Ana Lima 01/07/2016Barb Barret está perto dos 40 anos e se vê sozinha no mundo: saindo de um casamento abusivo e autoritário, foi acusada de sequestrar seus dois filhos ao levá-los para acampar, perdendo a guarda de ambos. Além disso, perdeu seu emprego, sua casa, e as únicas coisas que lhe restaram foram as memórias de seu pai e primo (ambos já falecidos) e um carro caindo aos pedaços.
Tentando reconstruir sua vida em uma cidadezinha onde todos parecem aceitar sua vida da forma como ela é, Barb consegue um emprego como correspondente em uma fábrica de laticínios e consegue alugar uma velha casa onde todos dizem ter vivido o famoso escritor Vladmir Nabokov, autor do polêmico romance Lolita.
Um dia, arrumando o quarto em que sua filha passaria os finais de semana, Barb encontra uma série de cartões manuscritos. Ao colocá-los em ordem, descobre ser uma que integra baseball e romance e, ao que tudo indica, foi escrito pelo próprio Nabokov.
A partir daí, a protagonista vive o impasse: levar a público a existência dos manuscritos, mesmo sem ter total certeza de que foram escritos pelo autor? Publica-lo como se fossem de sua própria autoria? Esquecê-lo na lata de lixo mais próxima? Assim ela conhece Margie, a (talvez) unica editora de livros das redondezas e que a tira da solidão que vivia até então.
O início do livro, confesso, é bastante tedioso. Talvez por estar acostumada à escrita da Marian Keyes (minha musa do chick-lit), onde tudo é mais dinâmico, achei o começo parado e chato. Toda aquela solidão, todos aqueles capítulos em que tudo que a protagonista faz é remoer o seu passado...
A história fica bastante interessante quando, observando os hábitos das mulheres da cidade, Barb tem a brilhante ideia de abrir um negócio exclusivo na cidade: um bordel feminino. Não me prolongarei no assunto, mas a partir desse momento a história até se torna bastante interessante.
O ponto que quero destacar é a falta de um clímax na história. Apenas de ter citado o bordel, durante a escrita da autora ele não teve um tom de clímax. Inclusive, tudo na história parece ser somente coisas da vida acontecendo sem nenhuma importancia, e isso me incomodou um pouco. A temática tinha tudo para ser explorada de uma maneira ótima, mas não foi.
Apesar disso, é um bom livro para ser lido sem expectativas (tanto boas, quanto ruins), e é possível tirar ótimas lições dele.
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