Resenhas - Angústia

Beatrys12 10/06/2023

Raramente percebo qualquer coisa que se relacione comigo
Clássico da década de 30, em meio ao caos político, nacionalmente com o golpe de 30 e a nível internacional com a crise de 29 e as crescentes tensões entre as colônias e os Impérios europeus. Ler esse livro quase 100 anos depois, com a efervescência política atual onde tu é politizado, é no mínimo angustiante.
Luís da Silva, vem de uma família em decadência que perdeu terras. Cresceu no sertão, tinha consciência política e religiosa. Mas com a perda das terras, ele trabalha com jornalismo. Apesar de ser rude e bruto, é inseguro e apaixonado, personalidade arrogante, mas caminha pelas ruas com a cabeça baixa e isso o torna um personagem complexo. ?Quanto mais me vejo rodeado mais me isolo e entristeço. Quero recolher-me, afastar-me daqueles estranhos que não compreendo, ouvir o Currupaco, ler, escrever. A multidão é hostil e terrível.?
É letrado, intelectual e sensível ?O amor para mim sempre fora uma coisa dolorosa, complicada e incompleta.?
Mesmo apaixonado não consegue ser amável com Marina, a presença de Julião o atormenta.
Posso dizer que a leitura não é fácil, me perdi, várias vezes voltei e li tudo de novo. Isso às vezes é empolgante em alguns casos, mas nesse livro foi cansativo porque ele é denso. Temos narrativas do passado e logo vamos para diálogos no presente, sempre passando por parágrafos reflexivos.
A leitura nem sempre tem que ser fácil para ser boa e prazerosa , mas nesse caso até o Graciliano reconheceu certa redundância. Mas ele não é um bom parâmetro, sempre foi muito autocrítico.
Tive bastante dificuldade, às vezes foi chato, mas realmente acredito que devemos nos desafiar literariamente como exercício para melhora da qualidade de leitura.
Ótima obra do regionalismo, o autor escreve bem demais, amei vidas secas. Espero aproveitar mais ?Angústia? em uma futura releitura.
?Como certos acontecimentos insignificantes tomam vulto, perturbam a gente! Vamos andando sem nada ver, o mundo é empastado e nevoento. Súbito uma coisa entre mil nos desperta a atenção e nos acompanha.?

jackpveras 09/06/2023

Leitura Angustiada
Ler as páginas dessa incrível obra é a garantia certa de um turbilhão gratuito de angústia. Narrador mágico, dotado da capacidade de angustiar as pessoas que mergulham em sua prosa perturbadora e desassossegada. Vale a pena pela inquietação e perturbação experimentada em cada página.

gigi 09/06/2023

Amo e odeio esse veio
Realmente um dos melhores clássicos brasileiro sim, me trouxe muitos questionamentos sobre aquela época em que o seu luis vivia, e como ele descrevia tudo sertão tao triste e cheio de dor me deixou abalada, senti empatia por ele em muitos momentos mais em outros pela mor que veio louco da cabeça, no livro você lê muito os pensamentos do querido e é cada absurdo que solta que eu ficava em choque, mais foi um experiência incrível e por que eu tenha lido por causa da fuvest acho que eu sempre vou lembrar dos personagens, E SEU LUIS VOCE MORREU PQ FICOU DOENTE eu tava esperando um sucidio mais ta bom

ephemelis 08/06/2023

Queria dar mais estrelas, mas esse livro é tão abertamente machista, racista e pró escravidão que não dá!!! é uma experiência incrível, mas não dá. ter que dar uma nota é impossível.

Julia3023 08/06/2023

Não aguentava mais ler isso
Ele é bom mas, não é o meu tipo de livro, porem não posse negar que foi bem escrito.
E na minha opinião da perceber desde o começo que a angustia dele foi ter matado o Julião Tavares.
Sobre o aborto da Marina, acho que não foi tudo aquilo para o Luis ficar chamando ela de puta, ela pode muito bem casar e ter filhos com outro cara.
O mais importante ele é um louco obcecado pela Marina e na minha impressão ao mesmo tempo ele odeia ela, aquela cena dele vendo ela tomar banho meu Deus o que foi aquilo ele é doido.
Em fim leiam se gostarem

maduxz 08/06/2023

Angústia
Apesar de ser uma leitura obrigatória para a Fuvest, eu gostei muito.
Acho que vai ser um dos melhores.

Bárbara_22 02/06/2023

Não é uma leitura fácil, no começo é super confuso mas depois se torna mais fácil de compreender, e se torna em algumas partes angustiante de ler

Mariana812 28/05/2023

?Os armadores rangiam. O que eu precisava era ler um romance fantástico, um romance besta, em que os homens e as mulheres fossem criações absurdas, não andassem magoando-se, traindo-se. Histórias fáceis, sem almas complicadas. Infelizmente essas leituras já não me comovem?.

OssosDePapel - Instagram 28/05/2023

Foi impossível não lembrar de Crime e Castigo.

O fluxo da narrativa desperta mesmo a noção de angústia. É irregular e desconfortável.

O autor dá saltos no tempo e até usa o início para complementar o final. Esse recurso remete a um círculo eternamente a girar e acentua o sentimento que dá título à obra.

Mari 28/05/2023

Embora curto, não é uma leitura fácil. A narrativa é um fluxo de consciência que a todo tempo mescla passado, presente e devaneios, um se sobrepondo ao outro.

Entendo a comparação com Crime e Castigo pelo estilo da narrativa, como também pela ação de Luís, que assim como Raskólnikov, comete um crime e, logo depois, adoece, como uma forma de autopunição por não saber lidar com o que fez, e o leitor mergulha ainda mais fundo na mente do personagem.

É um livro interessante, com incontáveis trechos reflexivos e bem escritos (o talento de Graciliano é muito perceptível), mas acho que é necessário o tempo certo para lê-lo, pois do contrário acredito que muitos possam acabar achando chato e abandonando a leitura.

Obs.: Angústia é tipo Dom Casmurro que foi longe demais. É o que provavelmente o Bentinho gostaria de ter feito rs

Renato375 26/05/2023

Dentista e Psicólogo, dois hábitos que devemos adotar.
Angústia, escrito entre os anos de 1935 e 1936, foi a terceira obra publicada por Graciliano Ramos. À época, o escritor vivia em Maceió ? Alagoas, e trabalhava como diretor na Instrução Pública do Estado. Vencedor do Prêmio Lima Barreto - 1936, foi eleito um dos melhores romances brasileiros por grandes críticos e escritores, tais como Octávio de Faria, Lúcio Cardoso, Rachel de Queirós e Jorge Amado.

O título já diz muito sobre a obra. Um homem submerso em pensamentos aflitivos que tem muita dificuldade em se relacionar com as pessoas, e que por conta de uma paixão entra em estado de paranoia severa. Para além da estória de Luís da Silva, Angústia faz uma crítica seca, dura e direta sobre o Brasil; suas mazelas sociais e como a mudança dos costumes na virada de século estava refletindo na sociedade.

O início do livro é bastante confuso e pode desanimar o leitor, mas não se deixe desmotivar pois logo tudo fica mais fluido. Ao final vale voltar ao primeiro capitulo e relê-lo. A 84ª edição (2020) conta com um ótimo posfácio escrito pelo Silviano Santiago.

LetAcia 24/05/2023

Ok, esse é o segundo livro que eu li para o vestibular e realmente gostei kkk

?Angústia? é realmente angustiante ?
Por mais que tenha muitos flashbacks e não seja separado em capítulos, eu até que achei fácil de ler.
É um livro para ser lido mais de uma vez.

Thiago.Napier 24/05/2023

Trecho que descreve o livro + minha experiência + conselho
Como diz o posfácio da edição da record: "... a caracterização do personagem de Luís da Silva se dá pela figura dominante de incompatibilidade. Incompatibilidade de temperamentos... Angústia [...] é um romance onde laços de intimidade familiar e amorosa, ou de amizade profunda, não são atados. Laço é morte. Pedaços de corda e corpos de cobra pululam pelo romance... A solidão é o estado natural do narrador/personagem, isto porque a aproximação do outro corrompe: ' Eu queria gritar e espojar-me na areia como os outros. Mas meu pai estava na esquina [...] e não consentia que me aproximasse das crianças, certamente receando que me corrompesse. Sempre brinquei só. Por isso cresci assim besta e mofino".
A personagem é pura neurose.
O regionalismo e a volta ao passado não me prenderam, mas me esforcei pelo clássico. As palavras difíceis me pegaram o ritmo de ler.
Alguns momentos serão bons, de certeza, pois a escrita-narrativa não falha em contar uma história plausível para a dor universal. A raiva dos superiores, dos burguêses, a raiva de quem ama, a raiva das mulheres e até raiva do povo pobre. A raiva é descrita com maestria.
Vale a pena ler. Se você puder ler mais do que o autor escreveu do que uma pessoa desapercebida leria, vale a pena e lerá melhor que eu. Tenha paciência com o passado dele e relacione com quem ele é hoje. Se pegar isso, vai melhorar a leitura em 100%.
Eu confesso que não pude dar devida importância à obra que tem, porém pude pegar alguns momentos bacanas e a crítica ao governo vargas e à urbanização é massa. Mostra a personagem fragmentada.

maryfirst4 20/05/2023

Primeira leitura ?????????? do ano!!
Não esperava que essa ia ser uma leitura cinco estrelas, mas fui surpreendida positivamente
que livro incrível! intrigante, interessante, envolvente; eu amei!
teve um começo, meio e fim muito bom e não ficou uma ponta sem nó.
a única coisa ruim foi que haviam partes em que ele trocava de assunto ou entrava em uma linha de pensamento muito abruptamente, e eu ficava um pouco perdida; mas no geral, foi um livro estranhamente muito bom!!!

amante de romances 20/05/2023

Não é meu estilo
"Angústia", de Graciliano Ramos, é um livro que foi publicado enquanto o autor estava preso, ou seja, não houve revisão de seu texto. E para aqueles que se interessam pela temática, isso deve ser uma maravilha. Entretanto, não sou parte desse grupo, então senti a leitura se arrastar oor décadas. Aqui a gente acompanha o Luis da Silva, um funcionário público, descendente do coronelismo, que vai viver numa metrópole varguista e acaba sendo confrontado com as relações interpessoais da cidade grande. Ele se apaixona pela vizinha, cria uma rivalidade imensa, porém sem coragem de externalizá-la, por Julião Tavares, e vive num bairro pobre, com personagens muito representativas de pessoas nessas condições. Ao longo da narrativa, Luis vai se mostrando cada vez mais obcecado com Marina, um verdadeiro paranóico, o que se reflete na escrita. Parágrafos chegam a ter mais de 3 páginas, o narrador se repete por diversas vezes, e é inevitável a divagação. Foi uma experiência interessante de leitura, mas não a repetiria.