Sandra de Oliveira 04/07/2011
Riley Bloom, a irmã fofa e divertida de Ever Bloom (Os Imortais) com um livro só para ela. Corre comprar e ler, por que deve ser incrivelmente legal, certo? ERRADO!
Se você espera encontrar aquela menina tão cheia de encanto e charme, sempre com uma pérola para lá de engraçada na ponta da língua, dividindo sua vida (ou melhor, pós vida) da maneira mais leve, terna e interessante, vai se decepcionar com esse livro. Pelo menos, foi assim que me senti: decepcionada e jogada numa leitura infanto-juvenil que peca em vários quesitos.
Alyson Noël já havia dado uma bela e federal derrapada na série Os Imortais, sobretudo nos dois últimos livros lançados aqui, Terra de Sombras e Chama Negra.
Mas ainda dávamos o direito de nos gabar de que a personagem de Riley roubava a cena quando aparecia, era uma das poucas coisas boas que salvavam a história e lamentamos até dizer chega quando ela foi meio que tirada da história.
Pensar então num livro que conta sua passagem da vida para a morte foi um grande chamariz para atrair a nós, os desavisados.
Particularmente, a impressão que tive ao acompanhar a aventura de Riley com Buttercup e agora a companhia do “guia” Bhodi, treinando e orientando a garota em sua nova função como Apanhadora de Almas, com a primeira missão de convencer a travessia do Garoto Radiante, mais um dentre tantos outros fantasmas que não aceitam deixar o plano terreno, é de que Riley se tornou Ever, o que significa em outras palavras que o encanto se perdeu e ela adquiriu todos os vícios chatos de sua irmã: deixou de ser descolada, engraçada e divertida e ficou reclamona.
Alyson Noël deu uma estrutura redondinha à história, situando os personagens numa trama que até pode agradar alguns, principalmente se você não leu a série Os Imortais, com soluções rápidas, tudo muito bem explicadinho, inclusive no que se refere ao título do livro, capa, cores usadas e afins, mas errou a mão ao nos mostrar uma Riley um pouco diferente daquela garota legal de Os Imortais.
E alguém POR FAVOR ME EXPLICA a mutação sofrida por Buttercup, o animal de estimação de Riley? Não vou detalhar por ser um tremendo SPOILER, mas gostaria muito, muito mesmo de entender se isso é algo que passou batido pela tradução ou foi uma mudança feita pela autora. Não é o fim do mundo, mas faz toda a diferença no contexto se você pensar que histórias que rendem outras histórias devem ter certo cuidado em manter características e detalhes do seu início.
A leitura decepcionou, e quanto à sua continuação, ainda sem título em português, é um caso para se pensar e ainda não sei se vou continuar a acompanhá-la. Por hora, vale lembrar que é uma leitura tão rápida quanto esquecível.