Madame Bovary

Madame Bovary Gustave Flaubert




Resenhas - Madame Bovary


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Marina.Dorisse 27/09/2024

Consigo entender porque Madame Bovary é um clássico da literatura francesa.
A forma como Flaubert, ao longo do romance, nos expõe a personalidade e psicologia de Emma, tão dramática, pulsante e voluptuosa, é incrível. Nos faz entender porque ela faz o que quer que seja, a motivação de suas decisões e seu desfecho. Faz você odiar essa mulher, mas sofrer com ela.
Para além de Emma, gostei também de como ele construiu Charles Bovary. Me compadeci de Charles diversas vezes, como também compreendi que para a urgência de Emma a vida com Charles não bastaria.
Flaubert é mesmo o mestre dos detalhes! Cada passagem de tão vívida parece uma memória de algo que presenciei.

Demorei 4 meses para finalizar essa leitura, mas Flaubert levou 5 anos para escrever o livro. Então, que bom que aproveitei lentamente!
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Tacia7 21/09/2024

OBRA PRIMA
Madame Bovary, de Gustave Flaubert, é uma verdadeira obra prima.
Que escrita, que estilo! Eu não sei se conseguirei descrever e fazer jus o quanto essa obra é magnífica! Não é à toa, que o autor levou cinco anos para deixá-la perfeita antes de entregar a humanidade.
Madame Bovary é um clássico que perpassa o tempo. E como Ítalo Calvino diz: "Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.".
A construção de toda a narrativa é sublime. Os personagens são tão profundos, que compreendemos suas essências.
Flaubert foi de uma genialidade ao escrever Madame Bovary, que com certeza, é impossível em toda a leitura, não ficarmos encantados.
O livro é audacioso para época, tanto que Flaubert foi a julgamento, para que a obra fosse proibida! Graças a Deus, isso não aconteceu, e foi de imediato um sucesso de público e crítica literária.
Segundo estudo, Madame Bovary é a obra precursora do Realismo. Movimento literário que tinha como um dos objetivos atacar o Romantismo, movimento que o antecede. Tanto que, Flaubert critica as obras românticas, em que a personagem Ema, deixa-se ludibriar por romances românticos, trazendo para a sua vida, desilusões e tragédias. Em uma das passagens, a mãe de Charles, faz o filho proibir Ema de ler tais romances.
Ema é uma personagem tão poderosa, que nos intriga. E faz-nos questionar, apesar de que em muitas passagens da narrativa, ela é odiosa, se ela é uma megera ou vítima das circunstâncias. Tanto que no final do livro, Charles ao rever um dos seus amantes, diz-lhe que o perdoa, pois foram as circunstâncias. Outro ponto da inteligência de Flaubert nesta magnífica obra, é sobre as nuances de Ema. Como ela era malandra. E sobre as cenas de sexo, que não são descritas, mas nas entrelinhas, entendemos que era puro êxtase. Há uma cena na carruagem, que é fantástica. Só entendemos que Ema e Leon estão tendo relação sexual nas entrelinhas.
O livro é fantástico, uma obra de arte, que vai muito além de uma história de adultério. Li na edição do Clube de Literatura Clássica e afirmo que a tradução de Mateus Alves Rodrigues está impecável.
Espero ter conseguido passar um pouquinho da grandiosidade que é Madame Bovary.
Amora_03 21/09/2024minha estante
Amooo


Amora_03 21/09/2024minha estante
Amooo




Celia.Celinha 21/09/2024

Bom
É um clássico, é um bom livro mas não despertou em mim muita emoção. A história da protagonista Emma acaba por ser um tanto previsível...o interessante é que as atitudes da personagem demonstram um pouco da alma feminina de ontem e de hoje; sentimentos escondidos, segredos, a monotonia que adoece...penso que em cada uma de nós, mulheres, em algum momento da vida (ou por toda vida), nos deparamos com esses conflitos que nos fazem querer jogar tudo para o alto e viver uma grande emoção. Foi o que Emma fez. Mas, assim como na vida real, dificilmente situações como essas acabam bem; sempre há feridos, sofrimento e perdas. Emma se perdeu em suas ilusões a ponto de ficar cega para tudo o que havia em sua vida. E Charles, seu marido,apesar de bom e fiel, contribuiu para tudo isso. Situações complexas porém reais e, eu diria até comuns...por essa e por outras razões ( como por já ter lido outros livros sobre o assunto) é que achei o romance um tanto previsível; e o que gosto, nas leituras, é de ser envolvida e surpreendida. Na história também houveram fatos que, para mim, fugiam do contexto do romance...pareciam histórias perdidas e que diminuiu o interesse (eu lia rápido) para voltar ao assunto principal. Só após o término do livro, ao ler o apêndice é que consegui entender um pouco mais do porquê daqueles momentos até então, para mim, fora de contexto e cansativos...tem todo um envolvimento histórico... Enfim, o livro é bom, mas eu esperava mais...
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Thais.Barbosa 18/09/2024

Gente eu AMEI? cara levei mt tempo pra terminar esse livro, mas eu adorei a construção da emma ser uma vaca chata e o bovary um tadinho da silva, achei o final uma desgraça bem necessária. esse ser um dos livros que a nina recomendou pro tufão em avenida brasil só melhora tudo
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blun_nanda 18/09/2024

Se sonhar fosse pecado, Emma estaria no fundo dos infernos.
Nós garotas sonhadoras, mas espero que não tanto quanto Emma Bovary.

Um clássico da era realista, com características muito fortes desse momento. Descritivista, espiritualista, burguêsa, expositiva e naturalista. Nesse livro, já começa a ser abordado características naturalista ali do século XIX, como por exemplo, a doença dos nervos e a exposição crua e nua das doenças; com várias descrições literalmente cruas sobre os momentos finais de Emma. As metáforas também foram algo que me chamaram atenção. Algumas são tão incríveis e bonitas que defini como umas das favoritas da minha vida. As referências também são muito boas. É como se diz, esse livro não tem só história, mas toda uma construção e estrutura linguística.

Emma sonha em casar com o homem perfeito. Uma leitora assídua de romances históricos. Ela se casa com Charles Bovary, um homem calmo e paciente, sem muita pretensão de futuro. No começo tudo era lindo, mas com o tempo a inatividade de Charle a foi incomodando. Como ele poderia ficar tão bem com uma realidade tão simples? Ele não teria sonhos? A Sra. Bovary se questiona o livro todo sobre isso. A revolta consome sua alma e aí que todo o livro começa a se desenvolver.

Pessoalmente, esse livro foi uma experiência gostosa, mas bem cansativa. A descrição exacerbada acaba deixando a leitura pesada, mas ao mesmo tempo a história é tão gostosa - apesar de simples - que vicia.

Acho que merece todo o hibe e títulos que lhe dão. Vale a pena!!
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haasscreams 18/09/2024

O chapéu de Charles Bovary
Antes de ler o livro li diversas críticas positiva a ele, concordo com todas! Madame Bovary é um romance de personagens bem desenvolvidos, cenários pacatos e ideais absurdos.
Emma Bovary é a protagonista, embora o livro comece com Charles Bovary. Isso porque, a vida dele gira em torno dela depois que se conhecem. Ele, de família humilde, estuda, forma-se em medicina e casa com uma mulher ciumenta só porque sua mãe mandou. Depois, exercendo sua profissão, conhece Emma, com quem casa depois de enviuvar.
Emma é filha de um fazendeiro endividado. Foi educada num convento, onde conhece os romances dos livros e sonha com uma paixão arrebatadora. No fim de mundo onde mora, casar-se com o simplório Bovary é um dos únicos caminhos para não tornar-se uma solteirona. Espera deste casamento toda a riqueza e amor desmedido que lê, mas a vida não é gentil com ela (e ela não é muito gentil com a vida).
Emma é uma personagem que desgostei logo de começo, e estava certa. Fútil, volátil, mimada e egocêntrica, acha que merece todos os luxos do mundo e decepciona-se quando não os consegue. Sendo criada sem grandes regalias, não sabe viver na pobreza, mesmo seu marido não sendo exatamente pobre. Tudo é pouco, inclusive sua relação com Bovary. O coitado a ama profundamente, de forma um tanto quanto platônica, e torna-se capacho dela só porque ela precisa pisar em alguém. Mas não que Emma seja malvada, ela é alheia, ao mundo a às necessidades dos outros, negligenciando até sua filha quando descontente.
Decepcionada com a vida conjugal, acaba encontrando dois amores adúlteros, de quem novamente espera paixão desmedida e ardente. O primeiro amante é um mulherengo incorrigível, e o segundo um conhecido de anos atrás. Ambos proporcionam o que Emma quer, mas, sendo como é, quando consegue o que quer muda de ideia e pede mais. Com esse espírito, vive desregradamente e sua existência é repleta de altos e baixos muito precipitados, que tornam a narrativa uma montanha-russa movimentada só por Emma.
É uma história de leitura fluida e fácil, embora eu tenha demorado para lê-lo. Os personagens são, de certa forma, caricatos, mas isso engrandece a história tornando-a, em contrapartida, mais crível. Repleta de detalhes narrativos sutis e descrições bem feitas, a escrita de Flaubert é incrível, e a história de Madame Bovary é, incontestavelmente, um dos melhores romances de todos os tempos.
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Gaby 16/09/2024

Interessante em algumas partes e muito lento em outras
Gostei do livro, entendo o por que de ser um clássico, mas achei a Emma é insuportável.
Gostei da escrita, mas não me apeguei a nenhum personagem. Creio que se não tivesse lido em uma LC teria abandonado ?
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eugabrielwilly 15/09/2024

Emma naaaaooooo
Eu ia vir aqui fechar com a cara do guatave flaubert mas no finalzinho me veio um pico de empatia e de amor por essa historia, dei ate 5 estrelas.
O que ele faz aqui é uma personagem que desperta muitos sentimentos no leitor,voce sente raiva, abuso, estresse e antipatia pela emma ao ponto que vc se identifica com as dores e amores dela.
a realidade é que a emma nasceu a frente seu tempo, nao era moça pra se casar, nasceu pra viver de aventuras e muitos amantes, presa ao povoado de yonville com marido e filha, que odiava a ambos, se viu encurradala e limitada.
pobre charles, nao merecia a vida que teve.
assistam a adaptação do Claude Chabrol com a Isabelle Huppert, é uma obra magnifica e extremamente fiel ao livro. ode à familia bovary
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TatianaTati 14/09/2024

Vou levar pedrada?
Minha experiência de leitura com Madame Bovary foi longa e tediosa. Não lembro ao certo, mas acredito que só no último terço do livro a história realmente me prendeu. É uma obra bem descritiva, o desenrolar dos fatos é lento. Entrei nessa leitura para conhecer o clássico, mas não quis buscar informações antes de lê-lo. Fiquei só por conta da sinopse e da fama para me lançar nessa empreitada.

Apesar do desânimo quando terminei de ler, busquei alguns conteúdos que analisassem a obra e encontrei dois vídeos da editora Antofágica que me fizeram detestar menos o livro. A história em si continuo achando muito chata, mas entendo melhor o significado de Madame Bovary para sua época, a "novidade" do comportamento de Emma Bovary ante as personagens dos romances daquele tempo.

O que mais gostei dessa experiência foi assistir a vídeos de duas especialistas em Flaubert: Claudia Amigo Pino e Verônica Galindez-Jorge. Elas apresentam detalhes da obra, peculiaridades do autor, fazem paralelos muito enriquecedores para quem lê. Ambas falam de uma maneira acessível, sem academicismos. Deixo os links dos vídeos no meu blog.

site: https://foradecontrole.wordpress.com/2024/09/14/lido-madame-bovary-de-gustave-flaubert/
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Stuart 14/09/2024

História impressionante
"Madame Bovary" é um livro impressionante considerando a época. A maneira como o autor consegue se aprofundar na mente feminina mesmo sendo homem é excelente.

A história gira em torno de Ema, que, por conta do seu caráter e da educação que recebeu ao longo da adolescência, estabeleceu metas de vida que acabaram não sendo cumpridas. Após se casar com Carlos Bovary, humilde viúvo que há pouco tempo exercia a medicina, pensou que tudo seria novo, mas acabou se entediando do monótono casamento e da "mediocridade" que enxergava em seu companheiro. Ela tinha como meta de vida um casamento com um príncipe ou um homem desse nível, capaz de sempre proporcionar aventuras e orgulho a ela; porém, nada disso tinha no casamento com Bovary, que, mesmo a amando muito, não conseguia satisfazer esse seu lado. Por isso, ela se frustrou.

Para acabar com essa decepção, ela passou a idealizar separações e coisas do tipo, mas nunca teve coragem de dar a cabo esses planos. A virada da história começa quando ela se muda para uma pequena cidade e conhece Léon, um jovem que a encanta e se apaixona por ela. O romance deles acaba não se concretizando naquele momento, pois Léon acabou saindo da cidade para estudar e não teve coragem de levar o caso pra frente. Entretanto, ali nasce um sentimento de adultério que é explorado depois por Rodolfo, um rico que vai à cidade para intermediar uma consulta com Bovary e a acha linda. Após fazer várias visitas à sua casa sob pretexto de agradecer o médico e marcar mais consultas, ele consegue se aproximar de Ema e, em uma festa que estava ocorrendo na cidade, confessa seus sentimentos e ganha a reciprocidade dela, apesar de não ter ocorrido conjunção carnal ali. Esse contato íntimo ocorre um bom tempo depois, pois, após ver que ela havia sido recíproca, decidiu ficar um tempo fora da cidade para intensificar esses sentimentos. Após voltar, interagiu mais com ela, reafirmou o seu desejo e ofereceu um passeio de cavalo a ela, que foi recomendado pelo marido. Nesse passeio, consegue convencer Ema a ficar com ele e a partir dali começaram as recorrentes traições de Ema ao Bovary.

Rodolfo, que costumava se relacionar com diversas mulheres, acabou se encantando mais por ela do que esperava, o que garantiu uma relação duradoura entre eles. Porém, desistiu do caso após uma insistência da Ema para que fugissem. Ema ficou abalada com isso e passou a viver de maneira inconstante, ora feliz, ora triste. Isso acaba quando ela reencontra Léon e consegue efetivar o desejo de ficar com ele. Encontros recorrentes são planejados por eles e o adultério continua por um bom tempo. Ele acaba quando Léon é pressionado pelo seu círculo próximo a parar com isso e quando Ema é cercada pelas dívidas que angariou para sustentar todas as traições que cometeu. Sem saída para as pressões, Léon acaba evitando ela ao máximo e mantendo pouca interação; sem saída para as dívidas, Ema acaba se suicidando com arsênico, uma substância mortal que o farmacêutico da cidade tinha. Bovary fica abalado com a sua morte e demora para a aceitar. A obra termina mostrando o quanto as vidas de Bovary e da filha deles foram destruídas; após encontrar escondidas as cartas dela e dos amantes, ele fica completamente louco e não tarda a morrer; com isso, a sua filha vai para a casa da avó que morre logo depois, restando assim ir para a casa de sua tia, tendo em vista que o avô estava muito doente. Lá, a Berta, filha de Ema com Bovary, trabalhou desde cedo para se sustentar, sem perspectiva de um bom futuro.

"Madame Bovary" é um livro que consegue trabalhar muito bem o conceito de amor e como a mente feminina pode funcionar na interação com ele, que envolve ambições e saciação de desejos internos. A obra foi chocante pela liberdade que deu a uma mulher de escolher o seu destino. Porém, o autor também foi muito perspicaz de evidenciar o quão danosa foi a mentalidade e as atitudes de Ema para a sua família, pois, como a própria história diz, o Bovary era um dos maridos mais dedicados existentes e, em dado momento, Berta chegou a andar com meias rasgadas devido ao consumismo e às dividas de sua iludida mãe.

Enfim, é um excelente livro para se ler — é um clássico, afinal. Contudo, deve ter sido mais impactante na época, pois sua força vem de um cenário ficcional em que a mulher recebe o poder de escolher o seu destino; e hoje já estamos acostumados com isso.
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Jessica.Laviere 13/09/2024

Sentimentos Dúbios
Nem sei por onde começar, foi um livro que detestei a personagem mas amei a história.
Emma Bovary é uma jovem mulher que se casa com Charles Bovary com as melhores e mais fantasiosas expectativas.
Quando ela ao ir a uma festa se dá conta do quão tediosa é a sua vida, entende que a aquela não é a vida que ela de fato gostaria de viver então começam as trapalhadas da Emma e suas traições, então detestei Emma boa parte do livro, não por ela querer as coisas que queria mas a forma egoísta que tentou a tudo custo ter o amor dos homens, esses que só a queriam pela sua beleza e o que podia oferecer. Nesse limbo temos a Bertha filha dela com Charles que passa o livro todo negligenciada pela mãe. Enfim obra prima com uma protagonista detestável.
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Guilherme 11/09/2024

Bovary, o realismo em face
Madame Bovary é uma história sobre decepção em relação à realidade. Conta a história de Emma que se casa e tem muitas expectativas perante o casamento, mas todas se desfazem com a mediocridade do seu marido. Assim, influenciada pelas paixões dos romances que lê, Emma começa a ter casos extra-conjugais, levando ela a caminhos muito perigosos. O livro não prende muito a atenção do leitor, mas é uma escrita fácil e um enredo muito bem desenvolvido.
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Lais.Maia 11/09/2024

Uma leitura impressionante. Impressionante, inclusive, como o autor me fez odiar todos os personagens. Um livro sobre o qual se demorar, absorver, destacar passagens e voltar pra revisita-las, porque as camadas são muitas. O olhar cínico e irônico de Flaubert sobre a humanidade e a sociedade faz refletir.
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Ana 10/09/2024

A tragédia de Emma foi buscar a liberdade.
Gustave Flaubert foi um escritor francês que nasceu em 1821 e morreu em 1880. É considerado o pai do realismo embora tenha renegado esse título durante sua vida.
Sua obra prima é Madame Bovary, publicado em 1856 em folhetins numa revista e em formato de livro em 1857. Esse livro foi processado por atentado aos bons costumes e à moral pública, além de ser acusado de ser perigoso e de ser má influência para as mulheres da França do século XIX. Ele foi absolvido e o livro foi um sucesso devido à curiosidade que esse processo provocou nas pessoas.
Flaubert levou quase 5 anos na confecção desse romance. Esse foi seu primeiro livro publicado.
Aqui temos uma jovem camponesa que passou grande parte de sua vida lendo romances românticos e desejando vivenciar essas mesmas aventuras e sensações intensas que lia nesses livros. É sonhadora e passou a ter uma visão idealizada de amor e casamento devido a essas leituras.
Ao se casar com um oficial da saúde acredita que viverá esse amor intenso e onírico, mas logo percebe que a realidade é muito diferente da ficção e então busca saciar e realizar seus desejos.
O que mais me agradou nesse livro foi a ruptura com os romances anteriores onde o ápice da vida de uma mulher era o casamento e a maternidade. O que Flaubert faz aqui é quebrar essa expectativa. Se a vida perfeita começa depois da mocinha se casar, cuidar da casa e ser uma boa esposa, principalmente numa sociedade de meados do século XIX, em Madame Bovary, Emma se percebe numa prisão e se sente sufocada numa realidade que detesta e numa sociedade patriarcal que a tolhe de todas as formas.
Ao buscar experimentar sensações novas e vibrantes no adultério, Emma subverte a pretensa docilidade, conformismo e submissão da mulher nessa sociedade. Ela mostra que a mulher é um ser desejante, com sede de conhecimentos, novas experiências, paixão e vida.
Ao perceber a mediocridade do marido Charles, que não ambiciona nada e se contenta com um cotidiano enfadonho, passa a desprezar o marido. Ele não quer nada, na sabe nada, não deseja nada.
A ambiguidade da Emma é humana e por isso tão interessante. Ela tem qualidades e defeitos. Ela é corajosa e ao mesmo tempo egoísta, busca liberdade e ao mesmo tempo age de forma irresponsável, é apaixonada e ao mesmo tempo dominadora. Tenta preencher seu vazio com amores e coisas. Nunca consegue. A tragédia de Emma é buscar a liberdade.
A escrita de Flaubert é imagética e poética. Ele teve um cuidado obsessivo com a escolha das palavras para esse romance, não à toa levou quase 5 anos para terminá-lo. Ele colocou poesia e ritmo na prosa, inaugurando um novo estilo de escrita. Esse livro é considerado o primeiro romance moderno por isso.
Eu amei esse livro e se tornou uma das minhas leituras favoritas da vida.
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