Luíza | ig: @odisseiadelivros 11/07/2020Leitura de quarentena #11O mundo é um caos, nós procuramos significado na vida, mas será que há um verdadeiro significado? Por isso, não importam nossas ações. A vida vale nada.
A teoria do absurdo, presente em L'étranger, nos dá em que pensar. É um romance curto, narrado pelo Monsieur Meursault, um homem que vive a vida com indiferença. Não acredita em Deus, não chora no enterro de sua mãe e mata um homem sem ter motivos concretos para isso.
Narrado em primeira pessoa, a história é centrada nele. Apenas nele. As frases curtas, cirúrgicas, com palavras bem definidas, fazem com que o livro tenha uma das técnicas narrativas mais interessantes que já vi. Além disso, o egocentrismo do protagonista faz com que ele fale mais dele do que de qualquer outro personagem ou fato. Assim, sempre destaca sua indiferença aos fatos, mesmo que não esteja alheio a eles (ele apenas não se preocupa). Outra técnica estilística utilizada para ressaltar o seu egocentrismo é o discurso indireto livre: é ele quem, na maioria das vezes, fala pelos outros personagens.
O livro, em inglês, possui o título The Stranger (O estranho) e, em português, O estrangeiro. O personagem de quem os títulos falam é o Meursault, alheio, indiferente aos outros e à vida, tece a teoria do absurdo, a falta de significado que esperançosamente damos à vida.
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