@vcdisselivros 12/06/2020Bem-vindo ao Hotel OverlookA maioria das pessoas quando escuta o título O iluminado se recorda do filme clássico estrelado por Jack Nicholson.
Ainda assim, como hoje estamos em sua maioria entre leitores, venho com a resenha desse livro que de certo modo mostrou o quanto a adaptação é falha se comparada.
Na trama, Jack Torrance aceita o emprego de zelador em um grande hotel por pensar que o local seria perfeito para um recomeço.
Ele deve se mudar para o Overlook com a família e passar todo o inverno isolado pela neve, deixando para trás o alcoolismo, os acessos de fúria e os fracassos do passado.
Tudo o que Jack quer é um pouco de paz para se dedicar à escrita, mas conforme a neve se intensifica, o local começa a ficar mais remoto e sinistro.
Todo grande hotel tem sua parcela de fantasmas e Overlook não foge à regra, já que as forças que existem no local começam a brincar com a sanidade da família em uma tentativa de atrair o filho do casal, Danny, para o seu círculo.
O que o hotel não esperava é que possuir o garoto se mostra um desafio mais difícil do que o esperado, levando ao extremo as fraquezas do pai para atingir o filho, que é dotado de um dom sobrenatural cobiçado pelos demais.
A EXPERIÊNCIA DA LEITURA
Ainda que eu tenha lido poucos livros do King, O iluminado foi de longe minha melhor investida com o autor. O modo como tudo é contado e a escrita envolvem tanto que fica difícil se desligar da história mesmo quando terminamos.
É incrível ver o quanto uma família, que de certa forma já era desestruturada, pode ser levada ao limite em questão de poucos meses.
Torna-se curioso observar como laços de sangue se tornam tão frágeis quando expostos a outras influências.
Como vocês podem imaginar as diferenças entre o filme e o livro são gritantes.
Enquanto um mostra um pai de família insano desde o primeiro minuto, o outro exibe toda uma linha do tempo, expondo um comportamento peculiar que vai se intensificando.
Outro ponto é o final, que no livro é anos luz melhor, na obra temos de fato um desfecho.
BIBLIOTECA STEPHEN KING
Como um plus, a edição especial do livro traz prólogo e epílogo inéditos, que acreditem se quiser, fazem toda a diferença.
No total são 57 páginas a mais que a edição normal, então determinadas questões do livro são aprofundadas ao ponto de tornar esclarecedor tópicos que antes tinham um ponto de interrogação.
Como exemplo, conhecemos a origem do hotel, a vida do fundador, a difícil infância de Jack e muito mais.
LEIA
A resenha acima é somente um arranhado do que o livro proporcionou, a verdade é que claro, somente lendo você irá entender a razão da minha paixão.
O livro poderia ser nota máxima se não perdesse tanto tempo com referências antigas e americanas (maioria não entende, porém é compreensível pelo ano de publicação original do livro), bem como uma questão que ficou solta e que me empertiga até hoje, mas vamos considerar que o King deixou esse ponto solto para a imaginação.