Cris @cristinadaitx 29/05/2024Um rato aparece morto na portaria do prédio onde mora Dr. Rieux. Pouquíssimo tempo depois, ratos mortos e agonizantes tomam conta da cidade. Esse é apenas o começo? quando não há mais animais para serem retirados, as pessoas começam a adoecer. Febre, pústulas, tosses e outros sintomas espalham-se pela população. Começam a surgir os primeiros mortos e, por indicação dos médicos, inclusive do Dr. Rieux, as pessoas são orientadas a isolar-se. Quando o número de doentes e mortos tornar-se exorbitante, a pequena cidade de Orã é isolada. Quem saiu da cidade não pode entrar novamente e vice-versa. O desespero, a saudade, o medo e a angústia tomam conta da população. Muitos entregam-se à bebida, outros querem fazer atividades ao ar livre, estar com pessoas, o que é considerado demasiadamente arriscado.
As pessoas começam a perder seus entes queridos, não há como fazer ritos fúnebres, pois o risco de transmissão da doença é alto. Não há mais túmulos disponíveis e valas são abertas para colocar os corpos. Os profissionais da saúde sentem o desespero de não poder ajudar os pacientes, pois faltam insumos básicos. Até que, meses depois, as pessoas começam a ver ratos vivos pela cidade e instaura-se a esperança. A peste acabou, as portas da cidade podem ser reabertas. Chegou o momento de reencontrar os que estavam longe e descobrir quem sobreviveu e também, o contrário.
Escrito em 1947, esse livro tinha como intuito simular os acontecimentos gerados pela 2ª Guerra Mundial e a dizimação de milhares de pessoas pela Peste ( os Nazistas). Porém, o livro tornou-se um prelúdio do que a humanidade viveu durante a epidemia de COVID. Torna-se impossível ler a obra e não lembrar de tudo que vivemos durante esse período trágico e que, como no livro, levou a população ao desespero, em função do número de óbitos e do sofrimento causado pelo isolamento. Dizer que esse é um livro atemporal é pouco. Diante da significância de todos os acontecimentos que são encontrados ali, esse livro torna-se uma leitura emocionante e instigante, visto que é quase uma antecipação a acontecimentos que o autor jamais imaginaria que fariam parte da vida de todos nós.