O País das Neves

O País das Neves Yasunari Kawabata




Resenhas - O País das Neves


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Lucas 11/09/2023

Impressionismo Japonês
Livro muito bom, com uma descrição impressionista e surrealista de um local montanhoso no Japão, que serve de cenário para a relação de um homem, que mora na capital e vem enventualmente às montanhas, com uma gueixa. Há ainda uma terceira mulher, mas com passagens mais rápidas, ainda que importantes.
O escritor utiliza de um lirismo impecável, além de abusar (não no sentido ruim) de sensopercepção, sinestesia e, em alguns momentos, um transe.
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Diego Rodrigues 24/05/2023

"O passado é uma roupa que não nos serve mais"
Para muitos, a obra prima do escritor japonês, e vencedor do Nobel, Yasunari Kawabata. "O País das Neves" foi publicado em sua primeira versão em 1937 e teve sua versão definitiva finalizada após a Segunda Guerra Mundial. O breve romance gira em torno do excêntrico professor Shimamura, que visita uma região montanhosa do Japão em busca de uma gueixa que conheceu anos atrás. A montanha, a neve e a beleza da jovem Komako exercem certo fascínio no nosso protagonista, que de tempos em tempos deixa a conturbada capital e a monotonia do lar para visitar a região conhecida como País das Neves. Envolta em mistério, melancolia, sensualidade e elementos da natureza, a estadia de Shimamura acaba se revelando uma constante busca pelo "eu".

Kawabata é dono de uma das escritas mais bonitas com que já me deparei. Marcada por lirismo e um sensorialismo exacerbado, sua narrativa consegue nos transportar facilmente para outras paragens. No caso, para um pequeno vilarejo coberto de neve em meio as montanhas japonesas. Nem preciso dizer o quanto esse livro é aconchegante na companhia de uma xícara de café, né? (em especial, para aqueles que gostam de um friozinho). A obra também nos apresenta vários elementos da cultura japonesa, como as gueixas, o som do shamisen (instrumento musical típico), a tecelagem do chijimi (tecido produzido no Japão) e alguns costumes populares. Como resultado, temos uma leitura sensível e contemplativa, desprovida de grandes acontecimentos, mas rica em significação.

É um livro que trata, de forma muito delicada, da passagem do tempo e da efemeridade das nossas relações, como amamos e deixamos de amar, desejamos e deixamos de desejar, e a dificuldade em deixar pra trás aquilo que deve ser deixado. Um sentimento de nostalgia permeia toda a obra, não por acaso repleta de flashbacks e alusões a espelhos e imagens sobrepostas. Shimamura é o tipo de personagem que olha muito pra trás e se perde facilmente em seus devaneios, parece sempre retornar a montanha em busca de algo que já não existe. Mas, como dizia Belchior, "o passado é uma roupa que não nos serve mais". Talvez todos nós tenhamos uma "montanha" para a qual gostaríamos de retornar nos momentos difíceis. Afinal, o passado sempre deixa marcas. Mas é importante aprender com o mesmo e superá-lo, ou corremos o risco de viver eternamente em um País das Neves.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Yuri 20/04/2023

Livro diferente, com uma história não muito cativante em si, mas o que me chamou a atenção é a atmosfera, o ambiente da história. É uma mistura de ares, de vibes, de energias, que parece que entram em você. Parece que você pode sentir a história dentro de si. Bem interessante!
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Nicolas523 18/04/2023

Atravessava-se um longo túnel e lá estava o País das Neves. A noite assumiu um fundo branco."
Muitas vezes dito como a obra-prima de Kawabata Yasunari, o livro trata sobre uma relação fadada ao fracasso entre as montanhas do Japão. Shimamura, um escritor medíocre e de boas condições, conhece Komako, uma gueixa desamparada, em um resort de águas termais.

A escrita de Kawabata é extremamente rica. Ele matiza as cenas, a natureza e os cenários com uma sensibilidade de pintor, como se toda história pertencesse ao todo de uma pintura.

Não pela escrita, porém me demorei para engajar na história por conta de seus personagens. Shimamura é um homem entediado, quase um niilista, ao passo que Komako manifesta uma bipolaridade. O autor, mais tarde, descreveria Shimamura como "um espelho que reflete Komako", que, não por acaso, foi inspirada em uma gueixa que Kawabata conheceu.

A relação dos dois é extremamente ambígua, de uma beleza e tristeza que repercute por toda a obra, seja nas descrições ("Era uma voz tão bela que chegava a ser triste"), seja nas metáforas visuais nas quais o escritor irá se apoiar para a composição da moldura desta história.

O final é aberto, mas me parece muito interessante esta característica de uma história sem delimitações entre seu começo e fim, algo muito presente não só na literatura de Kawabata como na literatura japonesa em geral. Em uma entrevista (disponível no YouTube com legendas em português, para quem tiver interesse), Kawabata irá explicar sobre este aspecto em suas narrativas: "Essas peças terminam a história em um ponto em que há uma nova história por vir."

site: https://youtu.be/kyco3qr_WVE
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bimbicobimboca 29/03/2023

O início desse livro e o final são das coisas mais lindas que já li na literatura. O que me enche de conflitos é o intermédio entre os dois (inicio, fim), que por tantas vezes me pareceu cansativo ou enfadonho. É uma obra linda, esteticamente detalhada, as paisagens são tão importantes quanto os personagens; a cultura é demostrada com uma tendência fronteiriça entre o real e o metafísico... Tudo é tão condensado, hermético, triste, repetitivo, imersivo... Fico sem fôlego. E é por isso que não consigo mais dizer que não gostei de "O País das Neves". Ainda agora, a história não me sai da cabeça. Ouço os ecos da voz da Komako, sinto o frio das relações elaboradas, quero que todos se salvem de sí.
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Marcos606 24/03/2023

Em um trem, Shimamura viaja para uma cidade termal para ver uma mulher (que mais tarde se chamará Komako) que ele conheceu há meio ano. Enquanto está no trem, ele fica obcecado por Yoko, uma garota de beleza incomum que cuida de um homem doente, e fica especialmente fascinado pelo reflexo do rosto dela na janela. Mais tarde, quando o trem para em uma estação e Yoko grita para o chefe da estação, Shimamura também fica fascinado pela clareza de sua voz.

Chegando em uma noite fria a uma pousada da cidade, Shimamura se assusta ao encontrar a mulher que conhecia, que agora se tornou uma gueixa, esperando por ele. Os dois vão para o quarto dele e começam a conversar, então a história volta ao primeiro encontro.

Como fica claro na seção de abertura, nosso protagonista é propenso a fantasias sobre mulheres bonitas. É apropriado, então, que o romance se passe numa terra tão isolada que se torna quase uma fantasia ou ilusão, com a passagem do protagonista através de um túnel para esse mundo, o país nevado na província de Niigata, na costa ocidental do Japão, que recebe excepcionalmente fortes nevascas causadas pelos ventos frios do mar. Durante os meses de inverno que vão de dezembro a abril, as estradas ficam bloqueadas pela neve, a localização remota da fonte termal, no sopé das Montanhas Fronteiriças, confere-lhe a qualidade de um local perfeito para escapar do mundo cotidiano. Lá se encontram as ilusões do homem e da gueixa, que não deveria se apaixonar por seus clientes. Mas nunca poderá ser.
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Luis Felipe S. Correa 18/03/2023

Ainda tenho muito a aprender
É o meu primeiro livro do autor e confesso que esperava algo mais semelhante a Musashi de Eiji Yoshikawa. Bem, o primeiro choque deriva da expectativa frustrada e a diferença ao estilo ocidental ao qual o leito medio está habituado (aqui eu me incluo). Entretanto, essa barreira não repercute na beleza da obra. Sigo ansioso para a leitura de Mil Tsurus.
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umafacasolamina 07/03/2023

Shimamura sentiu na pele que estava vivo. sentia a vida real sendo transmitida pela respiração intensa de komako. ela se assemelhava a um saudoso rancor, parecia um coração esperando tranquilamente por alguma vingança.
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Arthur254 13/02/2023

Imersão no monótono
Apesar de ser muito bem escrito e contar com um incrível detalhamento do cenário e do desenvolvimento da relação entre os protagonistas, o livro não traz nada de inovador e para alguns pode soar monótono. Boa leitura para quem gosta de romance ou deseja imergir-se na cultura japonesa.
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Arthur 23/01/2023

País das Neves
Livro interessante sobre a relação entre um homem e uma gueixa, a história é guiada pelo homem, mas a verdadeira protagonista é a gueixa, Komako, será ela que será explorada em todos seus aspectos emocionais, sua vida pregressa, seus motivos. É um livro com uma escrita bastante emocional e, no geral, bela.
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Aninha 16/01/2023

Uma obra-prima pincelada com palavras
A ambientação e a prosa lírica impecável são marcantes desde o início e brilham ao longo das páginas, a verdadeira força motriz que te faz querer ler cada vez mais.

Assim como o Shimamura e a Komako se sentem presos um ao outro, nós ficamos presos na realidade do País das Neves. Ao mesmo tempo em que os personagens entram num conflito quase que sufocante, temos o frescor da descrição da natureza, além de ficarmos à mercê da belíssima arte e cultura milenar japonesa, tudo isso em conjunto me passou a sensação de estar tendo um devaneio, por ser tão único e bonito que é difícil de acreditar.

Estou encantada por esta obra e com certeza irei reler algum dia, mas agora meu coração está ansioso para conhecer os outros livros do autor primeiro.
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Talia 16/01/2023

Um livro melancólico e poético
O autor descreve a beleza da natureza com muitos detalhes, mas não o suficiente para deixar cansativo. Você entra na história e anda pelas ruas do País das neves apenas a alguns passos atrás de Shimamura, o protagonista que vive perdido em seus próprios pensamentos nostálgicos.

O que eu mais gostei nesse livro, foi como o autor valorizou a delicadeza e a beleza feminina, sempre comparando com aspectos da natureza.

Romances de algumas noites, a sensualidade feminina e o egocêntrismo de um homem que parece ter vivido tantas vidas e ao mesmo tempo estar paralisado dentro do seu próprio mundo sem ter conquistado nada de que se orgulhe verdadeiramente além do coração de uma gueixa.

Lendo O país das neves, senti que quase tudo se destacava, era poético e bonito, exceto o protagonista.
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Jessica579 12/12/2022

Preciso dar uma relida
Foi uma leitura meio rápida, já que eu só lia nos intervalos, mas eu gostei bastante, ao mesmo tempo que soa rotineiro, não é monótono. É uma forma de acompanhar o crescimento o principal e sua gueixa. Não é porque a história é simples que necessariamente é ruim. Essa aqui exatamente cumpre os requisitos de uma boa história clássica ???
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Caroline.Evellyn 18/11/2022

Uma viagem ao Japão
A magia do livro em nós transportar para qualquer lugar do mundo, o país das Neves faz essa magia, gostei
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Priscilla 01/11/2022

Uma imersão no país das neves
O autor descreve as paisagens e as cenas de forma bela e imersiva, e apesar de escrito em prosa, às vezes dá a impressão de ser poesia.
Não estou acostumada à literatura oriental, mas gostei mesmo assim. Fiquei curiosa a respeito dos personagens, suas motivações e relacionamentos. E, mesmo terminando o livro sem descobrir (e até entender) todos os detalhes desses personagens, fiquei satisfeita e quero ler outros livros do autor!
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