regifreitas 16/05/2024
O ÚLTIMO SEGREDO (2011), de José Rodrigues dos Santos.
Logo de cara me chamou a atenção em relação a essa leitura a sua semelhança estrutural e temática com os romances de Dan Brown, sobretudo ANJOS E DEMÔNIOS (2000) e O CÓDIGO DA VINCI (2003).
Trata-se de um thriller no qual um historiador, especialista em criptografia (Tomás Noronha), auxilia uma investigadora da Policia Giudiziaria italiana (Valentina Ferro), a solucionar o misterioso assassinato de uma paleógrafa, ocorrido na Biblioteca Vaticana. Essa paleógrafa estava consultando o CODEX VATICANUS, um dos manuscritos mais antigos do Novo Testamento. Ao lado do corpo foi deixada uma misteriosa mensagem, relacionada às alterações pelas quais passaram os evangelhos ao longo dos anos, visando ocultar a verdadeira identidade de Jesus Cristo.
Uma série de novos crimes relacionados a esse são cometidos posteriormente, e pistas enigmáticas são deixadas junto às vítimas. Assim, os dois personagens principais são levados à Irlanda, Croácia e Israel, tentando desvendar a verdade sobre essas mortes.
É uma trama envolvente, rica em detalhes históricos e religiosos, principalmente para quem se interessa pelo tema. Mas aí reside, também, um dos pontos negativos da obra. O autor realizou uma profunda pesquisa sobre o assunto - comprovada pela bibliografia referenciada ao final do livro - e quis despejar todas essas informações de uma só vez. Em vista disso, quem gosta de histórias com mais ação pode acabar se frustrando, pois existem longas passagens nas quais Noronha discorre longamente sobre seus conhecimentos na área, quebrando bastante o ritmo da narrativa.
Já em relação aos personagens, suas motivações são bem básicas. A construção da personagem Valentina, no entanto, me irritou em alguns momentos. Para quem deveria ser o contraponto de fé, diante de revelações que alterariam significativamente os rumos da igreja, ela demonstrou pouco conhecimento de aspectos básicos da religião que ela deveria defender.
Talvez quase 600 páginas tenham sido um pouco demais. Mas foi daquelas leituras de puro entretenimento, instigante e divertida em sua maior parte.