Resenhas - Madame Bovary

tmgoncalves 20/01/2024

Com uma dose de melancolia
Clássico francês, que aborda diversos temas de possível discussão, até os dias de hoje, como religião, adultério, incômodo, por parte da sociedade, sobre o empoderamento feminino, etc.

Os destaques desse livro ficam por conta da criação de Charlie, e como isso refletiu em sua vida adulta; o contraste apresentado nos romances, lidos por Emma, sobre casamento e a vida real; a expansão da racionalidade humana, por conta da ciência, e como isso afetou a igreja; entre outros assuntos.

Em suma, é uma boa história, um tanto melancólica no final, com início, meio e fim bem amarrados.

Anurb_0 20/01/2024

Emma é biruta!
Juro, que livro bom, Emma é nosso Dom Quixote de saia, a obra é divertida e melancólica na mesma medida, o desejo de sentir raiva pelas atitudes da personagem se vão assim que a obra transcorre, o que nos faz ficar apenas com pena de sua miséria.

Pr.Thiago 19/01/2024

MADAME BOVARY
Responsável por levar Gustave Flaubert aos tribunais sob acusação de imoralidade, Madame Bovary ergueu-se junto de sua protagonista, dando origem a uma geração de personagens em busca de liberdade. Uma história que começa no "felizes para sempre" pode mesmo ser feliz? Após uma jovem sonhadora se casar com o médico da região, a realidade à sua volta se transforma: o que Emma Bovary encontra no matrimônio, longe das paixões emocionantes dos livros que lê, é uma rotina pacata e até tediosa. Inconformada e sedenta por aventuras românticas idealizadas, Emma começa a adoecer e não vê outra saída senão buscar as emoções que deseja ? por métodos que a sociedade conservadora ao seu redor não poderia compreender, muito menos aceitar. Publicado em 1857 em uma sociedade pouco voltada aos interesses femininos, Madame Bovary surge vanguardista com uma história sem culpados nem inocentes, reforçando o encantamento pelas idas e vindas da experiência humana, o desejo por pessoas, por sensações, pelo espaço urbano e, sobretudo, o desejo de ser desejada. Mais do que romper margens, Emma Bovary pretende ser absorvida. 

Iax 18/01/2024

Não sei porque ainda insisto em clássicos
Minha expectativa com esse livro era alta. Sabia que a premissa envolvia mulher infiel e achei que seria um livro sobre consequências da traição e barracos, mas não teve nada disso. Uma protagonista insuportável que não teve o final que merecia (sim, a morte foi uma saída muito fácil) e a única personagem que sofreu verdadeiramente foi Berthe, a filha dos protagonistas.

Carla.Sanz 17/01/2024

Madame Insatisfeita Bovary
Como todo clássico, Madame Bovary tem seu charme. A partir da metade do livro, onde as coisas começam a acontecer, a leitura me prendeu bastante.
Emma é mimada, chata, tem uma visão de mundo que ela queria viver, mas nunca nada está bom pra ela. Se cansa de tudo com muita rapidez e nunca está satisfeita.
Charles é um coitado que não enxerga o que está na sua frente e sofre desgraça atrás de desgraça e mal se dá conta.
Gostei bastante do enredo, do desfecho, mas achei um pouco cansativo. Muitas narrações, descrições desnecessárias que usam páginas inteiras e não levam a lugar nenhum. Mas valeu a pena a leitura, com certeza!

annikav.a 17/01/2024

Emma Bovary c'est moi
A escrita (quase pintura) do Flaubert, bastante poética, por muito divergir da objetividade de outros escritores realistas, impressionou-me. É uma forma de narrar, ainda que em terceira pessoa, muito sensível, em que verificamos as grandes qualidades e falhas de cada um (principalmente Emma, Rodolphe e León) através também da rapidez ou da demora nas transições de um sentimento ao outro, que às vezes diametralmente opostos, sempre aumentados pela paixão ou pelo desespero absolutos. Isso mesmo sem saber exatamente o que se transcorreu na cena. No fundo, apesar das pesadas controvérsias, é um livro um tantinho moralista, não no sentido religioso (que ainda está presente, de modo inconclusivo), mas em nosso inerente descontentamento com tudo e todos enquanto humanos num sistema falido, nosso eterno cultivo de esperanças materiais e afetivas inalcançáveis. A infelicidade, adultério, dívidas absurdas e ideação suicida de Emma surgem aqui por consequência de ter de se sujeitar a uma norma social estreitíssima, patriarcal, de reprodução da família e do capital, isso enquanto lhes é vendida uma vida e costumes burgueses perfeitos através da mídia (à época, livros, panfletos, revistas, teatro). Enfim, temos muito a nos identificar com Emma.

J.F.Pagotto @biblioteca.eterna 16/01/2024

Bovary: A ascensão e queda das expectativas
Talvez Madame Bovary seja ótimo como livro e estreia, mas em relação a o que ele estrearia se torna problemático.
A escrita de Flaubert é, na maioria confusa. Ele tece arcos e pontos de vistas e os misturas sem dó, muitas vezes acompanhamos um personagem e no mesmo parágrafo o ponto de vista já muda. Sua prosa é lírica e detalhista, enche o leitor com aspectos do cotidiano e fatos da época e quase nos leva nessa tempestade cerebral que compôs na obra.
A história tem seu charme, uma das primeiras grandes protagonista femininas nos mostra pontos interessantes sobre sua psique e os desejos que nutrem-na. Mas o autor a denigre, se torna quase uma máquina movida pelo desejo e a data de um narcisismo absurdo. Suas atitudes mostram uma menina com fantasias românticas vestida como uma mulher soberba cujo desejo ao material leva a ruína.
A crítica do autor tem seu valor. Mas é um livro de época, que pouco surpreende nos tempos atuais. Paralelos com Shakespeare podem ser observados, mas a escola literária permeia entre o romantismo e o naturalismo, assemelhando-se até mesmo com Machado de Assis na estética
Enfim, Madalena Bovary é uma desconstrução romântica com tragédia que flerta com mais de um gênero literário, apresenta críticas ao mundo do qual foi criado mas que, do ponto de vista prático, pouco tem a oferecer ao leitor como romance.

FernandaCaldaas 15/01/2024

Arrepiada!!!
Emma, minha querida, você me fez sentir tantas emoções.
Esse livro é tão complexo, pensei em desistir várias vezes. Flaubert é extremamente meticuloso nas descrições de cada cenário, sentimento, roupa? tudo.
Emma é uma mulher que gosta de se sentir livre, mas ao mesmo tempo busca por um amor utópico. Charles é um homem conformado, que busca dar o melhor para sua amada esposa (Emma). O livro conta como essa busca por liberdade/amor de Emma vai enfiando ela em pequenas situações desnecessárias, até chegar ao ponto em que ela se ver perdida? E tem o fim esperado para um mulher que sente muito, ela sentiu muito até o fim.

Danilo 15/01/2024

Raparigagem demais!
Não da para menosprezar a dormir como Fleubert descreve todos os detalhes desse romance. "Charles era mais sem graça que uma calçada". Emma assim como Mária em Felicidade conjugal, deslubram o casamento como algo mágico, mas logo se vê na rotina e despreza isso. Tenta encontrar em relacionamentos extraconjugais, coisas que não tinha em seu casamento, mas logo percebe que nas raparigagens também pode chegar ao tédio.

Br_biah 13/01/2024

Incompreensão dos personagens
Eu tinha a mesma visão da Emma a respeito do Charles, que ele era um ser medíocre. Mas passei a conhecê-lo e entendi que ele não de incomodava em ter mais porque já tinha tudo que queria. A Emma é uma mulher mesquinha, de temperamento difícil de lidar e Tola. No entanto, é também uma mulher incompreendida, que tinha uma alma livre, que quería ser libre e descobrir o mundo que lia em seus livros, o mundo que tantas vezes era explorado pelos homens, e lhes permitido.

Rayssa.Travalha 13/01/2024

Ai ai...
Custei a acabar esse livro, ele é mais monótono mesmo, e a personagem principal chataa, desculpa mas não tive muita empatia por ela, acho que nem um pouco. Trouxe reflexões e pelo que vi o livro retrata a vida das mulheres burguesas da época 1800 e pocos, trazendo essa vida sem muitas nuances de acontecimentos onde seu papel era muito restritivo e sufocante. Não gostei mas tambem não desgostei totalmente, uma leitura valida.

Leandro.Vini 12/01/2024

Desejo x realidade
Uma obra clássica, que para sua época foi bem controversa.
Como acabar com sua vida, querendo que ela reflita uma vida ilusória ou outra realidade que, não condiz com a sua. Hoje, vivemos com o advento das redes sociais; vidas são expostas a todo momento; Emma a protagonista de Madame Bovary; não iria se inspirar em romances e histórias de princesas com príncipes; ou grandes heróis galanteadores; ela iria se inspirar em digital influencer da moda, mostrando toda sua vida "maravilhosa e ostentosa.
Os séculos se acumulam, e seres humanos continuam ainda não encarando de frente a realidade; e vivem a buscar formas de romper com a realidade; tentando viver em um estado continuo de bem-estar.

Leferras 11/01/2024

Depressivo, maçante, tem hora que dá vontade de pular várias páginas !
A protagonista nunca está feliz com nada, vive se lamentando e o autor passa páginas detalhando cenários ! Não recomendo para pessoas depressivas !!

Morfeu3 11/01/2024

A ansiedade que sentia por um novo estado, a excitação causada pela presença do homem que ia, a partir da paixão que lhe atrelava, mudar tudo para melhor, que traria a felicidade esperada e coleciona após tantas leituras que consumia, reconhecendo-se, querendo ser ela retratada naqueles romances tão irreais, com elementos que foram justamente retirados da própria história; bem, tudo isso, ia acontecer com ou sem o Charles, a Emma é por total confusa e uma coisa é certa: independente de quem levasse ao altar, seria infeliz e logo se enjoaria, passaria a querer outro, estendendo a experiência do tempo, na verdade reduzindo-a, absurdamente a si mesma, como se fosse algo fora do que dura ou muda. No fim, Emma sempre encontrará o tédio, mesmo tendo tudo.

Ressalvas aqui: podia comentar muitas coisas do livro, mas uma inevitável é o cuidado meticuloso com os detalhes, é tudo tão perfeitamente selecionado, que se torna impossível não se admirar. O Flaubert escreve muito bem, por mais que não seja a minha Clarice.

MagnAlia.Tebaldi 10/01/2024

Madame Bovary e a urgência do novo.
Li esse livro sem contexto algum, nunca tinha ouvido falar nessa história e me interessei por ser um clássico de fácil leitura.
O livro conta a história de Emma Bovary que é uma personagem única na literatura e, ao meu ver, é uma pessoa que está o tempo todo atrás de "novidades", seja um relacionamento novo, uma cidade nova para morar, algo novo para se comprar, ...
Sinceramente, acho que Emma nasceu na época errada. Sua personalidade se encaixa perfeitamente nos dias atuais e no imediatismo das novidades, da constante mudança, não no interior da França do século XIX. Apesar de ser uma personagem complexa em praticamente todos os quesitos, Emma é fácil de compreender: ela quer algo e, quando o tem, não quer mais! simples assim!
O livro é muito bem escrito, e sinceramente eu só não dei 5 estrelas porque é muuito enrolado, com enormes capítulos descritivos bastante parnasianistas, porém amei a história.