Lari Bagdad 30/08/2021
"Por você, faria isso mil vezes"
Lembrei desse livro maravilhoso, com tudo o que está acontecendo no Afeganistão.
Uma história daquelas que nos faz refletir por dias. Sou grata por ter podido ler. Além de me envolver com a história, tem a parte real, a da guerra, das opressões. Com esse primeiro livro do autor, comecei a me interessar pela história do Afeganistão, e passei a me despir da ignorância que me fazia olhar só para o meu país, para a minha realidade, quando existe muito mais por aí. Me sensibilizo com os atuais acontecimentos, mas só porque sei, graças ao livro, do que se trata, de quem, principalmente, se trata.
A história traz a relação entre dois meninos, Amir e Hassan, de etnias e vida diferente. Amir é um pashtun, o grupo dominante, podemos dizer. E Hassan, um Hazara, a classe mais submissa de todas. Mas são amigos, se gostam e brincam juntos, apesar das diferenças. Dentre as muitas brincadeiras, a que mais gostam é fazer e soltar pipas. Anualmente, acontece uma competição de pipas entre todos os meninos de Cabul (capital afegã). Juntos, eles anseiam e aguardam o tão esperado dia.
Amir vive em prol de agradar seu pai, rígido que é. E decide que ganhará o torneio para lhe orgulhar, já que ele, quando tinha sua idade, era um invencível cortador de pipas. Por outro lado, temos os caçadores de pipas, que são aqueles que correm atrás das pipas cortadas, era como um troféu para eles.
E é depois desse torneio que tudo acontece na vida desses amigos. É a partir de então que a história muda, e se torna uma luta interna contra traumas, arrependimento e reconstrução. "Pode ser injusto, mas o que acontece em poucos dias, às vezes até uma única vez, pode alterar o rumo da sua vida inteira."
Khaled Hosseini domina a caneta. Sempre falo que ele tem o poder de fazer com que o tempo em seus livros realmente pareça passar, mesmo em poucas páginas. Leiam, e quem já leu, releia. Esse livro é necessário!