Alle_Marques 24/12/2023
Um Eclipse, um Príncipe e a Morte!
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[...] Você realmente a viu, Jessie. Era a Morte, e você realmente a viu, como acontece frequentemente com as pessoas que morrem em solidão. Claro que a veem; está estampado em seus rostos contorcidos e nos olhos esbugalhados. É o velho caubói Morte, e hoje à noite, quando o sol se puser, voltará para buscá-la. [...]
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Não é nem de longe o melhor trabalho do King, mas, como todos os outros, ainda é interessante, ainda vale a leitura.
É um livro extremamente desconfortável e que trata de assuntos bem delicados e incômodos, King tem uma escrita imersiva e sabe criar tensão como ninguém, ele entrega um trabalho gráfico e difícil de digerir, além de ser bem claustrofóbico também. Como todos os seus personagens, Jessie também é complexa e quebrada, não é sua melhor protagonista, pelo menos achei bem difícil gostar dela, mas é fácil simpatizar com sua situação e impossível não sentir repulsa com seu passado, King também trabalha muito bem em cima de suas divagações e paranoias, a forma como ele transmite a insegurança dela, presa naquele quarto, à mercê de qualquer perigo, assim como suas dúvidas sobre o que é real ou não e sua dificuldade em aceitar algumas verdades dolorosas, são alguns dos pontos altos da obra.
Porém, eu não acho que King tinha material suficiente para sustentar um livro desse tamanho, se fosse menor seria bem mais dinâmico e envolvente, funcionaria bem mais, mas com a quantidade que ele escreveu, chegou uma hora que a história, mesmo se aproximando do ápice, já não tinha tanto impacto e estava cada vez mais cansativa, confusa e repetitiva.
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32° Livro de 2023, 44ª Resenha de 2023
Desafio Skoob 2023