O Papalagui

O Papalagui Tuiavii de Tiavea




Resenhas - O Papalagui


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Dam 25/04/2024minha estante
Estou lendo o livro por conta da matéria de sociologia que está tratando agora sobre Antropologia; O professor indicou o livro inteiro para leitura e me interessei mais quando li o tópico VI (6);
Sua resenha foi muito precisa e me ajudou a querer concluir a leitura do livro, muito obrigada por detalhar a experiência e o conteúdo abordado de forma tão concisa ??




Jackeline.Teixeira 26/08/2016

Sintese
"Papalagi (pronuncia-se Papalágui) é o branco, o estrangeiro. Traduzido literalmente, é aquele que furou o céu.O primeiro missionário europeu a desembarcar em Samoa chegou num veleiro branco. Os nativos vendo o veleiro de longe, pensaram que as velas brancas fossem um buraco pelo qual, furando o céu, o europeu tinha aparecido."

O livro é escrito por um indígena que faz um "apelo" aos outros povos do Sul para que ele saibam quem são os Papalagui, abordando temas como relacionamento com o corpo, habitações, dinheiro, trabalho, tempo e religião. Livro indicado para todos aqueles que desejam conhecer um outro ponto de vista sobre a sociedade "moderna".
Andrey.Deus 29/05/2017minha estante
quais as características de cultura e sociedade que eles (os papalágui) valorizam ??




Thales 23/01/2015

Um dos livros que mais me fizeram refletir. Mostra de uma outra visão nossa sociedade, expondo-a ao ridículo, se vista com outros olhos.
Indicado para quem estuda o etnocentrismo.
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Fabio Shiva 18/03/2017

obra de arte
Esplêndido! Uma obra tocante e inesquecível.

Tuiávii, chefe da tribo Tiavéa, na Polinésia, tinha muita curiosidade em conhecer as terras do “Papalagui”, palavra que em Samoa designa o Branco, o Estrangeiro. E foi assim que integrou um grupo teatral popular e acabou visitando muitas cidades na Europa, e conhecendo profundamente os hábitos, costumes e valores do Papalagui. De volta à sua terra, redigiu uma série de apontamentos com o que aprendeu, com o propósito de partir em uma expedição missionária, a fim de alertar seu povo sobre os perigos de abraçar a cultura do homem branco. O alemão Erich Scheurmann, que na época visitava as ilhas dos mares do sul, tornou-se amigo de Tuiávii e traduziu seus escritos, tornando o texto acessível aos ocidentais.

Esta é a versão oficial. Há quem diga que o texto todo foi inventado pelo próprio Scheurmann. Eu, pessoalmente, tendo a dar crédito a essa possibilidade. Pois os textos desse pequeno grande livro revelam um conhecimento tão profundo da sociedade e da psicologia ocidental, que sugerem uma sabedoria e uma percepção verdadeiramente sobre-humanas. Por outro lado, caso seja Scheurmann o autor, o valor do texto não é diminuído, muito pelo contrário: há aqui a inegável marca de uma grande obra de arte!

Seja como for, esse é um livro que merece ser lido com o espírito aberto e profunda atenção. A civilização tecnológica errou feio o caminho, em algum ponto de sua trajetória. Talvez ainda dê tempo de consertar isso. E o grande valor de “O Papalagui” está em apontar algumas das causas mais evidentes para esse mau passo do mundo moderno, que tornou os homens cegos para o Grande Espírito. Essa é, em minha opinião, a origem de todo o erro.

TRECHOS DO LIVRO:

"Os Brancos corromperam os missionários para que eles nos enganassem com as palavras do Grande Espírito. Pois o metal redondo e o papel pesado, que eles chamam dinheiro, é que são a verdadeira divindade dos Brancos."

"Existe aí uma grande injustiça que o Papalagui não nota, nem quer pensar sobre isto para não ser obrigado a reconhecer que ela existe. Nem todos que têm muito dinheiro trabalham muito."

"Ó irmãos, acreditai no que vos digo: ocultei-me atrás dos pensamentos do Papalagui e vi o que ele quer, como se o iluminasse o sol do meio-dia. Destruindo, onde quer que vá as coisas do Grande Espírito, o Papalagui com sua própria força pretende dar vida, novamente, àquilo que matou, convencendo-se assim de que é o Grande Espírito porque faz muitas coisas."

"Mostra que é muito pobre aquele que precisa de coisas em quantidade porque, assim, prova que lhe faltam as coisas do Grande Espírito."

"Ó irmãos, que é que pensais do homem cuja cabana é tão grande que dá para uma aldeia inteira e que não oferece ao viajante o seu teto por uma noite? Que é que pensais do homem que tem um cacho de bananas nas mãos e não dá uma só fruta a quem, faminto, ávido, lhe pede? Vejo a zanga nos vossos olhos, o maior desprezo nos vossos lábios. E vede que é isso que o Papalagui faz a todo momento. E mesmo que tenha cem esteiras nenhuma dá ao que nenhuma tem. Pelo contrário, acusa-o e censura-o por não ter. Pode estar com a cabana cheia de mantimentos até o alto, muito mais do que ele e sua aiga comem em 100 anos. Não sairá à procura dos que não têm o que comer, dos que estão pálidos de fome. E há muitos Papalaguis pálidos de fome. A palmeira deixa cair as folhas e frutos que estão maduros. Mas o Papalagui vive como se a palmeira quisesse retê-los. ‘São meus! Não os tereis! Jamais deles comereis!’ Mas como faria então a palmeira para dar novos frutos? A palmeira é muito mais sábia do que o Papalagui."

“Assim, todas as coisas prodigiosas do Papalagui têm um lado fraco, oculto em algum lugar; máquina não há que não precise de quem a vigie, de quem a toque; máquina não há que não contenha uma secreta maldição. A mão poderosa da máquina faz tudo, sim, mas enquanto trabalha, vai devorando o amor que encerram as coisas que fazemos com as mãos. De que me serve uma canoa, uma clava talhada pela máquina? Uma máquina é um ente frio, sem sangue, que não sabe falar do seu trabalho, que não sorri quando acaba; que não pode mostrá-lo ao pai e à mãe para que eles também fiquem contentes. Como é que poderei amar minha tanoa se uma máquina é capaz de fazer outra igual a qualquer momento, sem o meu trabalho? Aí está a grande maldição da máquina: é que o Papalagui já não ama coisa alguma porque a máquina pode refazer tudo, a qualquer momento. Para que a máquina lhe dê os seus prodígios sem amor, o homem deve alimentá-la com o próprio coração.”

“O Grande Espírito é que determina, sozinho, as forças do céu e da terra; é quem as reparte como lhe parece melhor. Não cabe ao homem fazer isso; não é impunemente que o Branco tenta transformar-se em peixe, ave, cavalo e verme. E com isso ganha muito menos do que confessa. Quando atravesso uma aldeia a cavalo, vou mais depressa, é claro; mas quando caminho a pé, vejo mais coisas e o meu amigo pode me convidar para entrar em sua cabana. Raramente se ganha de verdade quando se chega mais rapidamente ao que se procura. Mas o Papalagui está sempre querendo chegar depressa ao seu objetivo. Quase todas as suas máquinas servem, apenas, para chegar rápido a certa meta. Mas, quando chega, outra meta o atrai. O Papalagui desse modo vive sem jamais repousar; e cada vez mais desaprende o que é andar, passear, caminhar alegremente em direção ao que não procuramos mas vem ao nosso encontro.”

“Quem lê o jornal não precisa ir a Apolima, Manono, Saváii [ilhas de Samoa] para saber o que os amigos fazem, pensam, comemoram. Pode-se ficar deitado, calmamente, na esteira que os muitos papéis contam tudo.”

“Mas não é só isto que faz do jornal uma coisa tão ruim para a nossa mente, quando nos conta o que aconteceu; é que ele também nos diz o que devemos pensar a respeito disso e daquilo, a respeito do nosso chefe, dos chefes de outros países, de tudo quanto ocorre, de tudo que a gente faz. O jornal gostaria de fazer que todos os homens pensassem igual; o jornal é inimigo da minha cabeça, é inimigo do que eu penso.”

http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com.br/2017/03/o-papalagui.html


site: https://www.facebook.com/sincronicidio
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Juliana Amaro 17/03/2021

Bom livro
É um bom livro para quem quer entender um pouco melhor a história da educação de uma forma literária.
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Isabela 28/04/2021

li pra faculdade confesso que arrastada. Com certeza uma leitura instigante, devo reler mais pra frente com mais paciência e atenção que exige.
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clara 28/04/2021

Um deleite
Leitura rápida (apesar de não ser um livro curto) que me carregou através dos capítulos com fluidez e eu quis devorá-lo. Há de se ter mente aberta e atenção plena, o autor expõe muitas questões e problemáticas da cultura eurocentrada. Ótimo livro pra quem está iniciando os estudos em antropologia, adentrando nos olhares etnocêntricos que nos circundam. Lindo e emocionante.
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Arminda 21/05/2021

Um livro que nos faz refletir, fala sobre o Papalagui (homem branco - europeu), é a visão de um samoano sobre o europeu, de uma forma inocente mostra a realidade de certo modo doentio da sociedade moderna. Fala sobre o sexismo, capitalismo, religião de um jeito crítico e sem preconceitos. Amei.
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Flavia Sena 24/06/2021

Tendo sido escrito pelo Tuiávii ou forjado, certamente há bastante sabedoria no texto. Pra quem tiver humildade pra enxergar, ele mostra nossas feridas como sociedade. Já estando aqui, o jeito é buscar o equilíbrio, ou quebrar paradigmas.
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Messias6 14/09/2021

Sempre Atual
Uma história tocante e inesquecível. Tanto que li ele por volta de 2004. E, considerando as reflexões nos textos do livro, a temática é muito atual.
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Madulr 04/03/2022

choque cultural e o absurdo do desconhecido
Definitivamente a coisa mais preciosa desse livro é a perspectiva completamente oposta de tudo aquilo que conhecemos e estamos inseridos. O nativo observando e criticando cada aspecto da nossa sociedade, que para ele não faz sentido algum, como em toda a história nós criticamos e não entendemos os aspectos da sua. É como estar do outro lado da moeda e experimentar o lugar que por muito foi dele, ao mesmo que ele faz observações preciosas e muito pontuais sobre coisas da nossa sociedade que não fazem sentido e simplesmente não deveriam existir. O egoísmo que não nos deixa olhar para nada que não seja nós mesmos, a busca insaciável por dinheiro e a desvalorização da natureza, do tempo e do amor ao outro. Cada detalhe dado sobre a comunidade dos samoanos só me fazia pensar mais em como nossa ideia de progresso está tão errada, pois a forma como eles viviam lá é que era humana e evoluída. Enfim, tem milhões de aspectos desse livro que eu amei e poderia citar aqui, mas me resumo a dizer que é uma leitura muito válida, tranquila, capaz de mudar nossa própria perspectiva e questionar nosso comportamento inseridos nessa sociedade.
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L 31/07/2022

Não recomendaria
Existem algumas reflexões relevantes, contudo, também existem algumas que estão fora do nosso tempo. Não vou dizer que foi uma leitura que gostei particularmente, tive mesmo dificuldade a chegar ao fim, e apesar de compreender a importância de algumas ideias, sinceramente não vejo a necessidade de ler este livro. O único ponto que posso totalmente concordar com Tuiavii, é a forma como o papalagui (brancos europeus) prega a sua religião, sem a compreender e respeitar, e como o povo deles compreendeu a natureza cristã de Deus.
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@jbsotero 21/08/2022

Interessante
Li por conta da faculdade, o professor de antropologia o recomendou por mostrar um mundo sob o ponto de vista diferente do eurocêntrico. Sempre somos convidados a ver o mundo "selvagem" de povos nativos mas quase (ou) nunca somos convidados a nos enxergar do ponto de vista deles.
Tal livro, apesar de curto, traz ótimas reflexões sobre a nossa organização como sociedade, o impacto do capitalismo nas nossas vidas e relações interpessoais, e como lidamos com credos.
Muito proveitoso, recomendo a qualquer indivíduo.
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Sara Marinho 01/05/2024

Um livro pra refletir mesmo e depois ficar depressivo por conta da sociedade merda em que vivemos. A gente complica muito a vida!
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