Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden

Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden Valdeck Almeida de Jesus




Resenhas - Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden


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Valdeck2007 03/03/2009

Este livro merece ser lido
MEMORIAL DO INFERNO. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden, autoria Valdeck Almeida de Jesus

“Na casa de Dona Dete e seu Chico a gente morria de rir. A dona da casa e o marido, toda vez que viam os atores Tony Ramos e Elisabete Savala ficavam falando: “André Cajarana e Carina estão tão diferentes...”, se reportando aos personagens vividos na novela Pai Herói por aqueles atores. Dona Dete e Seu Chico não conseguiam separar a realidade da ficção e faziam a maior confusão entre a vida dos atores e os vários personagens vividos por eles durante as novelas”.

Assim como Dona Dete e Seu Chico, personagens reais, deste romance verdade, o leitor também irá confundir, em alguns momentos, a impressionante história de Valdeck Almeida de Jesus, este brasileiro, funcionário público federal nascido em Jequié, na Bahia, que conta a saga de sua família que se afronta com todo tipo de dificuldades financeiras como falta de moradia, carência de escola básica, deficiência de tratamento médico-odontológico, além da fome. Mas mesmo contra todas as barreiras essa família guerreira procura vencer os obstáculos, com fé no futuro até conseguir atingir os objetivos estabelecidos, como Valdeck nos conta nesse livro, cuja renda obtida com a venda será totalmente destinada às Obras Assistenciais de Irmã Dulce, o dia-a-dia da batalha pela sobrevivência, com o intuito de incentivar outros brasileiros a acreditarem no país e a lutarem por seus objetivos. Este é um exemplo de vida que pode servir de estímulo para muitos jovens das nossas grandes cidades, que ao invés de estudarem e acreditarem em um sonho, se dirigem deliberadamente pelos caminhos da droga e da violência.
Vale a pena conferir este texto de fácil leitura que, além das belas lições de vida que o autor nos proporciona, a renda obtida com a venda do livro irá contribuir para garantir a continuidade e a qualidade, daquilo que lhe faltou na infância, ou seja: o atendimento gratuito em saúde, educação e assistência social, hoje proporcionada pelas Obras Assistenciais da Irmã Dulce.

Mais informações no http://www.gizeditorial.com.br/site/produto.asp?codcat=BIO000000&codprod=1336



Parte da renda do livro será revertida para as Obras Sociais Irmã Dulce.

RESENHA

Não há como tornar fácil o que é difícil, mas pode-se tratar temas difíceis com clareza. É assim neste livro autobiográfico, que Valdeck Almeida de Jesus narra a história de sua família, abrangendo sua mãe, seu pai e sete irmãos, onde conta passagens de momentos difíceis, como aquela em que “a comida variava de pão seco com café preto a pirão de farinha com água fria. Muitas vezes dormíamos com fome, acreditando no que minha mãe dizia: “amanhã Jesus vai trazer comida”. Eu me irritava e xingava muito, pois todos os dias eu ouvia a mesma história e Jesus nunca chegava com a comida prometida.”
Autobiografias existem em abundância, algumas de primorosa qualidade literária, valor pessoal e importância documental. Todavia, um atributo indispensável à autobiografia está contido na vitalidade da sua narrativa, e na intensidade do ambiente social que cerca o seu autor, desvendado pela força da sua palavra. Valdeck Almeida de Jesus não almejou somente narrar a sua história, de sua família e todos os desafios que presume a procura da felicidade. Ele quis contá-la a outros brasileiros como ele, com o objetivo de despertar-lhes a consciência para que acreditem no país e a que lutem por seus objetivos.
Mostra-nos as asperezas da vida, seus riscos e conseqüências, e de como enfrentar os desafios com valor e dignidade, protegendo a sua integridade e defendendo os seus direitos: direito à informação e educação, direito a uma adequada assistência à saúde, direito à solidariedade, direito à vida, como faz a Obra Assistencial da Irmã Dulce, para onde Valdeck Almeida de Jesus faz questão de direcionar toda a renda resultante da venda deste livro.
É incontestável a importância deste testemunho e, seguramente, o leitor não resistirá à empatia de um documento aprazível e que se compreende com facilidade, à originalidade do seu autor e também personagem, juntamente com sua honestidade e ousadia de defender as próprias idéias além de suas experiências, conflitos, desilusões e realizações.
Estamos diante da odisséia de uma família residente numa cidade do interior da Bahia, que, por causa de sua renda baixa, enfrenta dificuldades de toda ordem, como falta de moradia, falta de alimentação, falta de escola básica, falta de tratamento médico-odontológico, mas onde nunca faltou a esperança, pois ao contrário das pessoas de poucas perspectivas, essa família guerreira venceu os obstáculos, com fé no futuro até conseguir atingir os objetivos estabelecidos, como Valdeck nos conta nesse livro, a fim de incentivar outros brasileiros a acreditarem no seu país e a lutarem por seus objetivos.
Hoje, contrariando todas as expectativas, Valdeck Almeida de Jesus, venceu na vida, sendo um funcionário público federal e lembra, num misto de orgulho e nostalgia o jovem pobre, cuja mãe era paralítica e o pai portador de múltiplas doenças que o incapacitava para o trabalho.
A família de Valdeck não tinha casa própria, e nos faz emocionar ao ler...
“Eu tentei conseguir ferramentas emprestadas para construir a casa: picareta, enxada, formão e colher de pedreiro, mas ninguém me emprestou. Tive que comprar tudo o que precisava para construir uma casa. Todos os dias eu ia trabalhar no Frisuba e meus irmãos saíam do Pau Ferro para o Mandacaru para limpar o terreno, carregar água do rio de Contas e bater adobes de barro. Era uma maratona de mais de dez quilômetros, percorridos a pé, sob o sol escaldante de 40 graus ou mais. Fazia pena, pois eles nem conseguiam carregar a picareta por causa do peso. Eu não podia ajudar todos os dias pois quando eu chegava do trabalho já era no final da tard e, além do mais, eu estudava à noite. Nos finais de semana eu ia para o terreno para ajudar na construção da casa. Fizemos tudo sozinhos, desde as fundações até colocar as telhas no telhado.
Foram longos anos de trabalho até poder entrar na casa e sorrir feliz de ter onde morar, uma casa própria, construída com as próprias mãos. Foi uma sensação muito boa, sensação de liberdade. A gente sempre tinha morado em casas de aluguel, desde minha infância, e finalmente, aos 22 ou 23 anos de idade, podia estar em uma casa que ninguém poderia dar ordens. A casinha tinha três metros de largura por seis metros de comprimento. Era bem baixinha e tinha somente dois cômodos. Depois dividimos a “sala” com uma meia parede para fazer uma pequena cozinha. Passamos a morar em nossa casinha, após entregar a casa de aluguel.”

O amor de sua mãe fez com que a família permanecesse unida até que cada um dos seus membros pudesse sobreviver por si só. Mesmo após a morte da mãe, em junho de 2000, a família continuou unida e cada um de seus componentes sempre encontra um tempo para visitar os demais e para compartilhar os momentos de alegria e/ou de tristeza.
Momentos tristes como aqueles na infância que, por força da necessidade, se obrigavam a pedir esmolas, mas que culmina com a alegria de durante uma viagem para São Paulo, em 2003, para onde Valdeck levou seu irmão Gal, sua esposa Eliana, a sobrinha Paulinha e o filho Junior, e...
“na viagem de volta, uma cena me chamou a atenção. Na verdade, eu já tinha visto esta cena várias vezes, nas minhas idas e vindas de Salvador para Jequié. Mas eu queria mostrar para Junior e para Paulinha. Havia pessoas sentadas à beira da rodovia, com a mão estendida. Paulinha me perguntou o que as pessoas estavam fazendo naquela posição. Falei que estavam pedindo esmolas. Ela, surpresa, me perguntou o que significava “esmolas”... Sorri para meu irmão e para minha cunhada e expliquei a ela do que se tratava. Afinal, eu tinha muita experiência naquilo...”

Valdeck Almeida de Jesus, brasileiro, solteiro, funcionário público federal, nascido a 15 de fevereiro de 1966 em Jequié/BA, onde viveu até aos seis anos de idade, indo residir na Fazenda Turmalina, onde continuou a estudar até os 12 anos de idade. Aluno exemplar e agora, nosso professor, pois nos ensina, entre tantas coisas, que se deve ter sempre uma atitude positiva diante da vida e deixar esta imagem transparecer para os outros.
Valeu a pena ler este livro...

Professor Luiz Antônio Grocoski
professorluizantonio@terra.com.br
teletrabalho@terra.com.br

Site do livro: http://hometown.aol.com/conga526/irmadulce.html


Este livro está sendo lançado em Maio/2005, juntamente com as comemorações de aniversário de Irmã Dulce.
A renda total do livro será revertida para as Obras Sociais Irmã Dulce, através de contrato de parceria firmado entre o autor e a instituição.

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Guio 10/09/2010

Resenha "Memorial do Inferno"
Livro autobiográfico, onde Valdeck nos conta a história de um Baiano no interior, com família que não tinha renda para sustentar oito filhos, além dos pais, morando de aluguel, sem móveis, sem água encanada nem luz elétrica e que pelo grande amor de sua mãe, Paula Almeida de Jesus, a família permaneceu unida até que cada um dos filhos pudesse sobreviver por si só.

Valdeck começa nos contando sobre sua infância; comenta sobre um episódio onde aconteceu sua "quase" primeira relação sexual, primeira namorada, evolução nos estudos, e já nessa época como conheceu e gostou daquele jeito de escrever que chamava "poesia".

Também são retratadas todas as dificuldades que já o aguardavam ali, desde o momento em que veio ao mundo. Na minha visão, desde criança Valdeck já se destacava, e acredito que um dos principais motivos para isso foi justamente a capacidade de adaptação que encontrou e desenvolveu durante sua infância e primeiros anos de adolescência.

Sempre tendo que “correr atrás” aprendeu a dar o devido valor a cada coisa.

A leitura desta obra não é nada cansativa, pelo contrário, me fez gargalhar algumas vezes, como na parte em que Valdeck nos conta como caiu em uma brincadeira de um amigo, durante uma das procissões que a mãe adorava ir. Um menino lhe deu uma vara para segurar, quando segurou firme, seu "amigo" puxou a vara que escorregou por seus dedos deixando sua mão toda suja de bosta.

Valdeck segue retratando muito bem a vida na Bahia naquela época. O tempo vai passando e o autor vai relatando suas conquistas. Entre elas, moradias e seu primeiro carro. Com ele, as viagens, todas interessantes e recheadas de detalhes. Entre os que eu mais gostei, está o relato de Valdeck sobre ter avistado um disco voador na estrada de Santa Inês.
Ainda na parte de viagens, temos relatos de viagens à São Paulo, Jequié, Salvador, Nova York, Madrid, Porto Alegre, Venezuela e Cuba.

Para concluir, uma sessão de histórias bizarras. E são bizarras mesmo!

Este livro não apenas narra com detalhes uma história de superação de obstáculos durante toda uma vida - tendo como principal inimigo a dificuldade financeira - como também mostra que sorte é quando a força de vontade encontra mais força de vontade.

Uma das principais mensagens que tirei deste livro foi que, por piores que sejam as condições onde uma pessoa vive e como ela vive, ainda assim, com muito esforço e força de vontade, é possível seguir em frente, sem nunca desistir, ser ajudado e ajudar da melhor forma possível.
Todos nós temos uma imensa capacidade, uns usam, outros não. E, mais importante que isso, qualquer pessoa, independente de cor, credo ou classe social, DEVE sonhar, para então sim poder realizar.

Esse trecho é do começo do livro:

"(...)eu, com meus seis ou sete anos de idade, viajava no ônibus com minha mãe, e um passageiro, sentado no banco de trás, começou a brincar comigo. Como eu não respondia nem participava da brincadeira, o homem protestou dizendo que eu era muito enfezado e que tinha a cara fechada. Hoje, ao lembrar desta cena, percebo o quanto mudei. Atualmente sou um sujeito brincalhão que tenta sempre se manter alegre e tirar uma boa lição de tudo o que a vida possa oferecer, seja de bom ou de ruim."

Neste livro podemos perceber o quanto é importante a postura que cada um de nós apresenta perante a vida e o que cada um faz a partir disso.

Livro recomendado!
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