An6 30/04/2020
O autor é um dos mais renomados arquitetos e teóricos da arquitetura da Finlândia. Seu trabalho se diferencia por uma ênfase consistente na importância da identidade humana, da experiência sensorial e da tatilidade.
Nesta ensaio, ele analisa as interações dos sentidos e apresenta suas impressões pessoais acerca das esferas dos sentidos na experiência da arquitetura e busca revelar uma arquitetura sensorial em resposta ao entendimento visual dominante na arte de edificar.
Ressalta uma arquitetura dos sentidos na ação de se edificar considerando toda a abrangência no ato de se construir para os sentidos. Defende que à medida que as edificações perdem sua plasticidade e sua conexão com a linguagem e a sabedoria do corpo humano, elas se tornam isoladas no reino da visão “e uma obra de arquitetura não é experimentada como uma coletânea de imagens visuais isoladas, e sim em sua presença material e espiritual totalmente corporificada. Uma obra de arquitetura incorpora e infunde estruturas tanto físicas quanto mentais, já que a arte da arquitetura também envolve questões metafísicas e existenciais relativas à condição humana“.
Sendo assim, argumenta que “toda experiência comovente com a arquitetura é multissensorial; as características de espaço, matéria e escala são medidas igualmente por nossos olhos, ouvidos, nariz, pele, língua, esqueleto e músculos. A arquitetura reforça a experiência existencial, nossa sensação de pertencer ao mundo, e essa é essencialmente uma experiência de reforço da identidade pessoal. Em vez da mera visão, ou dos cinco sentidos clássicos, a arquitetura envolve diversas esferas da experiência sensorial que interagem e fundem entre si”.
Um ensaio muito interessante e com escritos adoráveis. Muito boa leitura para as artes em geral.