Mayara445 18/07/2024Minha primeira leitura de Machado de Assis, a forma narrativa que ele utiliza neste livro me prendeu de primeira. Como se fosse uma conversa entre o escritor e o leitor, mas no sentido da criação do livro.
Me encantei com a personalidade forte de Capitu e criei um ranço feros por Bentinho.
Evento canônico na vida de qualquer leitor: ter ranço do Bentinho.
Talvez por já ter vivido um relacionamento com uma pessoa super ciumenta, vi atitudes dele que identifiquei, o que para mim só reforça o ponto: Capitu não traiu (mas devia ter traído)!
O escritor quis deixar essa questão em aberto, e talvez, nem ele mesmo sabia se sim ou se não, o que podemos fazer é cogitar, debater e opinar. Mas temos que saber que nossa opinião está interligada com o que já vivemos e acreditamos.
O livro é narrado todo por Bentinho, o que desde o início sempre ficou claro é era inseguro e ciumento, nunca teve opinião própria e sempre fez o que os outros mandavam ou opinaram. Na vida adulta tentou se matar por conta que viu ato semelhante na peça de teatro a qual assistiu.
A desconfiança da traição foi apenas despertada por conta do olhar que a esposa deu para o difuntu, onde alí, ele achou ter visto a dor de uma viúva, sendo que Capitu também perdeu um amigo, normal sentir dor e ficar triste.
E, apenas posterior a isso que ele veio desconfiar da paternidade de seu filho, se deixou se cegar pelo ciúmes, e nesses casos, a pessoa só enxerga aquilo que quer.
Uma surpresa positiva:
José Dias e seu amor por superlativos me surpreendeu positivamente.
No início, pensei que ele fosse apenas um aproveitador e encostado (o que ele não deixa de ser) mas, vi que ele realmente tinha carinho e apresso verdadeiro pelos seus.
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Dito isso, gostei a leitura (mesmo sendo cansativo os relatos enquanto ele esteve no seminário), pretendo ler outro livro deste autor e outros da literatura clássica brasileira.