Furtado11 25/08/2024
Fui procurar ouro, encontrei cobre.
O que eu esperava era uma exploração profunda dos assassinatos, especialmente o impacto da morte de Hugo na família de Alberto e como o próprio Alberto lidou com essa perda de forma humana e introspectiva. No entanto, o nome de Hugo praticamente desaparece da narrativa, a ponto de eu quase me esquecer dele. A impressão que fica é que a morte de Hugo teve pouco impacto emocional em Alberto e sua família, o que diminui a profundidade da trama.
Além disso, a participação de Alberto nas investigações policiais é extremamente forçada. Como irmão de uma das vítimas, é natural que ele se interesse pelo andamento das investigações, mas sua atuação como se fosse um investigador oficial, entrando em cenas de crime, interrogando vítimas e manipulando evidências, desafia a credibilidade da história.
O desfecho, por outro lado, foi surpreendente. Fui realmente enganado sobre a identidade do assassino, o que demonstra a habilidade da autora em construir um enredo envolvente. No entanto, o final do mistério deixou a desejar. Alberto simplesmente retorna a Vista Alegre, relata o ocorrido ao jornal e a história se encerra de maneira abrupta. Todo o contexto das vítimas, suas famílias e o medo que permeava a cidade é finalizado de forma tão insatisfatória.
Por fim, o romance entre Alberto e Verônica foi, para mim, a parte mais desinteressante do livro. A conclusão da obra com o foco nesse relacionamento reduziu significativamente minha avaliação, levando-me a dar apenas duas estrelas e meia.