Cida Zientarski 06/07/2022
A Estrada Fantasma (+12)
- Ficção;
- Infantojuvenil.
A vida de Derek Stone é realmente muito confusa. Além de ver o irmão morto voltar, além de ter que descobrir como impedir um exército de mortos vivos, além de correr risco de vida a cada segundo do seu dia, ele descobre que quando tinha 4 anos ele foi transferido.
Ou seja, agora Derek sabe que divide seu corpo com outra pessoa: Ulysses Longtemps – um antepassado que conseguiu fechar a 'ferida' pela primeira vez e retornou no corpo de Derek para fechá-la novamente. Ao que parece, todas as respostas estão em um poema escrito pelo capitão Ulysses. E Derek nem é tão fã de poemas para tentar lê-lo e desvendá-lo.
Com a aproximação do confronto com os mortos vivos, em um cenário bem propício – o local da Guerra de Secessão dos EUA, onde haverá uma encenação da guerra com atores -, o tempo de Derek para desvendar todos os enigmas que rondam sua vida, para assim fechar a 'fenda' que separa o mundo dos vivos e dos mortos, está cada vez mais curto.
A reprise da Guerra de Secessão faz com que o livro se torne um pouco mais violento do que os anteriores – mas como já mencionei, a série Os Fantasmas de Derek Stone beira o terror, mas pode ser facilmente lida por crianças que não se impressionam com facilidade. É um cenário triste e cheio de sofrimento para encerrar o livro… mas eu achei a escolha até interessante, porque a volta dos mortos a terra também remete a tristeza e sofrimento. O impacto da guerra nos leva a crer que realmente só há duas alternativas: ou Derek fecha a 'fenda' que permite aos mortos voltar à vida ou os mortos dominarão o mundo dos vivos.
E talvez Derek não seja o personagem mais interessante e capaz para alguns, não sendo como Harry Potter ou Percy Jackson – que são heróis desde o berço -, mas de uma certa maneira eu me apeguei ao gordinho/nerd cheio de problemas que vão além do mundo dos vivos ao longo da série. O mundo (dos mortos, inclusive) caiu sobre os ombros dele de repente, e acho que por isso, queremos que ele tenha sucesso – pelo menos foi esse meu sentimento ao longo de todo o livro!
Após acompanhar toda a série de Derek Stone, posso dizer que Tony Abbott não foi tão previsível. O livro é um livro infantil, sim, mas em momento algum ele abriu mão de detalhes que fossem mais sombrios ou tristes. A Estrada Fantasma mantém a identidade do autor: livros curtinhos, fáceis de ler, esforço do autor de manter a leitura leve através do sarcasmo do Derek…
Queria que tivessem mais aventuras do Derek. No entanto, segundo o próprio autor, a história terminou de um jeito que o agradou e provavelmente não haverá continuação. Hora de dizer adeus a Derek Stone… sentirei saudades!