Patricia Pietro 18/10/2021Esse livro me fez chorar muito e repensar a minha vida, os meus princípios e os meus valores. Me fez abrir a Bíblia, depois de muito tempo sem nem olhar para uma. Reli o Sermão da Montanha, chorando. Fazia tanto tempo que eu não pensava no verdadeiro significado de se estar aqui nesse plano. Eu tinha esquecido como a vida pode ser simples e boa, sem muito esforço. Eu acho que li esse livro na hora correta, e por isso gostei tanto. Entrou para os meus favoritos.
A obra aborda a estória de Eugênio, um jovem médico ambicioso e Olívia, sua colega de profissão, uma religiosa de alma pura. Eugênio, nascido em uma família pobre e sofredora, deseja tornar-se bem sucedido em sua vida pessoal e profissional. Para tanto, ingressa no ensino superior, se forma em Medicina, começa a trabalhar duro e faz amizade com pessoas de classe alta, insinuando-se cada vez mais nesse meio. Rejeita sua família, por sentir vergonha de sua origem, e chega ao ponto de sacrificar seu amor genuíno por Olívia para casar-se com uma mulher rica e culta da alta sociedade e obter de vez toda a riqueza, todo o conforto e bem-estar que ele sempre desejou.
Assim, o tema principal da obra é a busca desmedida pelo sucesso na carreira profissional, pela estabilidade financeira e pelo prestígio social. Até onde os homens são capazes de ir por dinheiro? Eugênio vai muito longe. Ele só para quando percebe que é um homem infeliz, casado com uma mulher que não ama, trabalhando em um lugar que odeia, vivendo uma vida sem sentido, vazia, onde tudo que importa são as aparências. Ao final, Eugênio percebe que não há dinheiro no mundo que compre a verdadeira felicidade. Gostei muito da mensagem final do livro, de que dá pra ser feliz vivendo somente com o necessário. E afinal, só o que importa nessa vida mesmo é ser feliz, ser bom e ajudar os outros a serem felizes também.
A religião cristã é um elemento muito presente na obra, incorporada principalmente em Olívia, que é a personificação da bondade. Eu amei demais a carta que ela escreve a Eugênio (e que dá título à obra), onde afirma que nós humanos devemos seguir os ensinamentos de Jesus quando este diz para não nos preocupar com o que vamos comer, beber e até vestir. Prova disso é que os lírios do campo não trabalham e nem fiam e ainda assim Deus os veste de tamanha beleza que nem Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu como a um deles (Mateus 6, 25-34).