Jaqueline 03/12/2011Em tempos onde as histórias de vampiros renderam tudo o que tinham para dar, existem poucas séries que ainda me cativam. Uma delas é a série Crônicas Vampíricas de Gardella, publicada aqui no Brasil pelo selo Jardim dos Livros.
"Ergue-se a Noite" é o segundo volume desta saga, que é frequentemente descrita em críticas estrangeiras como “Jane Austen encontra Buffy”. Na verdade, este é um bom parâmetro para os livros de Colleen Gleason, já que Vitória Gardella, a nossa caça-vampiros do século XIX, consegue mesclar coragem, determinação, força, paixão e sensibilidade em doses certeiras. Na narrativa em terceira pessoa do livro há momento para ação, para drama, para suspense e também para romance, com a dica de que a carga erótica do livro é deliciosamente alta! Sim, Vitória perambula pelas ruas de Londres caçando criaturas das trevas, mas também fica enrubescida ao pensar no sensual (e bota sensual nisso) Sebastian Vioget, antigo dono do Cálice de Prata, estabelecimento que funcionava como ponto de encontro para vampiros.
Descendente desta linhagem nobre de Venadores (como os caça-vampiros são chamados na obra), Vitória foi treinada por sua tia-avó Eustácia e logo no primeiro livro da série travou um embate com Lilith, a mais poderosa vampira da História. Porém, o confronto trouxe consequências nefastas para sua vida, que justifica o luto que enfrenta logo no começo do livro.
Partindo de Londres para Roma, Vitória segue no encalço da Tutela, uma organização formada por humanos que cuidam dos interesses dos vampiros por desejarem a imortalidade. Desta vez, porém, nossa mocinha não conta com a ajuda de Maximilian Pesaro, um arrogante e competente venador que desapareceu sem deixas rastros após seguir para a Itália. Em um casual encontro, Vitória encontra um Max completamente transformado, levando a crer que ele passou para o lado dos vilões da história.
Entre muitas reviravoltas, combates e mistérios, "Ergue-se a Noite" é uma boa continuação. Após o trágico final do primeiro livro, comecei a leitura com o coração na mão por Vitória, sentindo toda uma empatia por sua dor. Senti muita falta do carisma simples e honesto de Filipe, mas isso foi compensado com algumas divertidas cenas da nossa protagonista tendo que se livrar de seus ousados pretendentes, como o jovem George Starcasset.
Se no primeiro livro Max brilhou como protagonista masculino, neste livro ele pouco aparece, rendendo momentos marcantes apenas na parte final da história – e que final! Entre tantos personagens bem construídos, o enigmático Sebastian rouba a cena: completamente sexy e nem um pouco confiável, ele mexe com a cabeça (e outras partes do corpo) de Vitória. A tensão sexual entre os dois é constante, rendendo trechos para lá de quentes.
Minha única ressalva para esta edição brasileira vai para a capa do livro: se a história desenrola-se no século XIX, por que diabos existe uma imagem de arranha-céus iluminados na capa do livro?
>>Resenha publicada no site www.up-brasil.com