O homem ilustrado

O homem ilustrado Ray Bradbury




Resenhas - O Homem Ilustrado


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davidplmatias 25/01/2019

Adoro contos de ficção científica antigos, demonstram como evolui nossa imaginação. Destaco uma especial atenção a um aparelho que um dos personagens usava para ouvir o "rádio jornal", uma espécie de boné com alto falantes. Fico imaginando o que o autor diria se soubesse que ouvi texto dele utilizando um sintetizador de voz no meu smartphone.
Emanuel 12/01/2020minha estante
Qual sintetizado você usou?




neto0533_ 27/12/2022

Um ótimo livro de contos
O Homem Ilustrado é um livro do mesmo autor de Fahrenheit 451, Ray Bradbury, onde o mesmo mescla um pano de fundo com uma coleção de contos. A história narra no epílogo o encontro entre um andarilho e a figura do Homem Ilustrado, um outrora artista de circo que agora tem tatuagens vivas espalhadas pelo corpo. As ilustrações na pele do homem se movem à noite, dando vida às 18 histórias inseridas no livro. A última delas, com o mesmo título do livro, conta a história do próprio Homem Ilustrado.
Estava com boas expectativas em relação ao livro, já que a escrita do autor foi uma das coisas que mais gostei em Fahrenheit 451, que se tornou um dos meus livros favoritos. Minha maior preocupação era em relação ao tamanho dos contos, achando que não haveria margens para um bom desenvolvimento de personagens e do enredo em si.
Acabou que o livro entregou ótimas histórias, com excelentes doses de especulação e reflexão. A escrita de Ray Bradbury faz o trabalho de envolver o leitor dentro de cada um dos contos, onde cada um deixa uma importante mensagem. Os futuros imaginados aqui são críveis e imagináveis, e quem lê consegue se apegar às histórias e aos personagens representados nelas.
Não há nenhum conto que seja ruim, só alguns que acabei não gostando por conta da execução das narrativas, mas mesmo esses conseguem passar algum tipo de mensagem.
Os contos que mais gostei foram: A Savana; Caleidoscópio; A Longa Chuva; O Homem do Foguete (um dos meus preferidos); Os Exilados; Nenhuma Noite ou Manhã Específica (gostei muito da construção de personagem); A Raposa e a Floresta (não esperava pelo plot twist); O Visitante; Marionetes, S.A. e O Foguete.
A história de fundo, com a aparição do Homem Ilustrado, é apresentada logo no início, e, ao mesmo que o leitor se diverte com os contos, fica querendo saber sobre o passado da figura que carrega o nome da obra. Quando se aproxima do final, vem a revelação sobre o passado do homem, fechando o livro de forma excelente e um pouco melancólica (assim como o final da maioria dos contos), deixando o recado sobre os perigos que a evolução da tecnologia pode trazer, mas também os benefícios do seu bom uso.
Recomendo pra quem gosta de ficção científica, e também para quem gostou de Fahrenheit 451 e quer descobrir mais sobre o autor.
Brito 29/01/2023minha estante
???




Lili Machado 15/10/2012

18 tatuagens, 18 contos, 18 visões do destino da humanidade.
Ray Bradbury traz maravilha à vida. Para o autor, a maior força do universo é a natureza humana. Suas coletâneas de contos são, normalmente costuradas por um tema em comum.
Nos 18 contos desse livro, a tecnologia desperta os intintos mais primitivos e os sonhos tomam dimensões inimagináveis, num caleidoscópio de magia, imaginação e verdade: tatuagens que criam vida, uma chuva de milhões de anos, rituais da última noite do mundo...
Um homem é encontrado com tatuagens em seu corpo – cada uma respresentando um conto do futuro. 18 tatuagens, 18 contos, 18 visões do destino da humanidade.
Ele era um cenário de foguetes e pessoas, em tal detalhamento intrincado e colorido, que podia-se ouvir murmurando, as vozes das multidões que habitavam seu corpo.
Bradbury se apresenta como um narrador anônimo, que se encontra com o Homem Ilustrado – cujo corpo inteiro é coberto de tatuagens exóticas.
Cada ilustração apresenta um conto:
• crianças levam um jogo de realidade virtual às últimas conseqüências,
• astronautas entram em nossa atmosfera sem uma nave espacial,
• aliens invasores conseguem aliados improváveis em nossos próprios filhos,
• Marte é colonizado por negros fugidos dos preconceitos da Terra e esperam com apreensão a chegada de uma nave terrestre pilotada por um branco,
• guerreiros de outro planeta atacam a Terra e são surpreendidos e conquistados pelo sedentarismo e cultura rasa de nosso planeta,
• sacerdotes viajam para Marte para estudar os pecados marcianos e espalhar a palavra de Deus,
• uma cidade inteira é construída sobre pilares de vingança da mente de seus construtores,
• autores de contos de terror que foram banidos da Terra só conseguem se manter vivos pelas poucas páginas que restaram de seus livros censurados.
Apesar de ter sido escrito entre 1940 e 1950, as estórias estão atualíssimas.
As idéias de Bradbury sobre o lado melancólico da humanidade estão muito bem representadas com sua marca pessoal e poética. Os contos são apenas formas de apresentar estas idéias ao público leitor.
O pano de fundo de ficção científica é apenas um detalhe, para suas fantasias e sonhos.
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Luiz 24/07/2013

Sensacional!
Ele ficou conhecido como “o poeta da ficção científica”. E para saber o motivo, uma grande oportunidade é ler O Homem Ilustrado, um dos mais importantes livros de Ray Bradbury. Saiu no Brasil também com os títulos Recordações do Futuro e Uma Sombra Passou Por Aqui.

Destaque inquestionável na vasta obra do autor, aqui ele usa o gênero Ficção Científica como veículo para escrever poesia em forma de prosa. Tematicamente, ele faz críticas à nossa sociedade, na qual o consumismo é mais importante que a aquisição de conhecimento, além de flertar com os grandes questionamentos do ser humano, como: existe Deus? O que aconteceria se soubéssemos que hoje é nosso último dia na Terra? E no caminho ele vai criando imagens fantásticas, dignas de sonho, envolvendo foguetes, robôs e outros planetas, que dificilmente sairão de sua cabeça.

São dezoito contos interligados pela figura do personagem título, que possui o corpo coberto por tatuagens mágicas. Cada uma dessas ilustrações em sua pele, feitas por uma mulher do futuro, conta uma das histórias do livro, que são as seguintes.

A Estepe Africana
Em um futuro próximo, um casal percebe que os brinquedos de alta tecnologia podem estar sendo perigosos para a educação de seu casal de filhos. Conto extremamente atual. Sua visão pessimista se encaixa perfeitamente no nosso mundo dominado por tablets e smartphones, em que as pessoas parecem se distanciar cada vez mais e ler cada vez menos.

Caleidoscópio
Grupo de astronautas tem sua nave destruída no espaço e caem a uma velocidade vertiginosa. Durante a queda para a morte, refletem a respeito da vida que levaram. Conto alucinante, que faz justiça ao seu título, e com um final pra lá de poético. Inspirou levemente o filme Dark Star, de John Carpenter.

O Outro Pé
Nesta história todos os representantes da raça negra, cansados dos abusos e da humilhação na Terra, migram para Marte. Anos depois, quando um foguete tripulado por brancos chega por lá, um grupo de moradores se organiza para promover a vingança por todos os anos de exploração racial que sofreram no passado.

A Estrada
Um homem simples que vive à beira de uma rodovia vê milhares de carros tomando o rumo Norte, fugindo de algo terrível. Conto menor, que possui um clima carregado de desesperança.

O Homem
Um dos contos religiosos da obra. A tripulação de um foguete chega a um planeta que, um dia antes, havia recebido a visita do Cristo. É interessante a junção dos temas, ficando claro que não há qualquer assunto que não possa ser abordado através de uma boa história.

A Grande Chuva
Grupo de astronautas perdido em Vênus precisa enfrentar a interminável chuva que cai no planeta. Um dos melhores do livro, com grande exercício de estilo do autor. Você se sentirá cada vez mais molhado e com frio à medida que for avançando as páginas. É por contos como este que virei fã de Bradbury. Como se não bastasse, o final sugere uma interpretação que pode provocar discussões, deixando esta pérola da ficção científica ainda mais instigante.

O Foguetista
Sob o olhar de seu filho de quatorze anos, a história de um piloto de foguete que só passa alguns dias do ano com a família, devido às suas longas viagens pelo espaço. Conto intimista e sentimental, que inspirou a música Rocket Man, do Elton John.

Os Balões Ígneos
Outro conto em que a religiosidade fala alto. Grupo de padres se dirige a Marte para catequizar os marcianos, e lá passam por uma experiência que os fazem refletir sobre seu papel como representantes de Deus. Bradbury cria belas imagens em nossa mente, rimando os balões de 4 de Julho com os extraterrestres em formato de esferas luminosas.

A Última Noite
Várias pessoas têm o mesmo sonho, através do qual ficam sabendo que o fim do mundo está chegando. Faz um bom par com A Estrada, devido à brevidade e à semelhança de temas.

Os Expatriados
O planeta Marte é povoado por escritores como Edgar Allan Poe, Ambrose Bierce, Charles Dickens e pelos personagens de seus livros, além de feiticeiras, dragões e outras figuras fantásticas. Mas eles se vêem ameaçados pela chegada de um foguete com terráqueos que há muito tempo deixaram de acreditar neles. Aqui Bradbury presta uma fascinante homenagem à literatura sobrenatural e à fantasia em geral, como oposição à fria cultura racionalista dos homens da ciência.

Uma Noite e Uma Manhã Comuns
Um astronauta começa a enlouquecer diante do imenso nada que é o espaço, e preocupa o resto da tripulação da nave. Discussão filosófica em que o imenso espaço sideral representa o vazio existencial do ser humano.

A Raposa e a Floresta
Narrativa de suspense policial que se passa no México, em 1938, sobre um casal perseguido por um investigador que quer que eles voltem para o ano 2155, de onde fugiram.

O Visitante
Homens doentes exilados em Marte recebem a visita de um rapaz que tem o poder de reproduzir neles a sensação de pequenos prazeres que tinham na Terra. Porém, o que era para ser um alívio acaba se transformando em pesadelo, à medida que ninguém quer dividir o rapaz com os outros.

A Betoneira
Relato satírico de uma invasão marciana à Terra. Mas aqui os extraterrestres inimigos não são combatidos com tiros e bombas: eles são recebidos de braços abertos, para serem destruídos aos poucos pelo consumismo sem freios e pela imoralidade da nossa civilização. Neste conto, Bradbury é implacável com a decadência dos costumes humanos, retratando-os sob o ponto de vista do invasor. Outro texto que soa extremamente atual diante dos hábitos da nossa sociedade, que é capaz de destruir antigas culturas com a desculpa da “modernização” dos novos tempos.

Marionetes S.A.
A história de um homem infeliz no casamento que resolve deixar um ciborgue como seu substituto no lar, sem que a esposa desconfie, a fim de fazer sozinho sua tão sonhada viagem ao Rio. Mistura perfeita de humor e suspense, com reflexões sobre a ética no matrimônio e na criação de robôs. O final é perfeito.
A Cidade
Grupo de astronautas pousa em uma antiga cidade de um planeta longínquo. Mas o local, que parecia morto, está muito vivo e quer vingança. Este exemplar de “terror do espaço” é mais um impressionante exercício de estilo do autor, que consegue transformar em poesia até mesmo descrições de eviscerações e desmembramentos.

Zero Hora
Uma mãe acompanha a misteriosa brincadeira nova que está entretendo as crianças da rua. Mas parece que há alguma coisa errada por trás desta diversão. O suspense vai crescendo até a última linha, que entrega um dos melhores momentos do livro.

O Foguete
Um pobre dono de ferro velho, sem dinheiro para viajar com a família para Marte, decide montar um foguete em seu quintal para dar aos filhos a ilusão de que estão viajando pelo espaço. Outra pérola extremamente bela e sensível, daquelas de arrancar lágrimas.

E o livro ainda conta com um epílogo, que traz novamente o homem ilustrado e encerra de forma assustadora.

Como podemos notar, Ray Bradbury criou muito mais do que uma obra de ficção científica. O Homem Ilustrado é um livro sobre a alma humana, com temas universais. Assim como suas histórias se passam no futuro e em outros planetas, elas poderiam muito bem acontecer em qualquer época e em qualquer país, que continuariam despertando nos leitores o mesmo fascínio. Portanto, se você tiver a chance de ter este livro em suas mãos, delicie-se com as palavras encantadoras deste mestre da escrita.
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Nah 17/10/2013

O homem Ilustrado
É uma viagem para o futuro, o espaço e a personalidade humana, cada conto narra os anseios e desejos de seus personagens num futuro próximo ou distante, o mundo pode ter mudado, mas o homem não, pelo contrário suas características ficaram ainda mais fortes, como a crueldade gerada pelos impulsos das crianças que trancam seus pais em uma perigosa selva africana no "holodeck", a redenção do homem branco para com o negro, a fé distorcida em Deus e a agonia de um planeta eternamente em tempestade, é um livro para nunca mais ser esquecido.
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Ju 28/11/2019

Tão bela quanto feia...
...Está obra inusitada da ficção científica deveria ser uma leitura obrigatória a todos os terráqueos e contemporâneos.
Um livro criativo que retrata o desprazer de um homem cujo o corpo fora quase que completamente ilustrado por uma mulher vinda do futuro, cada imagem inusitada que conta sua própria história ganha vida ao anoitecer para narrar-se por conta própria.
Com críticas morais explícitas e tacadas sociais certeiras, ele nos faz perceber o declínio mental que acompanha o progresso tecnológico e industrial de uma maneira, de certa forma, divertida.
Obrigatório por ser realista, tão belo quanto a escrita que descreve tal arte corporal e tão feio quanto o significado dela.
O homem ilustrado é simplesmente único.
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Ju 28/11/2019

Tão bela quanto feia...
...Está obra inusitada da ficção científica deveria ser uma leitura obrigatória a todos os terráqueos e contemporâneos.
Uma
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Emanuel 13/01/2020

Que leitura dificil
Mesmo tendo contos que gostei só terminei essa leitura por não querer abandonar um livro tão cedo do ano.

O conceito do Homem Ilustrado, que nomeia o livro, me deixou fascinado e instigou a leitura do livro, entretanto, a grande maioria dos contos são sem sal, confuso ou chato tem conceitos de scifi interessante, mas, o enredo não é nada interessante de ler.

Os contos que gostei foram "O HOMEM DO ESPAÇO", "SEM TEMPO, NO ESPAÇO", "O VISITANTE", "A CIDADE" e "O FOGUETE". Outros contos que não gostei tão quanto os citados, mas, é melhor que a maioria foram "A RAPOSA E A FLORESTA", "A BETONEIRA" e "AUTÓMATOS SOCIEDADE ANÓNIMA".
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Pedróviz 15/02/2020

Inesquecível
A primeira vez que li O Homem Ilustrado foi quando era menino. Encontrei o livro num terreno baldio, nuns montes de lixo onde eu estava fazendo molecagens. Pois reconheci imediatamente aquele livro, uma edição Ediouro, se não me engano, só que em vez de O Homem Ilustrado o título era o do filme que passara na TV, Uma sombra passou por aqui. Ao recordar do filme, não tive dúvida, corri para casa e comecei a ler aquele livrinho, um mergulho intenso num mundo onde a magia e a ciência se amalgamavam.
Trata-se de um livro de contos de ficção científica excelente, que prende o leitor do primeiro conto ao último. Sim, a leitura do livro foi melhor que ver o filme.
*******
Estou relendo Uma sombra passou por aqui. À experiência da primeira leitura, já marcante e inesquecível, mas feita por alguém com pouca experiência de vida, soma-se o sabor mais intenso que uma releitura tem. Devo dizer que o conto mais significativo e emocionante do livro é "O Homem", no qual Bradbury parece falar não da falta de fé, mas na procura feita do modo errado. "O Homem" é um conto que indico fortemente para todos os que buscam a Deus.
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Paulo 31/07/2020

Gostei muito deste livro pois retrata problemas atuais que, infelizmente, também já existiam na altura em que o livro foi escrito (1951). Alguns dos problemas retratados são a discriminação, a traição, a guerra, a dependência da tecnologia, o egoísmo, o colapso da humanidade devido à tecnologia e a censura.
Um ponto de interesse do livro é que todas as histórias têm por base uma sociedade com um elevado avanço tecnológico e todas demonstram diferentes sentimentos e atitudes do seu dia?a-dia. O livro baseia-se muito na psicologia das pessoas, o que o torna extremamente interessante, pois conseguimos identificar-nos com algumas partes, no que diz respeito à nossa própria maneira de ser. Faz-nos também refletir sobre a vida e sobre os sentimentos que nos assolam em diversas situações. Por exemplo, é engraçado ver uma reação de pura aceitação quando uma pessoa é confrontada com a notícia que o mundo vai acabar daí a umas horas. Será que teríamos uma atitude similar se estivéssemos nesta situação? Será que conseguiríamos esquecer o que outros nos fizeram no passado, se estes necessitassem da nossa ajuda? Estas são algumas das questões que o livro nos coloca.
Além disso, o livro ?devolve-nos? a nossa imaginação de criança.  É ela que nos faz deambular pelo espaço em direção à Terra e é ela que nos leva até uma cidade que tem vida. Com imaginação, tudo é possível, e este livro lembra-nos isso. Não é necessário que a nave saia realmente do chão para viajarmos. Basta nós sairmos do chão, e chegamos mais alto que qualquer nave.
É um livro de fácil leitura, visto estar dividido em pequenas histórias, não ser um livro grande e não ser entediante. A forma de escrever de Ray Bradbury é excelente, especialmente a descrição. Os diálogos também são extremamente bons. O autor também evita dizer tudo sobre certo assunto ou história, ou seja, deixa-nos liberdade de pensamento sobre o que irá acontecer ou o que aconteceu, libertando uma vez mais a nossa imaginação.
Minha única ressalva é que não tem ainda uma edição no Brasil, sendo a que li estava em português de Portugal.
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João Lucas 11/11/2020

Agora eu sei porque falam que é um clássico de Bradbury
Os contos que compõem o livro são excelentes. Bradbury usa o futuro, a tecnologia e a viagem ao espaço para tratar de assuntos como o racismo (O Jogo Virou), a censura (Os Exilados) e a guerra. Confesso que já havia lido alguns contos, mas foi bom reler e ler outros que eu nunca tinha lido. O difícil é dizer qual é o melhor conto.
Ah, e o conto que inspirou a música Rocketman do Elton John (O Homem do Foguete) é tão surpreendente e impactante quanto a música.
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Coruja 28/01/2021

Eu estava há tempos de olho em O Homem Ilustrado, talvez um dos livros mais lembrado quando se fala em Ray Bradbury - junto com Fahrenheit 451 e Algo Sinistro Vem Por Aí. Ano passado ele saiu numa bela edição da Biblioteca Azul e não tive dúvidas de ir atrás, ansiosa por juntá-lo aos outros títulos do autor que tenho na estante.

Bradbury tem uma mistura de linguagem lírica extremamente evocativa e comentário social implícito que muito me atraem. Suas histórias respiram muito do clima político da década de 50 e do medo da guerra nuclear - estávamos, afinal, no auge da Guerra Fria -, mas sua percepção desses problemas continua tristemente atual. Os avanços e abusos da tecnologia, censura e perseguição governamental, imperialismo cultural, racismo e segregação são todos temas que surgem entre esses contos e que rendem muita reflexão.

O Homem Ilustrado tem uma narrativa em moldura, começando com um jovem conhecendo o personagem do título, cujas tatuagens, espalhadas por todo seu corpo, têm o poder de contar histórias e até mesmo prever o futuro. Cada um dos dezoito contos que surgem na sequência é o enredo dessas tatuagens e eles vão de situações absurdas a cenas bem prosaicas; do fim do mundo a infinitas viagens espaciais, da completa perda de fé no universo a momentos de esperança e demonstrações de amor que quase nos partem o coração.

Costurando essas narrativas há o tema da própria natureza da imaginação, do encantamento por trás da criação e contação de histórias - razão pela qual o jovem narrador não consegue despregar os olhos do que contam as tatuagens do homem ilustrado, mesmo quando recebe a advertência de que ele pode não ficar muito satisfeito com o que verá no fim. É interessante também que essa natureza é vista como uma faca de dois gumes, especialmente quando manuseado por crianças.

Contos como A Savana, em que um berçário que usa realidade virtual é transformado num safári infernal pelas crianças da casa; e Hora Zero, em que uma brincadeira de invasão dimensional esconde propósitos mais sombrios, traz-nos crianças cruéis e vingativas, que não aceitam bem os limites que adultos tentam lhes impôr. Não há crianças em O Visitante, mas as ilusões brevemente criadas por um telepata numa colônia marciana de doentes desenganados levam a conflito e morte.

Em compensação, as ações de um pai tentando levar a família a partilhar uma inesquecível memória de uma viagem ao espaço no belo O foguete - meu conto favorito em meio a tantos excelentes - pintam a imaginação como algo libertador, que une os personagens e nos acolhe também. Essa é uma das histórias mais esperançosas da coleção, uma das poucas a terminar numa nota realmente jubilosa.

Considerando o contexto histórico em que eles foram originalmente publicados - muitos deles em revistas especializadas antes de reunidos na moldura do homem ilustrado - não é surpresa o ponto de vista melancólico, muitas vezes bastante pessimista, nem o humor satírico da maioria dos contos. Bradbury não foge de polêmicas; vai da religião a política num passar de páginas, e, por mais fantástico que sejam suas viagens a Marte e Vênus ou mundos ainda mais distantes, está sempre com os dois pés bem firmes em questões universalmente humanas.

Dito tudo isso, O Homem Ilustrado não apenas é leitura obrigatória para seus fãs, trazendo alguns de seus melhores trabalhos, como também serve de excelente porta de entrada para quem nunca leu Bradbury: primeiro porque contos são sempre um bom início na bibliografia de qualquer autor, segundo porque os que compõem essa coleção fornecem uma boa amostra do estilo e dos temas que emergem constantemente em sua obra, além de passear pelos diferentes gêneros com que ele experimentou ao longo da carreira. Para se deliciar com um mestre do ofício, sem dúvida.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2021/01/o-homem-ilustrado-o-triunfo-e-os.html
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camilavitoria_ 12/02/2021

no inicio os contos me lembraram um pouco o mórbido da serie inside number 9. depois virou um grande emaranhado de foguetes e foguetes e espaço. e ai no final a vibe mórbida voltou. curti bastante. queria que tivesse sido assim do inicio ao fim. mas curti!!
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Alexandre 04/05/2021

Ray Bradbury
Um dos maiores criadores de contos da ficção científica mundial. Essa coleção de contos não é diferente. O homem ilustrado tornou-se um ícone criado pelo escritor.
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Leticia2513 16/07/2021

Não tenho nem duvidas de que black mirror foi inspirado nesse livro. Cada conto retrata um futuro com tecnologia avançada e viagens para outros planetas, com um final bem reflexivo. Meu preferido foi Marionetes S.A.
Pra quem tiver interesse, a música "The Veldt - Deadmau5" foi inspirada no primeiro conto.
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