spoiler visualizarGeórgia 07/04/2021
Uma crítica às mulheres que sabem o que querem e vão atrás.
Madame Bovary (Gustave Flaubert)
O romance francês conta a história de Charles Bovary, um médico interiorano que se casa pela segunda vez com a jovem Emma que, passado um certo tempo, não encontrando a felicidade, passa a busca-la em relacionamentos fora do casamento e nas compras, sendo essa última a causa da ruína do Dr. Bovary. O livro sempre deixa muito clara a falta de ambição e a mediocridade de Charles, características que Emma detesta, uma vez que está sempre em busca de grandes emoções e reconhecimento social, coisas que nutri a partir dos livros que lê e por isso em vários momentos a personagem é aconselhada a abandonar tais leituras, pois segundo a sociedade, esses livros em nada acrescentam às mulheres e só as fazem desejar aquilo que não é real. Esse é um dos motivos pelos quais dizemos que a obra se trata de uma crítica à escola literária que lhe antecede, o Romantismo.
Mas será que Emma é essa mulher ingrata e ambiciosa, dada aos prazeres carnais, digna de pena e de morte? Vejam que na literatura dos séculos XVIII e XIX (e até nos dias de hoje, podemos afirmar) a mulher que age como Emma deve ser penalizada por seus atos (Anna Karênina), mesmo aquelas de quem apenas suspeitamos (Capitu). No romance, Emma morre. Não há redenção para ela, não houve oportunidade de salvação, e é isso. Um livro que critica a frivolidade das mulheres e não deixa chances de reparação para aquela que comete erros.
?Antes de se casar, ela achava ter amor; mas não tendo chegado a felicidade que deveria resultar desse amor, era preciso que ela tivesse se enganado, pensava. E Emma buscava a felicidade, paixão e embriaguez, que lhe tinham parecido tão elas nos livros?.