Resenhas - Madame Bovary

Raquel Maurren 22/06/2021

Meu Deus, eu sinto muita pena de Charles Bovary. Emma só não o traiu mais, porque morreu! Não gosto dela.

Mari 21/06/2021

Não gostei, demorei horrores para ler. Acabei não terminando depois de ficar parada nos 70% por meses. O drama da Emma não me cativou, entendi seu sentimento e frustrações, mas não me prendeu e nem fez eu gostar da leitura. O livro é arrastado é não é o tipo de escrita que gosto.

Amanda.Dantas 19/06/2021

Sentimentos..
Amei a leitura! E não concordo luito opiniões sobre Charles Bovary, afinal o que há demais em se querer uma vida pacata e tranquila? Emma sim, surpreende quanto suas escolhas e se revela mesquinha e infantil. Vale muito a pena a leitura.

Aline.Andrade 18/06/2021

Lento
Até uns 30% é devagar que dói. Dos 30% até a morte dela é mais ou menos interessante. Depois da morte dela é um suplício repetitivo até que ele morre e a história termina. Tem alguns trechos interessantes no livro, mas são poucos e há muitos detalhes que só fazem arrastar a história. Eu não curti muito não. Mas é um livro do período realista então todo o detalhamento faz parte da estetica da época. Meu conselho pra quem for ler é: não tente maratonar e ler o livro td em um final de semana. Leia aos poucos ou vai pegar ranço e largar sem terminar ou ler bem superficialmente e acabar perdendo muitos detalhes.

bobbie 15/06/2021

Adoro os que foram queimados em praça pública.
Madame Bovary foi um daqueles livros execrados em seu tempo como imorais em razão de sua trama. Afinal, uma esposa que trai o seu marido é algo inaceitável, embora o contrário não recebesse o mesmo teor de julgamento. Emma Bovary é uma mulher romântica, embalada por suas leituras fantasiosas de amor idealista, que, sufocada por um casamento sem graça com um homem que, apesar de idolatrá-la, não lhe faz arder o coração, acredita poder encontrar a felicidade nos braços de outro homem. Ledo engano. O que Emma encontra é... bem, não vou dar spoiler. O livro é um clássico e a leitura mostra as razões, mas em termos de escritor que desafia as convenções, e com temática semelhante, ainda prefiro D. H. Lawrence e seu incrível O amante de Lady Chatterley.

lindalvabarbosa 12/06/2021

Um romance de análise psicológica
Apesar de ter visto esse romance e sua personagem principal, Emma, ser citada em alguns trabalhos sobre o feminismo, após ler a obra não consegui identificar uma mulher que aporte algo de singular. Pelo contrário, vejo uma pessoa fraca, perdida em devaneios e ações duvidosas, sem muita esperteza e ainda por cima, muito egoísta. Agora, sem dúvida é um grande romance de análise psicológica, nesse ponto é indiscutível. O autor consegue transmitir ao leitor todas as angústias e sentimentos enfrentados pela personagem, a ponto de nos fazer questionar nossas próprias experiências.

cee. 10/06/2021

?Cale-se, monsieur Homais! O senhor é um ímpio! Não tem religião!

?Tenho uma religião; a minha religião. E tenho mais do que eles, com seus trejeitos e palhaçadas! Adoro a Deus, ao contrário deles! Creio num Ser supremo, num Criador, que não sei quem é, que nos colocou aqui embaixo para cumprirmos com nosso dever de cidadãos e pais de família; mas não preciso de ir a uma igreja beijar bandejas de prata e engordar com meu dinheiro um grupo de farsantes que passam melhor do que nós! Pode-se honrar a Deus muito bem num bosque, numa campina ou mesmo contemplando a abóbada estrelada, como os antigos. O meu Deus é o Deus de Sócrates, de Franklin, de Voltaire e de Béranger! Sou pela ?Profissão de fé do vigário da Savoia?, e pelos princípios imortais de 89! E também não admito uma criatura de Deus que caminha de cajado na mão, coloca seus amigos em ventres de baleias, morre dando um grito e ressuscita ao fim de três dias, coisas em si mesmas absurdas e completamente opostas, além do mais, a todas as leis da Física. O que nos demonstra que os padres sempre se chafurdaram numa ignorância torpe na qual se esforçam por colocar também o povo.

Cris 08/06/2021

Me disseram para ler, pois a personagem principal lembrou a mim. Rindo pois tive uma relação complicadíssima com todas as faces dela ao decorrer da leitura, mas tudo bem, pois também tenho comigo kkk

A inquietude dela diante de si e da vida é interessantíssima

"No fundo de sua alma, no entanto, ela esperava um acontecimento. Como os marinheiros aflitos, passeava seus olhos desesperados pela solidão de sua vida, buscando ao longe algum véu branco nas brumas do horizonte. Não sabia qual seria aquele acaso, o vento que o arrastaria até ela, para qual margem ele a conduziria, se era uma chalupa ou um navio de três pontes, carregado de angústias ou repleto de alegrias até a escotilha. Mas, todas as manhãs, ao despertar, ela o esperava para o mesmo dia e ouvia todos os barulhos, levantava- se de sobressalto, surpreendia- se por ele não ter vindo; depois, quando o sol se punha, ainda mais triste, desejava já estar no dia seguinte."

"Mas quem a tornava tão infeliz? Onde estava a catástrofe extraordinária que a havia perturbado? E ela ergueu a cabeça, olhando em torno, como se buscasse a causa do que a fazia sofrer."

"Tudo, mas sobretudo ela própria, era- lhe insuportável."

Essa trecho é cômico e trágico:
"Charles, acordado, continuava pensando nela. Rodolphe, que para distrair- se andara o dia todo, dormia tranquilamente em seu castelo; e Léon, lá em Rouen, dormia também."

FabAola 01/06/2021

Trágico
Um romance trágico. Essa história mostra a perigosa combinação de tédio com extravagâncias. Quando você cede a todos os seus desejos superficiais, os quais são urgentes e apaixonados, sem medir as consequências. E aos poucos, tais trivialidades vão perdendo o encanto, e você percebe que durante esse caminho sua alma foi se dissipando aos poucos... E agora, o que sobra é a destruição.

"Nada, aliás, valia a pena de uma busca; tudo mentia! Cada sorriso escondia um bocejo de tédio, cada alegria uma maldição, todo prazer seu desgosto, e os melhores beijos só deixavam no lábio um desejo irrealizável de um prazer melhor."

"... Um pedido financeiro, de todas as tempestades a desabar sobre o amor, é a mais fria e a mais destruidora."

Carol 30/05/2021

Gostei? mas a edição....
?Essa obra me fez sentir como Emma estava desesperada para sair do tédio, e como o tédio a perseguia a cada passo que dava!
O início do livro pode ser meio arrastado mas quando mais você chega perto da terceira parte, mais você fica empolgado, querendo logo saber o final.
Madame Bovary é um clássico que aprecia bastante filosofias e inquietações de uma jovem com a cabeça nas nuvens, esperando muito e ganhando muito pouco.
????

?Curiosidades:Foi publicado originalmente como um romance de Folhetim em 1856, no ano sequinte teve sua primeira edição do romance.
Quando foi finalmente publicado, Flaubert foi processado, pois o livro "Madame Bovary" foi considerado uma afronta a moral e aos bons costumes, mas o processo não deu resultado algum. Depois dessa dor de cabeça no início, o livro virou sensação da época, todos procuraram o livro para se atualizar da história!
A história gira em torno da história da personagem: Emma Bovary, mas o livro começa com a história de Charles e a obra finaliza com o mesmo!

Carolina Del Puppo 24/05/2021

Loucura completa
Apesar da culpa de toda essa tragédia ser exclusivamente da Emma , eu me pergunto ainda, será mesmo? Ela foi uma personagem louca das ideias, extremamente fantasiosa. Mas porquê viver se não for como ela imaginou? Ela não soube que tudo o que ela sonhou, na verdade não existia. Não sei se Emma valia tudo o que ela pensava sobre si mesma, talvez fosse prepotência, achar-se superior e digna de toda a felicidade que o mundo tem a oferecer, ou será que ela realmente merecia? Ao mesmo tempo em que ela foi tão egoísta, ela viveu uma vida claustrofóbica, enclausurada nas convenções da sociedade, jamais houve liberdade e tudo culminou-se em uma desastrosa teia de tristezas e melancolia. Talvez não seja apenas culpa dela essa loucura toda, ela só tinha potencial de mais para uma época tão restritiva.
Mesmo que não seja apenas culpa dela, Charles também não teve culpa nenhuma, ao contrário foi o melhor marido que alguém poderia ter, só deveria ter amado a pessoa certa, Emma não era.
Foi um livro magnífico, inteligente e dou graças por não ter lido antes, pois eu poderia não ter aproveitado como eu fiz agora.

Babi 24/05/2021

Gostei bastante desta leitura

Thales 21/05/2021

É incrível como um livro pode ser tão bom e tão chato
Desculpa gente, mas "Madame Bovary" é um livro de white people problems. Flaubert era um burguês branco encostado escrevendo sobre os GRAVÍSSIMOS problemas de burgueses brancos encostados. O marido de Emma não era um herói de romance e por isso ela vive um pentágono amoroso. Avá, viu.

Eu tive zero conexão com a história. Na metade da parte três eu já tava desesperado pra ela acabar. E isso nada tem a ver com a escrita de Flaubert ou com o livro ser difícil, muito pelo contrário. O francês foi um dos romancistas mais perfeitos que a literatura já teve - não atoa demorou cinco aninhos revisando o livro - e a tradução é excelente, além das notas e tal. Eu consigo reconhecer a extrema relevância do autor e da obra e ao mesmo tempo admitir que minha experiência foi irregular - estudar o contexto em que "Madame Bovary" existiu e sua influência na literatura foi bem mais divertido que a leitura em si. Por isso não teve como dar cinco estrilas.

Tudo isso posto: né, Flaubert é um dos autores incontornáveis da literatura ocidental. Desde o processo de escrita do romance - longo, com muita revisão, experimentações - ao retrato fiel - e feio - que faz da sociedade da época, passando pela cirúrgica escolha de tema, ambientação e fio condutor; tudo isso representou um ponto de inflexão como poucos. "Madame Bovary" simplesmente colocou a intelectualidade da época de quatro.

Flaubert talvez tenha alcançado as duas maiores honras de um literato: setores influentes da sociedade urgiram pela censura de sua obra e um conceito foi criado a partir dela. Da mesma forma que podemos dizer que algo é "dantesco" ou "quixotesco" podemos chamar alguém de "bovarista" - é só tacar no google que vai tá lá a conceituação.

Sara 18/05/2021

Idealização do amor irreal
O realismo em sua forma mais pura, flaubert inova e traz uma protagonista idealizadora de um amor irreal que encontra prazer no consumismo para preencher o vazio que lhe cabe sua vida e o sentimento de tédio e tristeza, um livro que rompe com os dogmas que a sociedade impõe em respeito à época vivida pois a personagem não se apraz com isso, não conseguimos ao certo ter uma empatia e nem odia-la juntando um misto de sentimentos em relação a emma. A leitura não é fluída porém é um clássico poético e apaixonante, bem descritivo e fazendo refletir um pouco sobre a burguesia da época e seus valores.


?Não se deve acostumar-se a prazeres impossíveis, quando se tem ao redor de si mil exigências.? 

Um verdadeiro clássico

Rafael.Honorato 12/05/2021

Dinheiro e prazeres não são a resposta
Madame Bovary foi uma recente releitura que gostei muito de ter feito.

O livro narra a história de Emma, uma mulher sonhadora, muito influenciada na infância pela leitura romântica e sentimental. Casa-se com Charles, um médico abnegado e dedicado à esposa, família e ao trabalho, porém, contente demais com uma vida monótona e entediante, levada de maneira extremamente passiva a tudo e todos.

Emma, uma das personagens mais complexas e bem desenvolvidos que já pude ler, sente-se presa a esse casamento sem as emoções que sonha e deseja e começa a buscar vida e paixão à sua existência, o que leva ela a breves momentos prazerosos acompanhados de muitos caminhos tortuosos, aflitivos e fatalmente desastrosos (vem ler pra descobrir quais!).

O livro é maravilhosamente bem escrito, o autor desenvolve um estilo descritivo muito interessante, proporcionando imaginar e compreender cada cena relatada. Ele transita entre descrições detalhadas (uma expressão, um movimento ou uma peça de roupa dobrada de maneira específica, etec) e os quadros gerais (como caminhavam um grupo de pessoas e quais eram as cores que preenchiam o cenário), fazendo essas transições como num filme que 'aproxima' ou 'distancia' a câmera em foco. Genial e surpreendentemente sem ser chato. Qualidade que poucos escritores conseguem.

A trama é muito interessante, deve ter sido realmente um verdadeiro alarde uma temática como essa no ano de 1856 (o livro chegou a ser proibido em alguns países por várias décadas). Talvez o autor desejasse mostrar que, na média, a vida é menos empolgante e emocionante que os livros vendem (livro, filmes, redes sociais, etc, para os tempos atuais) e que viver unicamente numa busca incessante de emoções e prazeres, sejam sexuais ou consumistas podem nos levar a desastres, como o livro apresenta de maneira tão crua e impactante.

O autor ainda desenvolve algumas críticas ao embate ciência x religião através de personagens secundários, que fazem pensar muito e vale a pena conhecer.

Livro fantástico, recomendo muito a leitura e considero uma verdadeira obra-prima.

E você, quais foram as suas impressões de leitura quando leu? Gostaria de ler também? Comenta aqui?