? Claro, estamos diante de uma obra do século XIX (foi publicado em 1856), mas é impressionante a destreza do autor que, sabendo dosar as descrições, nunca cai no pitoresco gratuito. Flaubert, aliás, não conseguiu essa façanha do dia para a noite. Foram 5 anos de trabalho (!) escrevendo e reescrevendo o romance, sempre usando a voz alta para checar a fluidez, como uma partitura musical.

Os temas que o romance aborda, sempre passam uma realidade muito palpável. Quem não se identifica com a falta de comunicação com seus semelhantes, com a própria família? Por conta desse distanciamento, M. Bovary vai procurando inúmeras alternativas para preencher seus vazios existenciais. Essa impossibilidade de comunicar-se com o outro vai ser retomada por vários autores, e destaco aqui um cineasta chamado Michelangelo Antonioni, cujo filme Blow Up foi uma maravilhosa descoberta para mim.

Enfim, há muita coisa para se falar dessa obra. Mas nada do que eu vier a falar vale tanto quanto o livro. Apenas leiam!
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Gabi 07/12/2021

Pobre Berthe
No começo não entendi o pq começaram contando a história do Charlie se a Madame Bovary roubou a cena de tudo mas no final tudo fez sentido.
A Emma é uma personagem complexa, sempre descrevo ela como uma personagem inteligente demais para estar casada naquela época, ela queria viver aventuras, na real ela queria viver e não ficar vegetando em casa com filhos então como posso culpar essa mulher? Algumas vezes odiei o que ela estava fazendo, achava injusto com o Charlie mas também a vida não era justa para as mulheres daquela época.
No final fiquei com pena da Berthe.
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Jane.Mello 04/12/2021

Intrigante...
No começo demorou pra leitura fluir... Mas do final da segunda parte a história ficou mais interessante... Fiquei pasma com Emma e suas atitudes, principalmente com sua filha... ela é uma pessoa muito ambiciosa ... O adultério é um tema forte na história... O final na minha opinião foi dramático e não espera que acontecesse...
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Kamilla 01/12/2021

Aquele livro sobre adultério
Poucos temas conseguem ser tão controversos quanto o adultério feminino, existe algo nele que é sentido como um ataque direto contra a instituição da família e até contra a própria organização da sociedade. Há um elemento do imperdoável em uma mulher adúltera, ainda mais quando a mulher em questão vem das classes mais altas e privilegiadas da sociedade. Madame Bovary tem como plot principal a vida de Emma, principalmente o seu adultério, é difícil ler um livro que já é tão famoso por um motivo tão infame, com uma personagem principal que inspirou o nome de um distúrbio psicológico – o bovarismo, a eterna sensação de insatisfação – nessa releitura tentei ter um olhar mais aberto a compreender os motivos de Emma Bovary, reli o livro tentando responder à grande pergunta: “Por que Emma nunca está satisfeita? ”

Mais do que o caráter de Emma, Gustave Flaubert pretendia tecer uma crítica aos costumes da sociedade burguesa, mas poucas coisas representam tão bem a sociedade burguesa na sua pior faceta quanto a inatividade e o caráter fútil e decorativo da vida da mulher burguesa. Emma Bovary é a principal vítima do seu próprio tédio, do seu idealismo e da sua futilidade.

Emma, enquanto esposa burguesa é alienada do mercado de trabalho, portanto não entende o valor do dinheiro que gasta, o costume de usar amas secas aliena a mulher do sentido da maternidade e a forma de bondade indulgente e pouco complexa que Charles a trata não a fornece nenhum tipo de estímulo ou desafio intelectual. A Emma resta então as ilusões vendidas por romances açucarados e a vontade de progredir, mesmo que o progresso pretendido nunca assuma uma forma ou objetivo definido, ela é guiada unicamente pelo pouco que presenciou da vida da nobreza e pela busca de emoções intensas como as vividas pelas heroínas dos livros que leu, seu caráter egoísta e infantil é incapaz de perceber que a vida não pode ser sempre assim.

Emma Bovary não é uma vítima passiva, ela é arquiteta de sua própria desgraça, seu caráter e impulsivo e a personagem é pouco afeita a momentos de reflexão. Madame Bovary prova aquele ditado que diz “a mente vazia é a oficina do diabo”. Acho que saí dessa releitura com um olhar mais compreensivo a respeito de Emma, ainda não concordo com as ações da personagem, mas entendo os fatores da sua época e de seu próprio caráter que criaram a sua história. Nem todos os heróis da literatura são exemplos para os quais devemos guiar as nossas ações, Emma Bovary para mim é justamente um exemplo de como não lidar com meu próprio tédio e minhas eventuais crises existenciais. Todo mundo tem momentos de insatisfação e suas próprias ilusões do que uma vida perfeita deveria ser, mas se afogar nesses sentimentos sem nenhum tipo de critério por levar a eventuais tragédias, mesmo que não tão definitivas como a de Emma Bovary.
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Daniele522 30/11/2021

Madame Bovary
A leitura foi bem difícil, me perdi em várias partes. Não sei se foi a tradução que peguei, ou porque o livro foi escrito outra época, só sei que demorei bastante para avançar a leitura. Pretendo futuramente fazer uma releitura.
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Gabrielli 24/11/2021

Importante mas cansativo
Embora o livro tenha uma importância enorme para a literatura, achei a narrativa um pouco cansativa (além de que a personagem principal é bem irritante)
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Gui 24/11/2021

Não porei título, pois nem sei como colocar uma pra resenha. Enfim.

O livro é perfeito. Eu fiquei sabendo por uma professora na faculdade e amei. Ele mostra exatamente como é a sociedade e a posição da mulher na época em que se passa - tem um certo tom de escapismo. Emma Bovary é uma personagem que mostra exatamente como as mulheres pensam e, ao mesmo tempo, é falocentrica a partir do momento que faz tudo como ela quer fazer.

Não quero ficar me prolongando. Um livro escrito durante cinco anos não pode ser bem contemplado numa resenha de 3 minutos kkk. Apenas leiam esse livro e usem muito da imaginação para verem as imagens - Flaubert é um autor que dá todos os detalhes.
Jéssica 24/11/2021minha estante
Eu vi o filme na Netflix e gostei. Tô com o livro no Kindle pra ler.




Milena12 23/11/2021

Madame Bovary
Todos nós temos um pouco de Madame Bovary dentro dos nossos corações. A incansável insatisfação com o rumo da nossa vida, a constante busca de algo melhor sem nos colocar-mos diante da nossa realidade.

Gustavo Flaubert não poderia demonstrar isso de melhor forma. Uma grande livro, uma grande história.
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Renata 21/11/2021

Clássico
Como todo clássico, muito bom o enredo, os personagens e os dramas que ocorrem ao decorrer da história.
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