Evy 21/06/2010"Essa mulher que matou os peixes infelizmente sou eu. Mas juro a vocês que foi sem querer. Logo eu! Que não tenho coragem de matar uma coisa viva! Até deixo de matar uma barata ou outra. Dou minha palavra de honra que sou pessoa de confiança e meu coração é doce: perto de mim nunca deixo criança nem bicho sofrer"
Eu tinha 19 anos quando li o livro. Estava arrumando os livros da primeira biblioteca em que trabalhei. Aquele trágico pesadelo bibliográfico que conto em algum outro post. O fato é que, estava sentada com uma pilha de livros a minha volta, pegando um ou outro e separando por assunto, guardando nas estantes. Quando pego este. Li o nome e sorri. Achei estranho e lá estava eu, lendo a primeira página. E a próxima. E mais uma. De repente, tinha terminado e estava encantada. Esse foi o meu primeiro contato com Clarice…pelo menos foi o primeiro contato de verdade, aquele que toca, que marca, que faz lembrar. Já tinha lido Clarice para o vestibular, lido em jornais, ouvido em aulas de colegial e cursinho, mas nunca busquei Clarice e voltei a lê-la muito tempo depois, porquê entre esse primeiro encantamento e a verdadeira paixão, houveram belos livros como O Morro dos Ventos Uivantes de Emily Brönte. E ela reavivou-se em mim através de uma citação, encontrada ao acaso: “A vida é um soco no estômago“. Sim, é sim… e que soco! E aí, Clarice nasceu de verdade no meu mundo!