TiagoHelmer 27/11/2018Esse é o último livro da trilogia de Hobsbawm, que explica o contexto histórico que antecede a Primeira Guerra. A escrita do autor no início parece ser complicada, porém na medida em que o leitor acostuma, ela fica bastante fluida. Achei esse livro mais agradável que “A Era das Revoluções”. É perceptível certa familiaridade com o contexto explorado.
O autor aborda o início do imperialismo, explica a tensão dos países da época que variava de domínio de colônias de influência, armamentismo, nacionalismo exagerado, entre outros fatores. O livro tem um bocado da política, mas também capítulos que mostram o cotidiano das pessoas. Tem capítulo que explica a “Bela Época”, o advento da classe média, onde as pessoas viviam uma vida tranquila e peculiar. Ele fala sobre as mulheres e sua crescente autonomia. Tem capítulo para arte, ciência e ideologias. O capítulo sobre nacionalismo é bastante interessante. Como Hobsbawm é um historiador, ele desmembra minuciosamente os acontecimentos da época que eclodiram no chauvinismo (fanatismo nacional). Dentre as causas o autor aponta a educação, a xenofobia, o protecionismo econômico, o antissemitismo, o anticomunismo e por aí vai.
O melhor capítulo é o último “Da paz a guerra”. Nesse capítulo o autor explica os principais acontecimentos, o que eu acredito que seja o foco das pessoas que procuram esse livro. Além de explicar detalhadamente esses episódios, Hobsbawm faz reflexões e conta de forma quase nostálgica aquele ocidente que antecedeu a guerra. Parece que as sociedades estavam indo bem até que no final as pessoas comuns queriam guerra. Eles ainda não tinham a consciência do horror que seria os próximos anos.
O livro é bastante completo e explica muito bem a época proposta pelo historiador (1875 -1914). A abundancia de informações e detalhes faz com que imaginemos dentro desse contexto, facilitando o entendimento de uma das maiores perguntas da história: por que a Primeira Guerra surgiu? O historiador toma o cuidado de não demonstrar suas inclinações e sempre tenta ser imparcial, demonstrando os acontecimentos que tentam responder a essa pergunta.