spoiler visualizarFábia 06/09/2024
O Diário de Anne Frank relata como era a convivência no anexo onde ela se escondeu com sua família, outra família de três pessoas e mais um homem que era Dentista.
Anne fala de tudo um pouco, sobre seus sentimentos em relação às pessoas com quem convivia, sobre a situação da guerra, de como se sentia incompreendida, muitas vezes, e como se apaixonar ajudou a tornar o confinamento um pouquinho mais suportável.
Nesse sentido, o leitor começa a ter empatia por eles, quando se imagina vivendo em um isolamento social em que, além de não poder ter contato com o mundo externo, estavam em constante suspense por medo de serem descobertos e mortos.
Para mim, alguns relatos trouxeram bastante tristeza, como ver o quanto ela tinha planos para o futuro e o quanto estudava, o quanto queria voltar à escola. Fiquei de fato angustiada pois já sabia que eles seriam encontrados (embora a versão que li não dê detalhes sobre a captura deles).
Fiquei bastante envolvida com as histórias, especialmente quando ela narrou um episódio em que quase foram descobertos (até sonhei que estava na mesma situação). Nesse ínterim, o livro traz várias lições, dentre elas cito a questão de darmos mais valor a nossa liberdade, às pessoas a nossa volta e às coisas que possuímos, e sermos gratos sempre. Nos relados de Anne até um simples ovo foi presente de aniversário, devido a escassez de alimentos.
Por fim, digo que, em minha opinião, quem viveu o isolamento social, no período da pandemia do Corona Vírus, não teve a vaga noção do que foi o confinamento vivido e narrado por Anne Frank. Mesmo que tendo passado pela angústia de não saber o que estava por vir, o medo da morte, a insegurança financeira, não se compara, pois além de eles terem sentido tudo isso, não tinham quem os defendesse (além dos seus protetores, os que ajudaram eles a se esconderem) e ainda tinha a questão de está acontecendo uma guerra. Enfim, gostei bastante da leitura, flui bem. Aprendi muito com Anne Frank. Que menina sábia, inteligente e visionária! É lamentável que não tenha chegado à fase adulta. Que injustiça!