CooltureNews 25/12/2012
Publicada em www.CooltureNews.com.br
Vida para vocês e para vossas plantações, leitores-sai! Escutem as trombetas que nos chamam ao Salão dos Anciões, pois hoje trago à vocês a resenha de mais um arco das histórias em quadrinhos de A Torre Negra. Porém, atentem-se para as adagas que reluzem às suas costas, pois, nessas épocas sombrias, o assunto mais comentado em Gilead é Traição.
Já vislumbramos o momento em que Nasce o Pistoleiro e, após diversos embates e perdas irreparáveis, acompanhamos os protagonistas em seu Longo Caminho para Casa. Agora, eles enfim chegaram à Gilead, a dourada capital de todo o Mundo Médio. Todavia, como pouca coisa nas histórias do senhor Stephen King são rosas, os inimigos estão cada vez mais perto e, agora, moldam-se em contornos familiares e rostos amados.
Esse arco das histórias em quadrinhos continua a contar fatos inéditos da história de Roland Deschain. Nesse quesito, Traição faz um excelente papel em expandir o que conhecemos a respeito da sociedade dos pistoleiros. Em diversos momentos, é extremamente fascinante aprender como funcionam as engrenagens que movimentam esses modernos cavaleiros e que mantém aquela sociedade unida (por enquanto).
Outro ponto interessante desse arco é que, diferente dos volumes anteriores, ele possui diversos enredos que se desenvolvem paralelamente. Aos poucos, somos apresentados a novos personagens, enquanto acompanhamos os problemas pelos quais os personagens já conhecidos estão passando. Dessa forma, creio que posso dizer que esse volume é um dos mais dinâmicos e envolventes (tanto, que o li na mesma noite em que o recebi).
Comparando com O longo caminho para casa, o terceiro arco das HQs conta-nos uma história muito mais intensa e humana. Isso ocorre justamente devido aos já citados múltiplos enredos. A partir deles, é possível ter uma visão muito mais profunda dos relacionamentos e intensões de muitos personagens do universo de A Torre Negra. Essas intenções, tão conflitantes, fez com que me identificasse e entendesse as motivações de vários personagens (incluindo alguns vilões).
Ainda fazendo uma comparação com a minha resenha do volume anterior dos quadrinhos, um ponto positivo para Traição é que ele é um pouco mais extenso do que seu predecessor. Nesse quesito, Traição ainda não é tão grande quanto o primeiro volume Nasce o Pistoleiro, mas já não me deixou com aquela impressão de que algumas coisas foram apressadas demais.
A edição da Suma de Letras continua impecável. A encadernação em capa dura é simplesmente perfeita, e deixa os quadrinhos com uma aura incomparável de “edição de colecionador”. Infelizmente, o único defeito que ainda persiste é a ausência dos extras presentes na edição originais. Extras esses que, dessa vez, fizeram falta até para mim, que já tinha lido os romances. Digo isso levando em conta uma certa instituição religiosa que aparece nesse volume, mas não é explicada com profundidade em lugar algum – além dos extras.
De qualquer forma, Traição continua sendo uma aquisição indispensável à todos aqueles que, nesse ponto, já devem estar extremamente envolvidos e hipnotizados por esse universo tão incrível que é A Torre Negra. As ilustração de Jae Lee e Richard Isanove e o enredo de Robin Furth conseguem superar facilmente os volumes anteriores, mostrando que a série avança tanto em seu enredo quanto em sua qualidade.
No mais, agora passo a palavra à vocês. Gostaram do modo pelo o qual o enredo de Traição foi contado? E os novos personagens, alguém mais gostou muito da Aileen? Comentem! Vamos fazer dessa resenha um ambiente propicio ao nosso palavrear.