Coruja 30/06/2015Misto de biografia e ficção, A Valsa Inacabada nos apresenta a um episódio pouco conhecido (ou, pelo menos, desconhecido para mim...) da vida da mítica imperatriz Elizabeth da Áustria, mais reconhecida como Sissi: a troca de cartas com um funcionário menor do Corpo Diplomático, um homem que conheceu num baile público ao qual compareceu disfarçada.
Embora nunca desse seu nome real nem tenha havido outros encontros para além do baile, a correspondência entre os dois teria se mantido por décadas, alimentando uma paixão impossível e quase infantil da parte da imperatriz.
A Sissi de A Valsa Inacabada é uma mulher frágil, infeliz, e muitas vezes cheia de ataques de imaturidade. Como eu só conhecia a história da personagem pelos filmes com a Romy Schneider, que transformam Sissi numa princesa de contos de fadas com um romance perfeito com o imperador, fui pega de surpresa pela forma como o livro passa por muitos episódios bastante dolorosos envolvendo sua relação conjugal e indo até o suicídio do filho mais velho e herdeiro do trono.
É um volume interessante, embora por vezes escorregue para o tom de melodrama. Mas dou um desconto considerando o quão difícil é escapar da tentação de dramatizar tudo com uma figura tão icônica e intensa quanto a bela Sissi. Valeu a curiosidade e por ter me deixado com a cabeça cheia de bailes, valsas e dominós pretos.
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