O arco-íris da gravidade

O arco-íris da gravidade Thomas Pynchon




Resenhas - O Arco-Íris da Gravidade


14 encontrados | exibindo 1 a 14


Ogatho Tristie 04/04/2022

Se sinta chapado e em guerra
Mais um calhamço
q achei f+
Thomas é um autor pika

+Contra-cultura = manda a treta da corrupção
+N/ outro alem do sentido de exército
+Auge da literatura da Segunda guerra mundial. MT DO [*****] A IMERSÃO
+Ta na disney perdeu, o livro corre em varias partes, sem barriga
+É apesar do tamanho, os personagens seguram cada parte
+Explora natureza feia humana, desejo doentio de matar
+Complexo nem rola pros pexe
+Final vai dar depressão pra tu

-pode deixar vc louco, por momentos tanto confuso e traumatizante
Ogatho Tristie 04/04/2022minha estante
flopou meu palavrão c*rai




Kesio.Rodrigues 14/06/2023

Efeito e Causa no Pós-Guerra
O ano é 1973 e do seu pequeno apartamento, envolto em teias de livros e um foguete feito de clipes, borracha e lápis, Thomas Pynchon observa o mundo alucinado do pós-guerra: Watergate, Watts, Rock n Roll, revolução sexual, bombas, mega-empresas, super-heróis cada vez mais popularizados, magnatas com fixação em foguetes, o  último carro lançado no mercado e muita, muita droga; em meio a um cenário que empurrava propaganda das glórias capitalistas e do avanço das máquinas, O Arco-íris da Gravidade é lançado, sendo imediatamente ridicularizado pela parte da crítica que estava acostumada com os temas sociais modernistas e tinha William Faulkner como gênio máximo da estética. De um lado alguns falavam que o livro era excessivamente complexo, com personagens pouco desenvolvidos e nonsense. Por outro lado, uma minoria ruidosa cultuava o livro e aquele escritor semi-desconhecido que já havia lançado o brilhante "V." e o quase ilegível, mas igualmente brilhante "Leilão do Lote 49". 

Na impossibilidade de dar uma sinopse, O Arco-íris da Gravidade conta a história do pós-guerra através dos olhos de centenas de personagens que formam uma rede de conexão entre si. Se existe um centro nesse livro, seria Slothrop, o símbolo literário mais bem acabado da contracultura. Slothrop responde sexualmente a barulhos muito altos, ou na verdade ele é um ímã de foguetes? Bom, é tudo uma relação de causa e efeito: Slothrop faz sexo e logo depois um foguete V-2 cai no local. Precisando investigar a causalidade disso, os cientistas chapados da "Aparição Branca" monitoram Slothrop enquanto ele percorre a Zona (nome dado à Alemanha pós-guerra) fazendo? bom, fazendo muito sexo. O V-2 é um foguete mais rápido que o som. Ele chega, cai e explode e você só sabe que está a salvo quando ouve a explosão chegar atrasada. Isso corresponde a 1% do livro. Não existe cronologia, o passado e presente da narrativa são constantemente alternados, às vezes no mesmo parágrafo, ou também pode acontecer de ser alternado na mesma frase? não é incomum, nesse livro, uma frase mudar de sentido antes de acabar.

O Arco-íris da Gravidade é a exposição histérica de uma realidade destroçada. São mais de 700 páginas de absoluto caos, onde o Pynchon traça uma história dos genocídios promovidos pelos seres humanos ao longo das eras, mostrando até onde um ser humano está disposto a desumanizar outro ser humano por um objeto de metal que queima combustível até o burnout. A ascensão bélica é, segundo o discurso capitalista, a ascensão de todos pois assegura a soberania do país enquanto milhões são dizimados. Como não ficar paranóico? Cada passo de Slothrop pode estar sendo observado, mas a incerteza paira no ar gelado enquanto refugiados percorrem as ruas em busca de qualquer coisa que possa ser comida para não morrerem. 

O tom de desenho animado abraça todo o livro e você se depara com uma página mais absurda que a outra. Acontecem coisas como: Guerra de tortas em pleno voo de balão, adenóide gigante com vida própria viciada em pó, lâmpadas falantes, desfile de duendes, transformação de homem para Homem-Foguete, perseguições piratas e mais uma infinidade de coisas. 

Mas o meu momento favorito é bem no início quando Slothrop mergulha dentro de uma privada:

"Olh'eu aqui, pessoal, 
viajando na privada.
Vamos torcer pra ninguém 
Cismar de dar uma mijada

Justamente neste instante ouve-se uma tremenda explosão do outro lado do encanamento, um barulho que vai crescendo cada vez mais como uma onda, uma onda compacta de merda, vômito, papel higiênico e badalhocas num mosaico avassalador, vindo em direção a Slothrop, em pânico como um trem do metrô avançado sobre uma vítima indefesa. Não há para onde fugir. Paralisado, ele olha para trás por cima dos ombros, com um olhar fixo. Uma imensa muralha arrastando longas gavinhas de papel amerdalhado, a onda de choque o atinge - GAAHHH! Ele tenta em vão dar um salto no último instante, mas já o cilindro de esgoto o derrubou, o papel se espatifando, enroscando-se em torno de seus lábios, suas narinas, tudo desaparece, tudo agora fede a merda, ele tem que piscar o tempo todo para livrar os cílios dos microtoletes. O líquido pardo jorra e o leva junto... ele parece que rola aos trambolhões como um bule de chá - se bem que não se pode ter certeza no meio daquele merdamoto escuro, sem referências visuais?"

Esse livro tem um dos melhores trabalhos de tradução que eu já vi e acompanha muito bem as diferenças de tons que o texto segue. Acima uma parte escrachada, abaixo uma parte extremamente melancólica (que no contexto do livro ganha ares fantasmagórica):

"E os dois dançam, sim: embora o Pirata nunca tivesse conseguido dançar antes muito bem? sentem-se perfeitamente entrosados com todos os outros enquanto bailam, e se jamais vão poder sentir-se de todo à vontade, mesmo assim não estão mais em posição de Descansar? assim se dissolvem agora, na corrida, no turbilhão desta Preterição dançante, e seus rostos, os rostos queridos e cômicos que assumiram para este baile, morrem aos poucos, tal como morre a inocência, num flerte grave, esforçando-se para ser simpática?"

É um livro difícil, mas ao mesmo tempo é um livro extremamente divertido e assombrosamente atual (os magnatas hoje em dia ainda estão na sua busca fálica pelo foguete perfeito). As referências sobre cultura pop transbordam a cada página e vão de Marilyn Monroe a João Gilberto. Não sei se é possível concluir esse breve comentário sem deixar uma sensação de lacuna em todas as partes por conta do quão intrincado é o livro, e eu assumo que não entendi muita coisa, mas é nítida a genialidade de Thomas Pynchon em desencadear momentos absurdos com um pano de fundo tão triste.
Joao.Gabriel 15/06/2023minha estante
Kesin, fui ler surrealismo br (Campos de Carvalho) E NÃO ENTENDI NADA ME AJUDA


Kesio.Rodrigues 15/06/2023minha estante
Nunca li esse cara, mas tô com ele aqui no Kindle qualquer dia eu dou uma olhada aljdksjdlajf




Carla Porto 28/07/2015

Trechos
"a bicuda ponta do foguete, caindo a quase um quilometro por segundo, absolutamente e para sempre sem som, atinge o seu último hiato incomensurável por cima do telhado deste velho teatro."
08/06/2016
98% (1000 de 1024)
07/06/2016
96% (980 de 1024)
"eles são tão esquizoides, tão dúplices na presença massiva do dinheiro, quanto qualquer um de nós, e é esse o duro facto. o homem em um escritório de delegação em cada um dos nossos cérebros. o emblema corporativo dele é um albatroz branco, cada representante local tem um disfarce conhecido como o ego, e a missão deles neste mundo é a Grande Merda."
02/06/2016
92% (940 de 1024)
"eu libertava-vos, se soubesse como. mas cá por fora não há liberdade. todos os animais, as plantas, os minerais, até outros tipos de homens, andam a ser partidos e remontados todos os dias, para preservar uns poucos da elite, que são os mais sonoros ao teorizarem sobre a liberdade,mas os menos livres de todos. nem sequer vos posso dar a esperança de que algum dia venha a ser diferente - de que eles saiam de lá, e esqueçam a morte, e se desfaçam do elaborado terror da tecnologia deles, e parem de usar todas as outras formas de vida sem piedade para manterem aquilo que assomra os homens num nível tolerável - e em vez disso estejam como vós, simplesmente aqui, simplesmente vivos. a estrela convidada retira-se pelo fundo dos corredores."
29/05/2016
86% (880 de 1024)
"quando alguém nos mostra a mais ínfima esperança de transcendência, o comitê para as incandescentes anomalias vem cá e leva-o daqui para fora."
25/05/2016
82% (844 de 1024)
"e agora, na zona, ao final do dia ele transformou-se numa encruzilhada, após uma chuva forte de que ele não se lembra, o Slothrop vê aqui um arco-íris muito espesso, uma entroncada picha de arco-íris descendo das nuvens púbicas para a terra, a verde e molhada terra dos vales, e o peito dele enche-se e ele porta-se gritando, nem uma única coisa na sua cabeça, sentindo-se apenas natural..."
21/05/2016
81% (833 de 1024)
"a história tal como ela está disposta no mundo é somente uma fracção exterior, exterior-e-visível. que também temos de olhar para o que não foi contado, para o silencio que nos rodeia, para a passagem da próxima rocha em que repararmos - para os seus evos de história sob a longa e feminina persistência da água e do ar, a descer para as terras baixas..."
19/05/2016
78% (801 de 1024)
"porque dificilmente se supera o deslumbramento de descobrir que a terra é uma criatura viva, de após todos estes anos a pensar-se num grande e soturno penedo se descobrir um coro e uma psique, ele sente-se de novo criança, ele sabe que em teoria não deve empenhar-se assim, mas apesar disso está apaixonado pelo seu sentimento de deslumbramento, por tê-lo encontrado outra vez, mesmo tão tarde, mesmo sabendo que dentro em pouco terá de abandoná-lo... por descobrir que a gravidade, tomada por tão certa, é na realidade algo fantástico, de messiânico, de extra-sensorial no espíritocorpo da terra... tendo abraçado no seu centro sagrado os detritos de espécies mortas, moléculas recolhidas, empacotadas, transmutadas, realinhadas e reentretecidas que serão levados de novo até lá acima pelos cabalistas..." Nota: 5
14/05/2016
78% (800 de 1024)
"Quando passar entre as árvores demorará tempo a tocá-las, a estudá-las, sentando--se muito pacatamente perto delas e compreendendo que cada árvore é uma criatura, que cumpre a sua vida individual, ciente do que vai acontecendo ao seu redor, não apenas um qualquer pedaço de madeira que se pode deitar abaixo. a bem dizer, a família do Slothrop ganhava dinheiro a matar árvores, amputando-as das suas raízes, cortando-as em pedaços, moendo-as ate ficarem em polpa... Olha pra cima. As árvores estao imóveis. Ssaabem que ele está ali. Provavelmente também sabem o que ele está a pensar... Um pinheiro de médio porte ali próximo inclina o seu topo e sugere, "Na próxima vez que te cruzares por aí com uma operação de desflorestação, procura um dos tractores deles que não esteja guardado, tira-lhe o filtro do óleo, leva-o contigo. AAí está o que podes fazer."
12/05/2016
72% (733 de 1024)
"pelo menos podemos aprender a negar-lhes nosso medo da morte. acreditar que cada um deles morrerá pessoalmente é acreditar também que o sistema deles morrerá - que alguma possibilidade de renovação, alguma dialética, continua a operar na história."
06/05/2016
68% (700 de 1024)
04/05/2016
63% (640 de 1024)
"... o nosso desejo é vento e motor... abraçando-o ela começa a vir-se, e ele faz o mesmo, o dilúvio dele arrebatando-o à sua expectativa, saindo pelo lho no alto da torre e para dentro dela com uma singular detonação do tacto. anunciando o vazio, o que poderia ser senão a voz régia do próprio Agregado? algures na imobilidade de ambos estão o coração dela, aos saltos, um chapim no meio da neve, o cabelo dela, envolvendo e abrigando os rostos dos dois, pequena lingua nas têmporas..., omoplatas erguendo-se como asas sempre que ela lhe toca. o que aconteceu ali atrás? slothrop acha que é capaz de chorar"
27/04/2016
59% (603 de 1024)
"viver dentro do sistema é como viajar pelo país num autocarro conduzido por um maníaco com tendência suicida... embora ele seja bastante amigável, está sempre a lançar piadas pelo altifalante, "bom dia minha gente..."
25/04/2016
54% (555 de 1024)
"certa noite lançou fogo a vinte páginas de cálculos. os signos integrais voltearam como cobras encantadas, os ds comicamente encaracolados marchando como corcundas pela beira do lume até se tornarem ondas de cinza rendilhada."
22/04/2016
49% (500 de 1024)
"prefere as lágrimas da papoila. os sonhos são melhores, não tão geométricos, tão aptos a transformarem tudo - o ar, o céu - em tapetes persas."
18/04/2016
43% (444 de 1024)
"um rio entre suas coxas, luz saltando-lhe pelas pontas dos dedos das mãos e dos pés. é tão seguro e nutriente como o sono."
17/04/2016
39% (400 de 1024)
15/04/2016
33% (333 de 1024)
"eu libertava-vos, se soubesse como. mas cá por fora não há liberdade. todos os animais, as plantas, os minerais, até outros tipos de homens, andam a ser partidos e remontados todos os dias, para preservar uns poucos da elite, que são os mais sonoros ao teorizarem sobre a liberdade,mas os menos livres de todos. nem sequer vos posso dar a esperança de que algum dia venha a ser diferente - de que eles saiam de lá, e esqueçam a morte, e se desfaçam do elaborado terror da tecnologia deles, e parem de usar todas as outras formas de vida sem piedade para manterem aquilo que assomra os homens num nível tolerável - e em vez disso estejam como vós, simplesmente aqui, simplesmente vivos. a estrela convidada retira-se pelo fundo dos corredores."
09/04/2016
28% (283 de 1024)
"Por vezes, raramente, poderá haver tantalizantes - não palavras, mas halos de sentido em torno das palavras que a boca dele evidentemente pronunciou, que apenas ficam para trás - caso fiquem - por um momento, como os sonhos, que não se pode conter nem revelar e que, pouco depois, vão-se embora."
09/04/2016
24% (244 de 1024)
"o que passa é uma verdade tão terrível que a história jamais a admitirá. a verdade será reprimida e em eras de particular elegância será disfarçada como outra coisa qualquer."
01/04/2016
4% (44 de 1024)
"A natureza não conhece extinção; conhece somente transformação. Tudo o que a ciência me ensinou, e continua a ensinar-me, fortalece a minha crença na continuidade da nossa existência espiritual após a morte. Citando Wernher vom Braun, Thomas Pynchon abre o livro."
vitor.repinaldo 01/12/2015minha estante
Também compro. : )


Carla Porto 21/04/2016minha estante
vou vender o meu dentro de 1 mês.
minha edição é portuguesa. livro novo.
se houver interesse, mande mensagem.


Nanci 09/06/2016minha estante
!!!! Como resistir a esse coração... Vai pra lista!


Carla Porto 09/06/2016minha estante
difícil navegar por mas de mil páginas e não curtir a viagem, rs.


Carla Porto 09/06/2016minha estante
*por mais


Nanci 09/06/2016minha estante
E você digitou todos esses trechos? Quase uma releitura rs.


Carla Porto 09/06/2016minha estante
digitei, Nanci e adoro revê-los.


Irene 11/06/2016minha estante
aonde estão os trechos Carla?


Carla Porto 12/06/2016minha estante
pûs como resenha, irene.




Daniel 17/07/2019

" - Agora todo mundo..." ou Entre a paranoia e a realidade
É difícil definir uma obra como O Arco-Iris da Gravidade em poucas palavras. Seja pelo seu tamanho colossal ou por sua complexidade primorosa, Pynchon construiu aqui um dos maiores monumentos literários da contemporaneidade. Temos um enredo em plena Segunda Guerra Mundial. Um narrador irônico e não-confiável. Um protagonista paranóico, picaresco e pervertido; envolto numa trama que houve espionagem, mulheres fatais, conflitos de poder e situações bizarras à beira do surrealismo.
Trata-se de uma obra múltipla, complexa e polifônica, que reúne um si uma gama de temas variados como matemática, física, ocultismo, colonialismo, perversões sexuais, guerras, regimes totalitários, cultura de massa, drogas, paranoia, behaviorismo psicanálise, racismo, etc; um turbilhão de informações descontínuas e multifacetadas, que oferecem uma visão panorâmica, irônica e desconstruida da realidade.
A estrutura do romance parece por vezes caótica, com digressões inusitadas, cortes narrativos, neologismos e canções teatrais, mas que no fundo compõem uma unidade relativa perfeita, como uma sinfonia minuciosamente construída.
Ao longo das histórias de personagens inusitados, como o paranico Slothrop, o sádico Weissmann, a misteriosa Katje, Roger Mexico, Pirata Prentice e tantos outros; psicologicamente marcantes e bem construídos; nos vemos diante de uma obra tão fascinante quanto incomum.
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Juliano.Ramos 23/08/2023

Um grande livro chato, cada capítulo contém uma pequena crônica ou resenha falando de um pós guerra, as vezes de forma confusa e bem lunatica, esse livro sempre aparece em outros livros, li e não gostei.
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vanessaetraud 30/04/2024

Um calhamaço histórico e complexo.

Narrado no século XX e pegando os conflitos após a Segunda Guerra Mundial, somos levados a um mergulho profundo nas vidas interligadas de seus personagens, cada um tem suas próprias jornadas e dilemas para o enredo perfeito. A busca pela verdade e a incerteza permeiam toda a trama, nos leva a refletir sobre o mundo e a própria existência, as complexidades da condição humana em um mundo de constante transformação.

Apresentando uma escrita pós moderna que exige atenção e reflexão, oferecendo uma visão única e profundamente perturbadora, a estrutura fragmentada reflete a natureza caótica e desconcertante da própria era em que se passa. A complexidade da trama e refletindo aspectos diferentes da sociedade e da condição humana.

Entre todos personagens que mais chamou atenção destaca-se Tyrone, um jovem enigmático e obscuro, cujas ações são influenciadas por forças além de seu controle. Nosso companheiro de leitura irá embarcar em uma Europa devastada pela guerra, enquanto tenta desvendar os mistérios que cercam a própria mente depois da catástrofe.
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Ju 23/07/2021

Pynchoneano
Arco-íris da Gravidade não é um livro simplesmente é uma experiência, Pynchon é genial na escrita. Porém não é um livro que recomendaria a qualquer um, ele é estranho, hilário, nojento, confuso, insano e sensacional.
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Ane 26/06/2022

Lord Byron
O livro é sensacional na mesma medida em que é caótico. Mas como retratar a paranóia sem caos?
O conto do Lord Byron, a lâmpada, é simplesmente genial.
Sinto não ter mais conhecimento para compreender todas as referência feitos pelo autor, mesmo assim vale cada palavra.
Fernando.Dias 26/09/2022minha estante
Alguém sabe dizer por que a Companhia das Letras optou por reimprimir a primeira edição, de 1998, em vez da segunda, de 2017?




Lasse_ 10/01/2024

O Quê?
Talvez o que deixe as pessoas receosas com ler qualquer livro do Pynchon seja a fama de erudita que possui a sua obra. A verdade é que o Arco-íris pode ser lido como se fosse uma timeline de rede social, especialmente se você segue mais de uma panelinha política contra-cultural. Trata-se de um livro cuja característica predominante é a comédia, uma comédia mórbida de um senso de humor extremamente cínico e escatológico que prenuncia um certo gênero de meme que apareceria quarenta anos depois. E ler o Arco-íris assim, como uma sucessão de memes, talvez seja o jeito mais prazeroso de entrar na literatura do Pynchon.

O paroxismo do capitalismo, sistema que tudo subverte em seu próprio proveito, incluindo os próprios movimentos anti-capitalistas, é retratado aqui de maneira muito abrangente, através de esquetes dignas de comédias pastelão. Talvez o maior mérito deste livro seja a própria maneira de retratação da cultura absurda do pós-guerra, produções culturais do imperialismo americano que impactam globalmente através deste próprio imperialismo. Pynchon parece ser capaz de racionalizar cada aspecto cultural e político daquela sua realidade, bem como o gênero Disney de arte de massa e sintetizá-los numa prosa que reflete o exato senso de absurdo nos graus de enredo e linguagem.

Ainda assim, talvez mais bonito que isso seja o encontro do próprio Pynchon com a paranoia nuclear da Guerra Fria. Recordo-me do Leilão do Lote 49, uma narrativa difícil e complicada sobre uma intrincada rede de conspirações de dezenas de indivíduos com objetivos em comum e contrários que é contada de forma igualmente difícil e complicada. Também pode-se ler o Arco-íris como sendo este tipo de narrativa, porém num nível global, de cuja incerteza nasce um onipresente senso de paranoia. A complexa rede sociopolítica da Guerra Fria, confinada atrás de várias camadas de sigilo, parece ter surgido especificamente para o estilo do próprio Pynchon, que tenta reproduzir a mesma paranoia numa rede de agentes tão complexamente intrincada quanto.

Mas não é necessário se lembrar das centenas de personagens do livro, especialmente aqueles que aparecem por um parágrafo no máximo, para apreciar a narrativa. Tampouco é necessário entender todas as centenas de referências, algumas bastante técnicas. Basta que você saiba ser um grande cínico.
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Victor Vale 24/08/2018

Grande fluxo ideias, desvaneios lisérgico tomado por paranóias e com o que há de pior na humanidade, submundo, contra-cultura! Difícil de ler, ainda mais de digerir, mas, ainda assim, necessário!
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Márcio_MX 23/03/2018

A screaming comes across the sky.
Três meses com arco-íris da gravidade vivendo nos despojos da Segunda Guerra Mundial. Três meses de pura alucinação. Finalmente acabei o livro. Vitória e sonho realizado \o/
No fim a impressão que mais ficou é que "Arco" é um "Alice no País das Maravilhas" para adultos, mas que em vez te se ter uma Wonderland temos uma Wasteland, vivido pelo sensacional Slothtrop.

Gostei muito dos temas científicos abordados, da variedade de assuntos e da erudição que a história trás. Me senti realmente durante todo esse tempo entre as décadas de 30 e 50 com suas referências culturais da época. Personagens (aliás, inúmeros) entram e saem sem motivo aparente, ou os secundários se tornam importantes e principais somem sem uma causa e efeito. Determinismo e teoria do Caos se confrontam a todo o momento. Um livro muito difícil de ler, muito difícil terminar, mas recompensador mesmo com um final estapafúrdio e indecifrável. O livro que mais exigiu de mim.

Não posso deixar também de salientar que quando a guerra acaba os personagens parecem que ficam sem saber o que fazer de suas vidas depois de tanto tempo vivendo em meio à guerra. As cenas das cidades destruídas, a solidão dos personagens trás um sentimento forte e uma cumplicidade com os mesmo. Um relato da Segunda Guerra Mundial que foge totalmente dos padrões convencionais.

Para quem quer sair da rotina e das histórias comuns de guerra, Arco Íris o leva para outro patamar na literatura.
Iria colocar entre 2,5 e 3, mas só pela falta que já sinto da loucura vivida e de seus personagens, passei para 3,5. Acho que a maioria não gostará do livro!

Johanitto foi quem melhor definiu em uma palavra esse livro: "Singularidade".

"ROCKETMAN, ROCKETMAN. YOU POOR FUCKER."
Salomão N. 23/03/2018minha estante
Olha eu aí. :D


Márcio_MX 23/03/2018minha estante
Rs


Angélica 23/03/2018minha estante
Parabéns por essa grande travessia.


Márcio_MX 23/03/2018minha estante
Obrigado Angélica. Me sinto o próprio Ulisses agora.


Angélica 23/03/2018minha estante
kkkkkk...


Craotchky 23/03/2018minha estante
Opa, valeu uma rara resenha sua, Márcio.


Márcio_MX 23/03/2018minha estante
Bem observado Filipe!
Foram 3 meses de convivência, isso mostra que o livro mexeu mesmo comigo.




Paulo 02/06/2018

O pós-guerra pós-moderno

Esse é o tipo de livro que, a cada sentença, você para e se pergunta se o autor é um gênio ou um louco, ou quem sabe uma mistura dos dois. Considerada como uma das maiores realizações contemporânea em língua inglesa, o arco-íris da gravidade é uma obra que rompe totalmente com o padrão tradicional da literatura ao abordar a 2ª Guerra Mundial sob uma ótica muito diferente e fazendo uso de elementos, no mínimo, incomuns: personagens e situações tão pitorescas que só poderiam existir em uma história em quadrinhos, cenas dignas de produções da indústria pornográfica e muita cultura popular.

Acompanhamos, entre centenas de personagens, Tyrone Slothrop, que se torna o responsável por conduzir elementos importantes da trama, e que diz respeito basicamente a um misterioso foguete que está sendo construído pelos alemães e o a presença de um dispositivo chamado black device (S-Gërat). A partir disso somos arrastados por uma devastada Europa pós-guerra imersos em uma literatura difícil, porém linda e poética em quase toda sua completude. Não se preocupe se você não entender alguma passagem, nem mesmo se você tiver voltado inúmeras vezes a ela e continuou sem entender, provavelmente nem mesmo o autor entendeu o que quis dizer.

A linguagem de Pynchon se torna o elemento principal da trama, uma linguagem que se torna um mosaico constituído pela poesia, matemática, física, engenharia, psicologia, história, e música só para citar alguns.

É uma trama densa, complicadíssima, altamente paranoica, mas que recompensa o esforço daqueles corajosos que a enfrentem com uma mostra inesquecível de todo o potencial que a literatura pode fornecer e que é tão bem explorada por Thomas Pynchon.
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