O corcunda de Notre Dame

O corcunda de Notre Dame Victor Hugo




Resenhas - O Corcunda de Notre-Dame


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Fábio 29/07/2011

Romance originado por uma única palavra: Fatalidade.

O Corcunda de Notre-Dame ou Notre-Dame de Paris é mais que um simples romance, é um texto histórico, Victor Hugo como grande historiador, usa toda sua diligencia no intuito de conscientizar o público a conservar o grande patrimônio histórico, a Catedral de Notre-Dame. Por isso o segundo nome é mais adequado, uma vez que o corcunda nem chega a ser o personagem principal.

Como é de praxe nas obras hugolianas, este livro é recheado de passagens filosóficas, históricas e uma detalhada descrição da arquitetura tanto da catedral como da cidade na época, não se esquecendo dos personagens, desde os pedintes e ciganos até o rei e a nobreza, que eram destaque nesse tempo. Victor Hugo mostra mais uma vez que é um escritor diferenciado, mesmo o objetivo do livro seja a catedral, ele não deixa nada a desejar da história, pormenorizando os sentimentos dos personagens, ele consegue transmitir ao leitor, toda a angustia de uma mãe em que o filho é roubado, até os sentimentos de quem está subindo o cadafalso; E pasmem! Ele só usa a escrita para isso.

O enredo é de uma história intrigante, de um amor doentio do arquidiácono Claude Frollo pela cigana Esmeralda, seu amor patológico, capaz de tudo, de até ser apóstata, o leva cometer um crime passional. As alucinações do arquidiácono nas ruas de Paris me fazem lembrar as alucinações de Raskólnikov em São Petersburgo. Hugo transporta, como o escritor russo, todo o delírio para fora das páginas contagiando o leitor, que sai após a leitura, ébrio, atordoado em devaneios. E é nesse ambiente insalubre que vive Quasimodo, o corcunda, filho adotivo de Frollo.

Quasímodo é a personificação do bullying atualmente, uma criatura maltratada, desprezada desde a infância, a única deficiência que não tinha, a surdes, ele consegue obtê-la pelos trabalhos na Notre-Dame, tocando os sinos. Realmente um ente hediondo, um monstro entre a sociedade, sofrimento é seu sobrenome.

Um romance lutuoso, de criaturas desafortunadas, seja pelo preconceito, pela pobreza ou pelo amor platônico; encontramos injustiça, vingança, ambição e negligência. Emocionar é inevitável.

Jazz 17/01/2012minha estante
gostei 567 vezes :p


Fábio 18/01/2012minha estante
Obrigado :)


Helô 01/11/2012minha estante
Li a pouco tempo esse livro..
É emocionante mesmo...


Ana 09/05/2014minha estante
Resenha perfeita! Parabéns! Definitivamente, comprarei esse livro hoje!


Cah 15/01/2020minha estante
Adorei sua resenha, o livro está na minha meta de leitura este ano e até passei ele na frente por conta do que escreveu hahaha
Parabéns!


Fábio 07/02/2020minha estante
Cah Não vai se arrepender, esse livro é incrível. Victor Hugo sabe descrever a alma humana como ninguém


uiliandalpiaz 04/09/2022minha estante
Qual é a melhor edição será? Penguin ou Zahar?


Fábio 26/09/2022minha estante
uiliandalpiaz procure saber qual o tradutor de cada uma e veja quais obras traduziram, também vale a pena olhar atrás da página de rosto para saber qual versão do original foi utilizada


Fernando Jr 14/06/2024minha estante
É bem isso q dá a entender qdo se ouve das obras de Victor Hugo, a Paris como foco principal e não os personagens, eles servem pra individualizar os problemas sociais através deles. Como hj em dia, uma coisa é falar do Rio Grande do Sul, outra é ver a vida de um individuo vivendo aquela realidade, q é onde dói de vdd.




Aline 15/11/2020

Não é o melhor do autor
Achei o livro um pouco fraco e enfadonho, vale pelas descrições da cidade.
Nimrod Serrano 15/11/2020minha estante
eu queria muito ler, mas tenho visto algumas opiniões controversas


Aline 15/11/2020minha estante
É bem fraquinho, n se compara a Os miseráveis


Nimrod Serrano 16/11/2020minha estante
eu tenho Os trabalhadores do mar na estante, vou nele primeiro, é mais curtinho


Aline 16/11/2020minha estante
Esse trabalhadores tem umas partes sobre vida no mar e barcos q são bem chatas, mas outras partes bem empolgantes, acho q é melhor q o corcunda


Nimrod Serrano 16/11/2020minha estante
Se não for um TCC sobre a vida marítima, tudo bem! Hahaha. Dois autores que falam sobre o mar sem serem chatos são Jorge Amado e H.P. Lovecraft.




Karoline664 22/05/2021

Trágico
O Corcundo de Notre Dame é um livro que me trouxe tristeza, raiva e revolta por conta de todas as tragédias narradas, além do final ser simplesmente sublime, porém também tem seus pontos negativos. Em alguns capítulos o livro parace ser uma carta de amor a Paris, o que me deixou um pouco incomodada, por me deu a impressão de que foi escrito para parisienses, apenas. Também, não entendi o propósito do foco no irmão de dom Claude, que não acescenta nada para a história, além do amor do dom por esmeralda não ter explicação, assim como o amor da mesma por Phoebus.
Apesar se uma certa incoerência e conveniência em algumas cenas, é um ótimo livro que reatrata a crueldade e a hipocrisia da sociedade.
Talvanes.Faustino 22/05/2021minha estante
Neste livro todas as personagens são mero adereços. O protagonismo é da igreja, Victor batizou o livro como "Notre-Dame de Paris" o nome atual veio com a primeira tradução pra o inglês que o Victor gostou e não reclamou. Na época, a igreja está caindo aos pedaços, o romance é um manifesto de defesa deste patrimônio da França, tinha o objetivo de chamar a atenção pra o estado da igreja e depois da publicação e do sucesso, o rei ordenou uma reforma. Não parece carta de amor a Paris, é exatamente isso. Se vc ler outros romances de Hugo, verá ele ama Paris e a França e o povo francês acima dele mesmo.


Karoline664 22/05/2021minha estante
Uau, que interessante, obrigada hehehe com certeza lerei ao menos os miseráveis


Tassio 22/05/2021minha estante
Tenho muita vontade de ler esse clássico ?


Talvanes.Faustino 22/05/2021minha estante
De nada -k Os Miseráveis é minha obra favorita da literatura francesa.


Geraldobneto 29/11/2021minha estante
Sobre os amores, o da Esmeralda se vc forçar um pouco dá pra imaginar que é porque se trata de uma adolescente, que nunca tinha sentido isso e se apaixonou (dá raiva, mas talvez seja compreensível). O do Frollo começou com uma paixao e foi crescendo ao longo da história principalmente pelo sentimento de proibido, acredito, até virar loucura




Aline Mari 21/05/2022

Bonito e trágico ao mesmo tempo
Este livro foi meu segundo contato com a obra de Victor Hugo, sendo o primeiro Os miseráveis (meu livro da vida). Deste modo, já estava preparada para as intermináveis divagações do autor ao longo da história. Mesmo assim, no início achei que este livro entraria para minha lista de desistências, mas com o passar das páginas fui me envolvendo com a narrativa, que passou a ter um ritmo mais fluido. Ao final da leitura, além dos múltiplos sentimentos que a narrativa provoca, fica o pensamento: "Que bom que persisti!".

Nas minhas resenhas, gosto de falar das sensações que o livro me provocou, pois a sinopse já se encontra na contracapa da maioria das obras. Com este livro, não vai ser diferente: em momentos diversos no desenrolar das páginas eu chorei, me entediei, me emocionei, fiquei consternada, me enfureci com a injustiça e me enraiveci com uma ingenuidade exacerbada. Enfim, um livro completo para mim!
@fabio_entre.livros 21/05/2022minha estante
Apesar dos pesares, não dava para dar menos que o máximo, né?!


Aline Mari 21/05/2022minha estante
Foi o que pensei Fábio... E agora, depois desse, vou ler algo mais levinho para depois encarar um Thomas Mann... Rsrsrsrs


Cleuzita 25/05/2022minha estante
Vocês são inspiração pra mim ?


Amanda 19/07/2022minha estante
talvez eu dê uma chance pela resenha da minha amiga, mas tenho um certo trauma de Victor Hugo. hahahahaha




Valério 18/07/2019

Humanidade: seu pior e seu melhor
O Corcunda de Notre Dame é um drama muito mais real do que se possa imaginar.
O sofrimento que ali encontramos ainda se pode encontrar.
É certo que a época em que o livro é ambientado era de um mundo ainda mais cruel e desumano.
Mas ainda se vê o mal que se pode fazer para se atingir seus desejos.
Traição, vingança, insídia se manifestam hoje sob diferentes formas.
Mas permanece a maldade no coração dos homens.
E é nesta ligação que nos quedamos incomodados pelas injustiças que vivemos ao ler o livro.
Victor Hugo descreve as misérias humanas como poucos.
E convence.
Podemos vivenciar o ser humano no que tem de pior e de melhor através de seus livros.
Contudo, "O corcunda de Notre Dame" ainda fica atrás de "Os miseráveis", este a obra mais grandiosa de Victor Hugo.
Mas não pense que "O corcunda..." não seja uma leitura fantástica. É que "Os miseráveis" é um dos melhores livros de todos os tempos.
Sugestão? Leia os dois.
Kelly Oliveira Barbosa 18/07/2019minha estante
Sugestão anotada :)


Kelly Oliveira Barbosa 18/07/2019minha estante
Já tentei ler os Miseráveis uma vez, acho que não era o momento certo. Talvez tente O Corcunda... primeiro então.


Valério 18/07/2019minha estante
Achei o início de "O corcunda" um pouco chato. Muita descrição da Catedral. Depois embalou. Sou suspeito, pois gostei muito de "Os miseráveis". Tomara que goste de O corcunda para depois ler Os Miseráveis


Jéssica R Carvalho 18/07/2019minha estante
Resenha inspirou a ler dos dois! ð




Ranielle Cristina 06/02/2023

Passada em Paris, durante a época medieval, a narrativa tem lugar na Catedral de Notre-Dame, a principal igreja da cidade durante o período. É lá que Quasímodo, uma criança que nasceu com deformações no rosto e no corpo, é abandonado pela família.

O personagem cresce se escondendo do mundo, que o maltrata e rejeita, e se torna sineiro da catedral, a mando do arcebispo Claudde Frollo. Na época, a capital parisiense estava repleta de cidadãos em situações extremamente precárias, muitos dormiam nas ruas e pediam dinheiro para sobreviver.

O local não possuía nenhuma força policial, sendo apenas patrulhado por alguns guardas do Rei e membros da nobreza que encaravam os mais desfavorecidos com desconfiança, como um perigo social.
nath191 15/02/2023minha estante
Essa edição é o texto original ou é adaptada?


Ranielle Cristina 23/02/2023minha estante
É o texto original, de 1831


nath191 24/02/2023minha estante
Obrigada!


Ranielle Cristina 26/02/2023minha estante
Por nada




Ju_allencar 30/01/2024

Uma história trágica
Eu confesso que a história só começou a ficar interessante pra mim na metade do livro e faltando uns 30% do livro a história simplesmente fica viciante e difícil de parar de ler. Victor Hugo enrola em algumas partes. São coisas que não contribuem com a história. Mas se você consegue ficar firme na história, a recompensa é grande. Baita leitura ??
Bruno Oliveira 31/01/2024minha estante
Os miseráveis também é assim. Vai ver por serem romances seriados o autor usou dessas artimanhas textuais pra manter os leitores, e também, claro, pra cumprir com a quantidade de texto combinada com os editores. :)


Ju_allencar 31/01/2024minha estante
Mas você indica a leitura dos miseráveis? Eu pretendo ler em breve, mas seria uma leitura bem mais lenta, sem pressa.


Bruno Oliveira 31/01/2024minha estante
Sim! Com certeza, recomendo muito! Lá há personagens maravilhosos, e, nossa, o tudo o que acontece com eles, mexe com a gente, bem lá no fundo de nossos corações... A parte da guerra é a "gordura" do romance, mas faz todo o sentido pra apresentar certos personagens. Leitura obrigatória pra todo bom leitor. :) As mais de mil páginas (!!!) passarão voando...


Ju_allencar 31/01/2024minha estante
Nossa então tenho mesmo que ler ?. Obrigada pela dica ?




Claudia Canazart 08/02/2020

Leitura interessante.
Foi uma leitura interessante. Para mim se arrastou até seus 45%. Depois ficou boa, e depois muito boa, mas... não agradei do final...
Enfim... uma boa experiência de leitura... Muito diferente de Os miseráveis do mesmo autor que eu amei e favoritei.
Fran 08/02/2020minha estante
Você é guerreira! Ainda estou lutando pra sair dos 30% kkkkkkkk


Claudia Canazart 08/02/2020minha estante
Depois de 45% melhora muitooooooo


Fran 08/02/2020minha estante
Tomara, porque está difícil


Rosy.Lira 27/05/2020minha estante
Tbm está lista de espera , assim como os miseráveis do mesmo autor




Vivi.Montarde 26/03/2022

Impactada com esse final!

Que história incrível. Bonita, tocante e sensível. O livro nos desperta muitos sentimentos, que vão da raiva a pena em segundos. Mas achei a leitura difícil em alguns momentos, por ser bastante descritiva, o que a torna cansativa em alguns trechos. Porém vale muito a pena.
E esse final?até agora não sai da minha cabeça?.
JAlia372 26/03/2022minha estante
Victor Hugo ?? the best.


Vivi.Montarde 26/03/2022minha estante
Me apaixonei por ele quando li Os miseráveis. Que mente é essa pra criar essas histórias né?!


JAlia372 26/03/2022minha estante
Simm


Marisa 27/03/2022minha estante
Vivi, preciso me animar e voltar aos Miseráveis e depois, quem sabe, O corcunda.




spoiler visualizar
jaircozta 26/03/2020minha estante
Parabéns dou ao Victor Hugo.


Gi* 27/03/2020minha estante
Todo mérito ao dono da obra.
Mas em relação à adaptar esse conto para crianças sem perder a essência da mensagem acredito que foi um desafio também.


jaircozta 27/03/2020minha estante
Eles mudaram a essência da obra pra um final feliz ilusório. Depressão e ansiedade pos-adolescência na geração dos anos 80/90 são reforçadas por estereótipos e ideais de existência artificiais e a Disney só está mudando esse discurso hoje. Veja se a tribo da Pocahontas ficou feliz com a adaptação da vida dela pra animação. Não, porque ela foi estuprada aos 12 anos. Acho que a animação é bonitinha, mas não guarda essa essência toda. Porque o Quasimodo não tem um final feliz. Nem esmeralda. A crítica e a essência estavam na crueldade x amor. Enfim... A Disney não é merecedora de elogios, mas é minha meta visão pautada em algumas décadas de estudo antropológico.




nataliagomestwd 21/06/2020

Entre altos e baixos
Foi o meu primeiro contato com as obras de Victor Hugo, não sabia que ele era tão descritivo, em algumas partes eu fiquei cansada de tantas descrições que ao meu ver não acrescentavam muito para a história e só estavam ali para encher linguiça, mas gostei da parte em que era com os personagens, o final me decepcionou um pouco.
She King 23/06/2020minha estante
estou lendo é esta dificil muita descrição espero que melhore


nataliagomestwd 24/06/2020minha estante
Essas partes me cansaram kk principalmente nas primeiras partes do livro


Daniel.Souza 22/07/2020minha estante
Victor Hugo é muito descritivo e faz muitas reflexões ao longo do livro. É a mesma coisa em os Miseráveis, os trabalhadores do mar e o homem que ri. Além das descrições, informações históricas existem as reflexões. A obra dele é essencialmente trágica.




Mia 07/05/2021

Uma obra prima impossível de colocar em palavras, um dos melhores livros já publicados. É um livro para conhecer a si próprio, também.
Dayana.Trajano 07/05/2021minha estante
Perfeito! No começo fiquei meia assim, mas com a insistência e a chegado ao final, percebi quão maravilhoso esse livro é. Eu amei muito também.


Dayana.Trajano 07/05/2021minha estante
Ainda me pego pensando nele, inclusive não superei.


Mia 07/05/2021minha estante
Insuperável, um dos melhores que já li.




Caroline Gurgel 18/11/2015

Os miseráveis de Notre Dame
Antes mesmo de terminar a leitura de Os Miseráveis, eu já sabia que ia querer ler tudo que Victor Hugo escrevera. Então, assim que concluí o que se tornou o melhor livro da minha vida, engatei em O Corcunda de Notre Dame com altas expectativas.

A história se passa na Paris de 1482 e não tem um personagem principal, como pode sugerir o título, mas vários. O Corcunda de Notre Dame nos fala não só do corcunda Quasímodo, mas também da cigana Esmeralda, do poeta pobretão Gringoire, do capitão mau caráter Phoebus e, principalmente, do arquidiácono Claude Frollo.

Assim como em Os Miseráveis, Victor Hugo dá tanta vida a cada personagem e os caracteriza tão incrivelmente bem que ficamos sem saber quem é o protagonista. Talvez a protagonista aqui seja a catedral, ou mesmo Paris e suas ruas. É tudo muito bem fundamentado e ricamente detalhado.

Quasímodo foi abandonado na catedral quando ainda era bebê e foi adotado por Claude Frollo, o arquidiácono, que o criou isolado dentro da Notre Dame e deu-lhe a função de sineiro. Ele, que já era coxo, deformado e caolho, desenvolveu uma surdez devido ao barulho dos sinos.

Esmeralda, muito ingênua, não tinha ideia de sua beleza. Era uma cigana linda, exuberante, que cantava e dançava nas praças com sua cabra, arrancando olhares e suspiros dos homens.

Prefiro não falar no papel de Esmeralda na relação entre Quasímodo e Frollo. Aliás, melhor não contar mais do desenrolar da história, dos amores e desamores, das torturas e crueldades, da miséria e seu contraste com o luxo da realeza.

Victor Hugo é extremamente detalhista, especialmente na primeira metade do livro. Ele fala de arquitetura, de como ela era uma forma de se contar e de se registrar uma história, ou a História. Descreve a catedral, as ruas e os prédios de Paris minuciosamente.

"Por mais admirável que pareça a Paris do presente [séc.XIX], imaginem a Paris do século XV, reconstruam-na em pensamento, observem o céu através daquela aleia surpreendente de pináculos, de torres e de campanários, circulem pela imensa cidade, pela ponta das ilhas, acompanhem os arcos das pontes do Sena, sobrepondo-se às águas que tomam cores ora esverdeadas, ora amareladas, mais cambiante do que uma pele de serpente; recortem claramente sobre o horizonte azul o contorno gótico daquela velha Paris; façam-no flutuar na névoa de inverno que se agarrava às suas inúmeras chaminés; mergulhem-no numa noite profunda e reparem o estranho jogo de trevas e luzes no sombrio labirinto de edifícios; acrescentem um raio de lua que vagamente o desenha e deixem escapar da bruma os grandes picos das torres; ou retomem essa negra silhueta, reavivando com sombra os mil ângulos agudos das flechas e dos frontões e deixem que ela se realce, mais denteada que a mandíbula de um tubarão, contra o céu de cobre do poente."

Ele toma capítulos inteiros descrevendo a cidade ou a catedral, e interrompe, aqui e acolá, a história para explicar como funcionava coisa tal na época em questão, o que pode ser cansativo para alguns leitores. O que posso dizer como estímulo é que vale o esforço.

Em um capítulo específico, Victor Hugo nos coloca no alto da catedral, pede que olhemos adiante e começa a descrever tudo, tudo mesmo. Comecei esse capítulo lendo meio rápido, querendo chegar logo ao próximo, querendo voltar aos personagens. Então, parei e pensei “que outra oportunidade de visitar a Paris do século XV eu terei?” Recomecei o capítulo devagar, sem pressa, fechando os olhos e visualizando cada construção à minha frente. Foi um deleite, inebriante. Como arquiteta que sou, talvez tenha sido mais fácil, mas vale tentar.

O Corcunda de Notre Dame fala de amor, de amores, dos vários tipos de amor. Fala do amor de mãe, eterno, único, incondicional, o maior de todos. Fala do amor de um filho renegado para com o pai que o criou. Fala de amor romântico, utópico, sonhador e cego. Fala de amor não correspondido e como cada um reage diferente a ele. Fala do amor obsessivo, cruel, do amor que não é amor. Fala do amor entre irmãos, de compaixão e do amor desprendido, do amor que não quer nada em troca, que deseja a felicidade do outro acima de tudo.

Victor Hugo critica e ironiza a justiça, critica as desigualdades e as penalidades, o autoritarismo e o clero. Fala do perigo das generalizações, fala de preconceitos, de como ele pode afastar de você as coisas boas, de como ele pode afastar de você aquilo que você mais procura.

O livro tem personagens bem marcantes e bem construídos. Quasímodo passa por um conflito interno, uma angústia em relação ao seu pai adotivo e Esmeralda que é quase palpável. Tão real e profundo quanto, é o conflito que Frollo vive durante todo o livro. O que dizer da sachette que tanto mal desejou às ciganas? De partir o coração.

Na verdade, de partir o coração mesmo são as linhas finais dessa história. Emocionante, não há outra palavra.

É preciso que se diga ainda que esse livro não chega perto do que é Os Miseráveis, e não por ser fraco ou algo do tipo, mas simplesmente porque nada chega perto de Os Miseráveis. O Corcunda de Notre Dame é um livro excelente, apenas. rs

5/5 ★ ★ ★ ★ ★
4.75/5 ❤ ❤ ❤ ❤ ❤

site: www.historiasdepapel.com.br
Silvestarley Oliveira 18/11/2015minha estante
"Antes mesmo de terminar a leitura de Os Miseráveis, eu já sabia que ia querer ler tudo que Victor Hugo escrevera".
Compartilho deste mesmo pensamento. Pra mim, Os Miseráveis também se tornou o melhor livro da minha vida.
Parabéns pela resenha! Aumentou a minha vontade de ler "O Corcunda de Notre Dame".
=D


Caroline Gurgel 20/11/2015minha estante
Obrigada! :)) O Corcunda não chega aos pés de Os Miseráveis, mas ainda assim é muito muito bom. Espero que goste!




Ryan Colossal 08/01/2020

Cruelmente Real
O Corcunda de Notre Dame é um livro intenso, que mostra o pior de maneira cotidiana, é chocante como os erros de séculos aparecem no nosso hoje, seja de modo repetitivo ou uma nova forma de mostrar a pior face do ser humano. Romance cruel, faz repensar. Livro sem piedade e com metáforas que cutucam as feridas. Eu ainda estou plerplexo com tudo que aconteceu, leiam e sintam o desprazer mais prazeroso.
Pâm 15/02/2020minha estante
ótimo ??


Pâm 15/02/2020minha estante
gostei ??




Gui_Margutti 14/07/2016

Não, ele não tem nada a ver com a animação da Disney!
Olá Conectados!

Eu já preciso começar essa postagem gritando aos 4 cantos: Leiam esse livro!
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Se você tem interesse nesse livro e está se enrolando para lê-lo, seja por qualquer motivo... Repito, leia!!!
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Pare de negligenciá-lo e comece agora mesmo. Se puder, leia essa edição da Editora Zahar que está incrível.


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Se você conhece a obra, O Corcunda De Notre Dame, pelos filmes e pela linda animação da Disney; já te adianto que, infelizmente, aquela fofurice toda não representa o que Victor Hugo escreveu. Deixa eu reformular. É claro que encontramos ali, um pouco da essência. Porém, para ler essa obra, é melhor que você esqueça tudo aquilo que já assistiu.
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Por mais fofo que seja o filme da Disney (E eu adorooo esse filme), ele não é nenhum pouquinho fiel ao livro.


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O nome original do livro era #Notre Dame de Paris,1482. Por isso, ainda hoje é possível encontrar edições com esse nome. Acontece que, numa tradução inglesa, alguém teve a ideia de usar o nome do Corcunda no título da obra.
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Victor Hugo, moço esperto e genial que era, gostou da ideia. Então, a obra passou a ser traduzida com esse nome.
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Porém, lendo o livro é possível compreender o nome inicial. Já que, para tristeza de alguns, nosso querido Quasímodo, (aquele que foi tao fofinho na animação do cinema,) quase nem aparece na obra. Ele só irá aparecer após umas tantas páginas da história.

Pode-se afirmar, com certeza, que A Catedral de Notre Dame não é o cenário, mas sim a personagem principal da história.

Não pense que isso faz com que gostemos menos da criatura monstruosa e judiada. Apesar de coadjuvante, nosso autor gênio foi capaz de escrever e descrever um personagem extremamente rico. Todos os personagens são extremamente profundos; e uns, é claro, imensamente cativantes.
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Ouso dizer que terá um entendimento muito diferente sobre o religioso "malvado", #Frollo, e também sobre nosso "mocinho", #Phoebus, quem ler o livro.
O arquidiácono, no livro, é um homem extremamente inteligente, centrado, interessante e profundo em suas convicções. À medida que sua paixão por Esmeralda avança, (e isso não é spoiler, todo mundo sabe que ele é louco pela cigana) Frollo "enlouqece", não sendo mais capaz de viver as suas antigas convicções.
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Ah, a Doce Esmeralda é a típica mocinha dos romances medievais. Boba ao quíntuplo, faz com que tenhamos vontade de entrar dentro da história para dar um chacoalho nela, na esperança que a coitada acorde. OMG!!!
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Devo adiantar que esse é um livro longo, denso e cheio de digressões. Victor Hugo Foi expert na habilidade de descrever detalhes, muitos detalhes; mas, sem ser um porre... Confesso que, no comecinho, ler tantos detalhes estava cansativo. Mas, depois que a história engrenou, a riqueza de detalhes fez toda a diferença. Há uma capitulo onde ele descreve a Catedral e inclusive Paris, vista de cima, observada pelo topo da catedral, que é simplesmente sensacional. Ele poderia ter escrito mais ali, porque, ainda assim, desejaríamos mais daquele tour por Paris do sec. XV.
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Victor Hugo, aqui, foi quase um historiador. O autor viveu no sec. XIX, mas escreveu uma historia sobre a França e Paris do século XV. Dessa forma, a edição comentada da Zahar ajuda muito a entender, em alguns momentos, o que é histórico e o que é apenas a visão do autor. O romancista também criticou e ironizou a injustiça vivida, as desigualdades, o abuso do clero e as penalidades típicas da época.
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Ao final do livro, a sensação era de que o coração poderia pifar a qualquer momento. O desfecho me deixou sem chão. Como eu só conhecia a história através da telinha, foi totalmente inesperado. Contudo, não se preocupe. Não é um final inaceitável ou absurdo; é apenas intenso e surpreendente.
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Enfim, agora é hora de voltar para os Miseráveis, porque Victor Hugo é elixir da vida em forma de livro!

site: http://www.historiasdeumacoffeelover.com.br/2016/07/o-corcunda-de-notre-dame-victor-hugo.html
Jessé 17/12/2016minha estante
Descordo de vc se o filme da Disney ser fofo. Na verdade eu não deixaria uma criança assistir ele. Tem cenas muito pesadas e macabras na verdade. Principalmente a canção de Frollo sobre Esmeralda que possui uma linguagem bem obcena. Não é a toa que foi considerado um dos filmes mais sombrios da Disney. Quanto ao livro vs filme, a história dos dois possuem muitas semelhanças sim. Muitas cenas do livro, o filme retratou, como o festival. A piedade de Esmeralda com Quasimodo, a personalidade de Clopin, que chega a ser muito idêntica ao do personagem do livro. Logicamente o final é muito diferente, e as questões morais do personagens também. Mas em se tratando de uma adaptação, A essência do livro está lá.


Renata1004 24/04/2017minha estante
Elixir da vida?




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