spoiler visualizarNathália 17/09/2012
Depois que Pollyanna sai do sanatório, completamente curada, sua tia recebe uma carta, convidando sua sobrinha para passar uma temporada na casa da irmã da antiga enfermeira de Pollyanna.
Após esse acontecimento, Pollyanna, sua tia e o marido de sua tia vão passar alguns anos na Alemanha.
O tempo passa, as pessoas mudam.
Poderia Pollyanna, depois de tantos anos sem reencontrar seus amigos de infância continuar praticando o "jogo do contente"? Poderia ela continuar sendo tão feliz quanto era quando criança, mesmo com coisa simples do dia-a-dia?
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Quando eu li Pollyanna há uns bons 7 anos, eu entendi a história, mas não compreendi o quão profunda a mensagem do livro poderia ser. Afinal, eu era apenas uma criança - não que hoje eu seja uma idosa, nem nada, mas minha mentalidade é outra. Após reler o primeiro livro, eu realmente entendi o que se passava ao redor do mundo de Pollyanna e sua tia Polly.
Mas, assim que eu pedi o segundo livro para resenha, me bateu aquele receio: "Será que vou estragar minha definição de o que realmente é ser feliz, de acordo com Pollyanna, ao ler esse livro? Será que a doce e ingênua Pollyanna muda tanto de um livro para o outro, a ponto de parar de jogar o 'jogo do contente'? Após ter modificado tantas vidas sem ao menos se dar conta disso?" Bem, eu posso dizer que não me decepcionei com a leitura desse clássico da literatura internacional.
A escrita de Eleanor continua tão envolvente que quando percebemos já terminamos o livro e bate aquela sensação de que você quer mais - mesmo não sendo necessário para a história central. E ao chegar à última página, eu cheguei a conclusão de que os livros dessa autora são meio atemporais. Apesar das referências à charretes e outros veículos movidos a força animal - o que claro, pode-se passar por apenas uma cidade pequena com pessoas sem condições de comprar um automóvel - e uma única vez a respeito de datilografar um texto, não existem referências que podem nos situar no tempo e espaço, e frequentemente eu me esquecia que Pollyanna Moça trata-se de um clássico, portanto foi publicado no século passado, mais especificamente em 1915. Esse livro poderia perfeitamente ser um livro atual, o que pode ser um bom começo para alguém que gostaria de ler clássicos da literatura, mas não suporta aqueles livros chatos que nos fazem dormir - leia-se Machado de Assis (sorry se você gosta dos livros dele, eu dormi lendo seus contos, sério!).
Apesar de nossa personagem principal estar crescida do meio para frente do livro, nas primeira cem páginas ela ainda é a jovem Pollyanna que nos foi apresentada no primeiro livro. Ainda mantem-se jogando o "jogo do contente" e sempre que possível faz novo amigos, não importa onde, em que circunstâncias, em que época, Pollyanna não é Pollyanna sem seu "jogo". Mas é claro, que impasses aparecem no meio do livro, afinal esse é um romance, um pouco de sofrimento faz parte da roteiro básico a ser seguido por todos os autores desse gênero, e Pollyanna se vê em uma cidade onde todos são apressados e não ligam para as outras pessoas, sejam elas simpáticas ou não, felizes ou não, jovens, velhas, gordas, magras, bonitas ou feias, todos acreditam que o mundo centra-se em seus próprios umbigos.
É então, em seu primeiro dia sozinha nas ruas de Boston que Pollyanna conhece Sadie e vê pela primeira vez Jamie. A garota parece nervosa e observa à todos com cuidado. Já o garoto está com o nariz em um livro sobre cavaleiros e dragões, princesas e bruxas más, enquanto alimenta os esquilos. E essa situação chama a atenção de Pollyanna, mas ela aproxima-se apenas da moça, que lhe diz uma frase triste porém sábia.
"...o lugar mais solitário do mundo é uma multidão na cidade grande."
Página 53.
Pollyanna não entende muito bem, mas ela acaba percebendo o quanto as pessoas da cidade grande podem ser frias e distantes. Porém, Pollyanna é Pollyanna - como eu já disse antes - e ela sempre arruma um jeito de fazer amigos, e além de um exemplo de pessoa satisfeita com a vida não importa o momento, ela também dá um exemplo de compaixão, se aproximando daquele menino tão sozinho no parque, que alimenta os esquilos. E como ela sempre diz: é até difícil se lembrar em alguns momentos que Jamie usa uma cadeira de rodas.
Apesar de ser um livro curtinho é mais um daqueles que estão aqui para serem apreciados com calma, afinal, por trás de toda a história de Pollyanna, estão guardadas grandes lições para uma vida toda.
De modo geral eu posso resumir Pollyanna Moça em uma palavra: fofinho. A continuação perfeita para o livro mais bonitinho de toda a minha infância. Posso dizer que não me decepcionei com o final, pelo contrário, achei mais do que digno para Pollyanna.
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