Bruno 26/10/2024
O Otimismo Como um Ato de Resistência
Evitei este livro por muito tempo, achando que seria triste demais. Recentemente, resolvi dar-lhe uma chance e, para minha surpresa, depois que comecei a leitura, não consegui parar.
"O Diário de Anne Frank" não é um tributo à tristeza ou à maldade humana; pelo contrário, é uma prova do poder do otimismo diante das dificuldades, uma homenagem à fé e à vontade de sempre enxergar o lado belo ? se é que esta palavra se aplica ? em meio à guerra. Para Anne, o otimismo é um ato de resistência, um modo de preservar sua humanidade e dignidade mesmo nas piores circunstâncias. Ela encontra na beleza do céu, das árvores e das pequenas coisas uma fonte constante de força, que lhe permite manter sua esperança e ver sentido na vida.
Anne Frank nos cativa com sua forma única de ver a vida, seu amadurecimento e, principalmente, sua inteligência para lidar com desafios diários. E embora escrito em uma época específica, seu diário é atemporal, falando diretamente ao leitor sobre temas universais ? esperança, medo, amadurecimento e a busca por sentido ?, algo que torna sua voz tão presente e poderosa hoje quanto foi no passado.
Embora não tenha um final feliz, "O Diário de Anne Frank" deve ser celebrado em sua totalidade. É uma leitura essencial e merece seu lugar entre as maiores obras da literatura mundial.
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"Enquanto esta felicidade está em nós, esta felicidade da natureza, da saúde e de muitas coisas mais, enquanto formos capazes de conservar tudo isso em nós, a felicidade voltará sempre. Fortuna, fama, tudo pode perder, mas a felicidade do coração, ainda que, às vezes, esteja obscurecida, torna a vir enquanto viver. Enquanto puder erguer os olhos para o céu, sem medo, saberá que tem o coração puro, e isso significa felicidade". P. 143
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"Nós, judeus, não devemos nos deixar arrastar pelos sentimentos, temos de ser corajosos e fortes e aceitar o nosso destino sem queixas, temos de cumprir tudo quanto possível e ter confiança em Deus. Vai chegar o dia em que esta guerra medonha acabará, vai chegar o dia em que nós voltaremos a ser gente como os outros e não apenas judeus". P. 178
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"O que sei é que a coragem e a alegria são os fatores mais importantes na vida! E não sei explicar por quê. Escrevi tudo num caos, tem coisas sem sentido, e cada vez mais duvido que um dia haja alguém interessado nos disparates que escrevo.
"As Confidências de um Patinho Feio" será o titulo desta papelada. O sr. Bolkestein e o sr. Gerbrandy, os colecionadores de documentos de guerra, não encontrarão nada de especial no meu diário". P. 179