Bruno 04/10/2024
Perdas Necessárias
"Lembrando sempre que não existe amor humano sem ambivalência. E aprendendo que devemos abandonar o sonho de 'amor para sempre; ódio, nunca'."
Em Perdas Necessárias, a autora Judith Viorst faz uma narrativa crescente e recheada de fatos e exemplos das perdas necessárias que acontecem durante a vida humana, que são necessárias na medida que as pessoas também deveriam procurar uma forma mais suave de existirem consigo próprias.
A autora começa desde o nascimento do bebê, e se usando de teorias primeramente elaboradas pela Psicanálise de Freud, da necessidade que o bebê tem de se separar da mãe em função de constituir seu próprio eu (ego). Passa novamente pelos desafios da adolescência, do Édipo, do convívio com irmãos, tanto do lado do humano que se forma como dos pais que também precisam sofrer perdas necessárias para que um novo ser se constitua como indivíduo.
O livro também discorre sobre os impactos das escolhas amorosas, que muita vezes servem de substitutos nem sempre tão bons para perdas que o eu não quis fazer. Das lutas internas que as pessoas travam por não assumirem perdas existentes na ambivalência do ódio que se apresenta quase sempre ao lado do amor. Dos impactos de lidar com a morte de entes queridos, das escolhas que fez e que não fez e, por fim, com a própria morte.
O texto é uma ótima reflexão sobre a necessidade de aceitar que nem tudo são flores, que perdas necessárias irão ocorrer ao longo da vida. É, que ainda que muitas sejam evitáveis, isso geralmente causa inevitavelmente outras perdas em substituição da que foi evitada.
"Aprendi que, no curso de nossa vida, abandonamos muito do que amamos e somos abandonados também. Perder é o preço que pagamos para viver."