Vitamin

Vitamin Keiko Suenobu
Keiko Suenobu




Resenhas - Vitamin


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Paulo 15/01/2018

O tema do bullying já foi abordado de diversas maneiras diferentes por autores diferentes. Sempre é um tema de impacto, dependendo da maneira como o autor explora o tema e como ele direciona o desenvolvimento da história. Keiko Suenobu dirige a temática para a história de uma menina que precisa enfrentar situações bem complicadas. Através do seu problema com o bullying ela vai percebendo outros problemas de sua personalidade.

O roteiro é bem fechadinho. Temos aqui uma história em volume fechado com uma clara delimitação entre início, meio e fim. A autora amarra todas as pontas soltas apesar de eu achar que ela poderia ter explorado melhor as descobertas que a Sawako faz sobre si mesma. Os problemas da personagem com o bullying são bem trabalhados e o leitor vai acompanhando a escalada dos acontecimentos. O roteiro da autora é bem verossímil e realista. Alguns alegam que determinadas situações são fortes e não condizentes, pois eu digo o contrário: a autora até pegou leve. Achei o encerramento da história bastante satisfatório; não chega a ser um final ideal, mas é um final adequado para a personagem. No fundo a história acaba passando uma mensagem bem positiva, sem qualquer lição ou moralismo barato.

Entretanto, eu não gostei do traço da autora. Mesmo para um shoujo, o traço dela é esticado e estereotipado demais. Alguns momentos passa até uma ideia de que não houve uma arte-final, principalmente no segundo capítulo. O que eu gostei muito é como a Suenobu trabalha com a expressividade ou a falta dela na história. Sawako é muito expressiva; ela não esconde os seus sentimentos. Já na escola vemos como a autora trata os colegas da protagonista como se fosse um coletivo: sem expressão, sussurrando pelos corredores, olhando por sobre o ombro. Esse efeito de "manada" ficou sensacional e revela como o ambiente da escola pode ser opressivo. No segundo capítulo, os cenários chegam a ser claustrofóbicos. Até mesmo o quarto bagunçado da Sawako passa essa impressão. Temos algumas cenas de sexo (poucas e não tão explícitas), portanto, fica de alerta para aqueles que não curtem esse tipo de cena.

A autora trata do tema de uma forma bastante madura. Em alguns momentos passa a impressão de que ela teria vivido aquilo (no pós-créditos ela não comenta a respeito). Como a narrativa é muito focada na Sawako, a gente tem uma história bastante intimista em como uma personagem que antes era popular e cercada de amigas, subitamente se vê sozinha e sendo atacada por todos os lados. O bullying é angustiante e a gente fica pensando o tempo todo que vai aparecer alguém para ajudar a personagem. Ficamos esperando isso acontecer (se vai ou não, aí já é spoiler e eu não vou contar). Esse é o aspecto vira páginas da narrativa. A gente quer que tudo se resolva da melhor maneira possível porque Sawako vai entrando em uma espiral de depressão que chega a momentos bem críticos. E isso é revelador de o quanto o bullying pode acabar com a vida social de uma adolescente e causar mudanças graves na cabeça deles. E olhe que se tratou apenas de um rumor.

Vemos todos os lados do bullying escolar: o rapaz que finge que nada fez, os colegas que atacam de uma hora para outra, o professor que não compreende a situação e tenta minimizar. Quem já passou por uma situação semelhante ou em menor grau sabe do que estou falando. Muitas vezes aquele que sofre com o bullying precisa resolver ele mesmo a situação, isso quando consegue. Normalmente os mais afetados por este problema são os mais frágeis. Aqueles que vivem em uma redoma de vidro e não conhecem como o mundo pode ser um lugar selvagem. Não há exageros aqui; como disse acima, já vi casos piores tanto no aspecto físico como no psicológico. Crianças e adolescentes podem ser bem maldosos quando assim desejam. Muitos de nós temos a falsa impressão de uma inocência infantil que nem sempre é verdadeira. O universo escolar é um universo à parte onde existem os populares e os desfavorecidos. Alguém pode sair de um status para o outro da noite para o dia, sem mais nem menos.

Gostei também de como a autora trabalhou o sistema familiar da Sawako. Apesar de ser um ambiente fortemente influenciado pela cultura japonesa, nós temos exemplos de famílias no Brasil onde essa situação se repete. É o caso do filho ou da filha seguindo as tradições ou o "emprego" da família. Uma criança impressionável ou carente pode ter o mesmo tipo de desejo que a Sawako: apenas um sorriso ou um voto de aceitação. Lutar contra a maré, expor aquilo que realmente se deseja não é uma atitude comum e exige muita força de vontade. Podemos ver na história o quanto a Sawako precisou sofrer para conseguir pôr para fora aquilo que ela realmente sentia. E pudemos acompanhar o quanto a mãe não era capaz de compreender o real desejo de sua filha. Muitas vezes o que achamos que irá fazer bem é apenas uma prisão. Claro que não podemos liberar geral e permitir tudo, mas perceber quais são as vontades e o quanto podemos contribuir para que um sonho possa se realizar. Há de se ter cuidado para não projetarmos os nossos desejos em nossos filhos.

Vitamin é uma história emocionante sobre uma situação muito real que acontece diariamente em muitas escolas de várias partes do mundo. Com uma narrativa bastante emotiva e uma personagem fascinante, só me incomodou o traço da autora que não me agradou muito. Mas, as discussões feitas na história são bastante pertinentes e merecem um debate mais amplo.

site: www.ficcoeshumanas.com
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26/04/2017

Por ter estudado em escola japonesa, me soou muito verdadeiro esse mangá. Nunca sofri bullying, mas não me pareceu exagerado o que a protagonista passou nessa história, muito pelo contrário. Apesar de extremo, soa real.

Os japoneses tem um lance cultural de pensamento coletivo, ao contrário do bullying americano, o bullying japonês visa um indivíduo contra todos ao invés de um grupo específico (nerds, geeks, góticos). Bullying é horrível de qualquer jeito, mas imagina TODOS contra você?

A Sawako é uma adolescente comum, tem um namorado com quem mantém relações sexuais; quer se enturmar com os mais populares do colégio; tenta se encaixar ao máximo, mas desde o princípio a gente encontra traços de maus-tratos “indiretos”. Uma zoação aqui e ali, quase imperceptível, mas que uma hora vai juntar com todo o resto e se tornar insuportável para ela seguir em frente.

O maior problema que desencadeia o bullying pesadão mesmo foi ser flagrada por um colega de sala tendo relações com seu namorado na sala de aula enquanto esta estava vazia. Na verdade foi praticamente um estupro, mas quem estava lá de fora não enxerga assim, claro.

É assim que começará todo o tipo de bullying mais cruel que existe. Japonês se apega muito a questão da humilhação, então ao invés de ferir fisicamente, eles ferem a pessoa de outra forma: simulando o seu velório em sala de aula; espalhando fotos constrangedoras; ignorando a pessoa completamente.

Terminando a leitura você vai ficar se perguntando a real relevância de muitos jovens sofrerem dessa forma para garantirem um futuro “promissor”. Frequentar a escola dessa forma é aceitável até que ponto? Não é a toa que o Japão figura como um dos países com maior índice de suicídio entre os jovens, sendo o dia de volta às aulas o dia com o maior número de suicídios.
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Luiza 19/10/2016

Ache sua vitamina
O mangá, basicamente, mostra a mudança na vida de uma menina a partir de um posicionamento. Ela deixa de tentar agradar os outros - o que a deixava infeliz e causou um grande sofrimento - e passou a ser dona de seu próprio futuro descobrindo e insistindo em fazer algo que a satisfazia - protagonizando uma incrível "virada de jogo".

Importante leitura!
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shesmarshmallow 19/10/2016

Qual a sua vitamina?
Um mangá incrível que aborda de forma muito competente e respeitosa o Bullying e como pode afetar uma pessoa, mas também sobre autoaceitação, superação e busca de um sentido para viver.
Todos deveriam ler para ter mais empatia sobre o assunto.
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Laryssa.Pinheiro 05/04/2016

A vida de Sawako é perfeita, ela tira boas notas, tem muitas amigas, pais amorosos, é bonita e ainda por cima tem um namorado lindo e muito popular. Apesar disso, ou exatamente por conta disso tudo ela é insegura, buscando sempre agradar a mãe e a aceitação das pessoas á sua volta, mesmo que isso envolva suprimir seus verdadeiros sentimentos. Sua vida escolar segue tranquila, até que um de seus colegas de classe a flagra fazendo sexo oral em uma das salas de aula da escola, e sua vida muda para sempre.

Capa, Arte, Finalização: A capa é simples e não dá nenhum indício da trama em si, eu inclusive não havia lido a sinopse e me surpreendi muito com o conteúdo, achei isso ótimo - surpresas literárias são sempre boas, já ajuda a acabar com o tédio, por outro lado não sei bem se gostaria de ler se soubesse o que o mangá abordava, o tema para mim já está um tanto saturado. A arte é comum mas bem feita e isso se explica enquanto lemos a história, o protagonista desse mangá é a trama em si, e ao background, traços e etc... São consequências disso.

Concluindo: Inicialmente eu não gostei muito da leitura como um todo, até pensei em parar na metade, e confesso que conclui a leitura mais por obrigação do que por vontade, mas do meio para o final a história se tornou inspiradora e Sawako se mostra guerreira, tomando o controle da trama e a atenção do leitor. A única ressalva que acho importante comentar é que tendo uma censura de 18 anos, teoricamente esse mangá não seria dirigido ao seu público alvo, ou seja, adolescentes - apesar de não acreditar que os postos de venda respeitem as faixas de censura.

site: http://trechosdelivros.com/vitamin-keiko-suenobu/
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Lekatopia 30/03/2016

Tão pesado quanto sensível
Vitamin, mangá em volume único de Keiko Suenobu (a mesma de Limit, cujas primeiras impressões vou postar em breve!), foi um dos lançamentos mais importantes da JBC ano passado e demorei mais do que devia para colocar minhas mãos nele. É um título que, como todo o trabalho da autora, trata de bullying no ambiente escolar.

Se você ler a premissa de Limit e Vitamin, com certeza vai achar que Limit é a obra mais pesada entre as duas. Em termos de premissa pode até soar dessa forma. Mas a brutalidade de Vitamin, que para mim é uma obra muito mais densa e soco no estômago, está justamente no fato desta ser uma história como qualquer outra, um slice of life. Não exige uma situação extrema. Exige dia a dia. Exige estereótipos sociais que perpetuamos sem perceber. Exige slut-shaming. Exige aquele fenômeno engraçado de insensibilidade dos grandes grupos (em que ninguém assume responsabilidade, sempre acreditando que outro irá fazê-lo). Podia ter sido na sua escola ou podia ter sido com você. E qualquer um de nós poderia fingir que não tem nada a ver com a gente se acontecesse no nosso grupo social. É saber que a insensibilidade podia ser sua (ou minha) o que desconcerta, e esse é o grande trunfo de Vitamin.

Vitamin conta a história de Sawako, uma estudante do ensino médio que leva uma existência normal até o dia em que um colega de classe a flagra transando com o namorado em uma sala de aula (aqui a gente precisa abrir um parêntese para eu dizer que fiquei em dúvida se era consentido ou não a conclusão óbvia é que se há dúvida, é porque não é). Depois disso e por esse simples fato, a vida de Sawako se torna um inferno de slut-shaming com desenhos e palavrões no quadro-negro, a camisinhas espalhadas pela sua mesa e agressões no vestiário feminino. O namorado que, claro, termina com ela e ainda diz a todos que não era ele que havia sido flagrado com Sawako passa por algo similar? ÓBVIO que não, afinal Sawako é a garota, ela é que não poderia ser fácil desse jeito. É como as vítimas de estupro, que não deviam ter usado minissaia em primeiro lugar...Esses absurdos parecem familiar com o que a gente escuta por ai?

Não vou contar toda a história, mas Sawako passa por muitos abusos, físicos e mentais, e as cenas são bem chocantes. Tão chocantes, na verdade, que logo após a leitura esse era um dos pontos que eu pretendia colocar na resenha como algo que não me agradou tanto por parecer irreal, um exagero da parte de autora. Ia dizer que se a autora tivesse usado situações menos extremas a história de Sawako talvez ressoasse ainda mais com as pessoas. Mas não vou falar nada disso, sabe por que? Antes de começar a escrever a resenha, fui pesquisar um pouco sobre bullying no Japão porque tem me chamado a atenção a quantidade de obras de TV (doramas) e mangás a respeito e ao que parece o bullying nas escolas japonesas costuma assumir uma nuance muito mais violenta do que estamos acostumados a ver nas escolas brasileiras. Eu fiquei chocada ao ler uma história que recebeu muita cobertura na mídia japonesa, sobre um garoto de 13 anos que se suicidou após ser queimado com bitucas de cigarro, obrigado a furtar em lojas e até a simular o próprio suicídio pelos colegas de classe. Não estou dizendo que não há bullying no Brasil e que ele não toma proporções severas ou violentas, ok? É claro que há e claro que ocorre de várias formas diferentes. Mas me surpreendeu a quantidade de matérias e debates falando sobre o problema no Japão (atualmente a maior causa de mortes no Japão no grupo de 10 a 19 anos é suicídio), o que me fez achar que as coisas realmente assumem um contorno diferente por lá e o retrato de Keiko Suenobu em Vitamin não seja algo tão extraordinário quanto eu imaginava.

Mas voltando a nossa protagonista. Ela resiste, luta, mas eventualmente fica deprimida e não quer mais ir à escola, sair da cama...O único conforto vem dos mangás que ela adora desenhar. Esse apoio da protagonista nos desenhos e o relacionamento dela com os pais são arcos de grande importância na história também. E sendo um único volume de três capítulos apenas, me surpreendeu quantos temas a mangaká conseguiu trabalhar e conectar, sem nunca parecer raso ou algum tipo de pregação.

Eu saí da escola há muito tempo e me formei na universidade há alguns anos, mas não há como não se deixar afetar por Vitamin.

A obra me fez chorar e fazia MUITO tempo que eu não chorava lendo um mangá. Talvez a última vez tenha sido em Fruits Basket, há quase dez anos. Enfim, faz tempo. Mas que sensação boa, catártica sou dessas, adoro chorar em ficção. Chorei com Sawako, quando ela era humilhada, mas chorei principalmente ao ver o relacionamento dela com sua mãe que é realista, difícil, mas cheio de amor.

Não é um mangá perfeito, mas é muito bom. As falhas na verdade não chegam a ser falhas, mas são principalmente restrições impostas pelo número de capítulos da obra (três). Se fosse mais extensa, certamente a autora conseguiria dar mais profundidade aos algozes de Sawako, que para nós são rostos sem nome e sem contexto. Por outro lado, essa talvez tinha sido a intenção da autora desde o começo o bullying é algo, afinal, que está relacionado também a esse sentimento de indiferença ou histeria coletiva que a massa permite, na qual ninguém se responsabiliza ou se sente parte do problema, que sempre é o outro e "do outro".

Leia Vitamin. Não é uma obra para todo mundo, mas é uma experiência ficcional que deveria ser para todos - mesmo que você conclua que não gostou.


site: www.lekatopia.com
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Ricardo 25/01/2016

Libertação
Sim, Libertação é a palavra adequada que me veio a mente quando terminei de ler a última palavra da última página, os problemas apresentado por esse mangá são problemas apresentados por pessoas em todo o mundo, a história comovente cria uma identificação com o leitores que sofreram e sofrem com Bullying até hoje, e mesmo com as dificuldades em casa sem o apoio de sua mãe, Sawako Yarimizu encontra forças para lutar de frente com seu problema.
Com uma Trama que te prende do inicio ao fim do mangá, a história flui e sua conclusão é excelente, uma grata surpresa.
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Téh Moura 09/01/2016

Muito bom!
Não vou mentir, eu tive alguns problemas com o mangá, no começo. Absolutamente todos os personagens me irritavam, incluindo a protagonista, pois ela era muito passiva. Só que eu fui pensando melhor e vi que isso de forma alguma era um demérito. Eu mesma já fui um pouco passiva na minha vida, e existem outras trilhões de pessoas passivas nesse mundo, novas e velhas. Passado esse incômodo, aproveitei muito bem o mangá. A leitura é bem fluida, apesar de ser bem pesada em algumas partes. Os sentimentos da protagonista e o seu desenvolvimento foram muito bem trabalhados. Toda a dor dela, o medo e a ansiedade são muito palpáveis. O único real problema que eu vi nesse mangá foi a passagem de tempo, que não ficou muito bem marcada em algumas partes. De um quadro para o outro, simplesmente passaram-se semanas. Não é algo que realmente tenha piorado a experiência de leitura, mas eu acho que a mesma teria sido bem mais proveitosa se essa passagem de tempo fosse mais explícita e perceptível.
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Amanda 08/01/2016

Que mangá foda !
Eu não dava nada por esse mangá mesmo já tendo lido o primeiro volume de Limit da mesma autora e só comprei porque o traço da Keiko Suenobu é muito bonito, ai fui ler e OMG! que mangá! o tema é muito abordado, mas a autora conseguiu trabalhar muito bem, é bem realista e pesado, mas vale super a pena, gostei muito mesmo. É bom ressaltar que tenho uma preguiça nível master para fazer resenha escrita e ele me fez termina-lo e senta para escrever agora. Então.... Super recomendo ! :)
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