Bárbara P. 01/05/2023
Já vou começar falando que esse livro tem uma carga emocional muito forte.
É uma história cheia de camadas de entendimento, que trata de um tema delicado com uma sensibilidade que poucas vezes eu vi.
Eu pensei bastante e realmente esse é o único livro que envolve câncer ou outras doenças terminais que não me incomodou.
Ou melhor, me destruiu, me incomodou para caramba, me fez ver algo sobre mim mesma que eu nem imaginava que precisava encarar, mas fez isso com muita sensibilidade e cuidado. Geralmente eu apenas paro a leitura quando vejo que vai ter doença terminal, porque não sou obrigada a lidar com isso num momento que deveria ser de entretenimento, sabe? Mas esse aqui foi bem diferente.
Acho que o fato de eu ter passado pela situação de perder o meu pai deixou a leitura muito difícil, mas ao mesmo tempo, me atraiu muito e eu não conseguia parar de ler. Eu me via ali, eu sentia o que o Conor sentiu, e eu lembrava de um monte de coisas, na maioria bem difíceis e que eu prefiro esquecer, mas coisas boas também.
Até uma certa culpa que eu carrego até hoje apareceu ali na história. E a relação do Conor, personagem principal, com o monstro, era exatamente o que eu precisava ler.
Foi assustador, mas foi maravilhoso também perceber que a minha experiência não foi tão única assim - afinal um cara pensou sobre isso o suficiente para escrever um livro inteiro né.
Eu não acho que esse era o propósito do livro, mas eu senti que eu me conhecia um pouquinho melhor quando acabei essa leitura, e eu acho que isso pode acontecer com qualquer um que leia, independentemente de ter uma experiência pessoal com doenças terminais ou não.
Vou ser obrigada a favoritar.