Incidente em Antares

Incidente em Antares Erico Verissimo




Resenhas - Incidente Em Antares


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Pedro3906 25/07/2024

Nothing just an inchident
Nesse dia do escritor, escrevo em nostalgia conturbada sobre esse livro quase cósmico ? dada sua órbita irregular em meus pensamentos. foi um antigo desejo suprido graças ao presente de uma querida amiga de letras: ela nada suportara, amolação enorme, e é mesmo, às vezes amola. mas erico amortiza os efeitos crônicos da tecnologia narcoléptica numa prosa fantástica, descritiva e minuciosa. pertenço àqueles cuja criação material importa e instiga se bem executada (me envolvi ferrenhamente com os mórmons de um estudo em vermelho), e aqui, a aura sensorial de antares se mostra terrível em sua atualidade ? "quinhentos anos de brasil e o brasil aqui nada mudou".

a população da cidade permeia a política aristocrática do país sob visão, em suma, dos agentes burgueses mantenedores, tão ridículos quanto se pode imaginar, riso de nervoso, chiliques de tibé vacariano. claro, o horror marca presença constante nas passagens desde o princípio, encarnado na rivalidade nociva de famílias. agonia, neurose.

os eventos do incidente em si deixo a cargo das impressões de cada leitor; exige sua meditação prolongada. fiquei a pensar que, amarrados os bons trechos, a obra permite transposição divertidíssima aos palcos.

joão paz e erotildes me tocaram, assim como o padre pedro-paulo e o mendes. mendes, ah!, mendes. os verdadeiros mortos-vivos somos nós.

o livro todo vale a pena pelo capítulo 28 da segunda parte.

?? quer dizer que o professor nunca encontrou um morto que se move, que fala e pensa, como se estivesse vivo? pois agora tem um aqui na sua frente, em avançado estado de putrefação física e moral.?
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M. S. Rossetti 23/07/2024

A volta dos mortos-vivos
A obra data de 1971 e foi o último romance lançado pelo escritor. A trama apresenta como pano de fundo a repressão ditatorial e a luta popular. Apesar de ser identificado como denúncia ao regime militar da época, o livro foi ignorado pela censura - provavelmente porque os censores não compreenderam sua mensagem. Um entendimento possível quanto ao significado dos mortos-vivos na trama: apatia popular ao golpe civil-militar de 1964. O estado de putrefação dos corpos e o seu forte odor são mencionados em diversos momentos da narrativa e pode simbolizar a moral decomposta da sociedade burguesa de Antares-RS - pequena cidade fictícia que serve de cenário ao romance. É a obra-prima do realismo fantástico brasileiro. Leitura imperdível.
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aline 22/07/2024

O começo é difícil, a primeira parte dura pra sempre. mesmo as tiradinhas sarcásticas do autor ao descrever toda a sujeira e violência do passado presente da política brasileira me arrancando uns sorrisos, ainda acho que ele poderia ter economizado um tiquinho a prosa pra segunda parte do livro, que é quando o barraco de fato começa.
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dududitos7 19/07/2024

?A sociedade de Antares está podre. Antares é o símbolo da burguesia capitalista decadente?

Um livro diferente dos moldes romancistas, onde o Erico, na primeira parte do livro, constrói o caráter dos personagens e o ambiente da cidade de Antares a partir de fatos históricos ocorridos no Rio Grande do Sul e no Brasil, o que é muito bom para quem gosta de história. Além disso, na segunda parte o autor narra o incidente e traz para a trama uma forte crítica política, ética, moral, social e econômica que retrata não apenas Antares, mas também o Brasil e a sociedade de forma geral.

Em suma, é um livro bom para quem curte temas históricos, políticos e sociais.
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jessicalimao 12/07/2024

AMEI
Já tinham me falado que o deboche era destilado neste livro, mas não achei que fosse tão bom. PERFEITO
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Stephany.Krviatkowski 12/07/2024

É um livro cheio de política e uma crítica bem forte à sociedade conservadora da época. Um livro de uma leitura densa, mas com muitas reflexões interessantes
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Rafael.Malaman 08/07/2024

Antares no Brasil e o Brasil em Antares
O tempo irá passar, como passou em Antares, mas Incidente em Antares com certeza será uma das obras mais preciosas para mim. Foram 4 anos de leitura durante a pandemia, filas de banco, vacinas e exames de sangue na dengue. Talvez a edição favorecesse isso como favoreceu todo o tempo que essa leitura levou, mas sinto que terminei no momento correto. Impossível que esse livro não absorva um amplo número de pessoas devido à magistral capacidade de Veríssimo de construir inúmeros personagens durante essa grande "epopeia sulista" que de sul tem muito, mas infelizmente não se reduz somente a isso. Antares e sua construção é um reflexo caricato do Brasil e sua construção. São duas grandes partes e a primeira pode não ser muito agradável pelo tom histórico, mas é um plano de fundo concreto e muito bem elaborado que traça uma rota nítida ao "Incidente", que nem sequer é realmente o grande ponto da obra, apesar de ser seu título. Aqui a ficção brasileira mostra que zumbis, mortos-vivos ou seja lá o que os 7 indivíduos daquele coreto eram, representam um grande fato em nosso cotidiano brasileiro: só o fim das amarras sociais (nesse caso, pela própria morte) é capaz de virar de cabeça para baixo a própria sociedade.
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Peveta 08/07/2024

Uma fábula sobre o Brasil. Em meio a toda a história, contada de maneira enviesada pelos personagens, e de maneira critica pelo autor, resta para nós leitores nos encontrarmos naquele povo.
Um livro ácido, que por muitas vezes me lembrou nosso grande Machado de Assis e seu Brás Cubas, em como falar da burguesia decadente de sua época.
A história que se repete e se repete, a todo momento que o capital nota sua crise. Até Padres ainda são chamados de comunistas.
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gabriel 28/06/2024

Gosto do Érico Veríssimo mas é importante ficar claro que quem não gosta dos clássicos pode ser o tipo de livro que vai te levar a uma ressaca literária ou te fazer abandonar a leitura?.
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Alexandre448 19/06/2024

Gigante!
Achei impressionante a forma como é narrado os acontecimentos históricos na primeira parte do livro, e logo na segunda vê-se grandes críticas aos próceres de Antares, mas a crítica pode ser estendida ao Brasil de forma geral. Nessa parte é narrado os principais problemas sociais brasileiros e como as nossas lideranças se articulam para se manter no poder a fazer com que o povo ?esqueça? os crimes cometidos por políticos, logicamente tudo é passado como uma história ficcional, porém muito próxima da realidade e carrega consigo importantes reflexões.
OBS: achei que esse final poderia ser melhor, mas isso não tira créditos do livro.
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Italo 18/06/2024

Incidente em Antares
O livro de Erico Veríssimo é talvez um dos melhores que já li e lerei em minha vida, graças à maestria com que Veríssimo é capaz de ambientar toda a vida social e política de uma cidadezinha fictícia do interior do Rio Grande do Sul e apresentar uma divertidíssima crítica à sociedade que se forma. Por suas mãos ecoam as ideias geniais de sua mente, concebendo as histórias de várias gerações das famílias Campolargo e Vacariano, espécies de coronéis da vida em Antares. Mandam e desmandam em tudo, alternam-se no poder, se matam fria e cruelmente. Mas, tão logo a alvorada das mudanças sociais e da emancipação dos trabalhadores e pobres começa a surgir no horizonte, as famílias manda-chuva enterram seus ódios, esquecem suas mágoas, e unem-se contra este mal maior que ameaça destruir não só Antares, como o país: a ameaça comunista, subversiva dos valores (que não existe!).

Mais que um livro sobre cadáveres que brevemente levantam de seus esquifes, Incidente em Antares é um retrato debochado das elites brasileiras e da vidinha medíocre e mesquinha que levam suas classes médias-alta. No decorrer de suas páginas, percorremos toda a história do país até o golpe de 64, e com ela as trapaças, os jogos sujos, as manobras políticas, a manipulação midiática e social, a mentira e o jeitinho como ferramentas de perpetuação das elites no poder. Como são sujas, cínicas, ignorantes.

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Magda14 02/06/2024

Adorei esse livro!! Érico Veríssimo tem umas sacadas geniais e um humor ácido bem cativante. Só não achei que o livro é perfeito porque, na primeira parte, passou-se muito tempo para falar dos Vacarianos e dos Campolargo, que foram praticamente esquecidos na segunda parte. A D. Quitéria Campolargo, então, deixou de ser uma matriarca altamente politizada e passou a ser só mais um dos que estavam no coreto (não vou dizer quem eram esses que estavam lá, para não dar spoiler). E o Tibério Vacariano foi quase esquecido após a ocorrência do incidente. Apesar desses deslizes, super recomendo a leitura deste livro!
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Mateus 02/06/2024



Acho esse livro muito gostoso de ler. O Erico Veríssimo é divertido (o filho teve a quem puxar), melancólico sem arrastar demais, enigmático e tudo isso com uma boa dose de critica satírica, não somente a política, mas ao povo, as pessoas, as relações que criamos, às nossa falsidades.

O livro tem duas partes, a primeira é uma apresentação da cidade, depois vem de fato o incidente e adoraria ter lido sem saber nada sobre esse incidente. Fiquei imaginando o que eu teria pensado, como eu teria me surpreendido se eu nada soubesse do enredo e da reviravolta que acontece.


Um texto cheio de camadas como o número de máscaras usadas pelos poderosos e não tão poderosos assim para esconderem as atrocidades cometidas.
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Guilherme.Werlang 30/05/2024

Simplesmente incrível. Como gosto de História, fiquei encatado com a "história" de Antares, mesmo que seja de ficção. Muito boa a construção dos personagens.

Adorei também a crítica da sociedade conservadora. Me impressiona que o Érico Veríssimo escreveu esse livro em plena ditadura militar (fico curioso em como passou pela censura).
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florescerdaleitura 30/05/2024

Leitura de Antares
Antares, na constelação é uma estrela maior do que o sol. Antares, enquanto lugar fictício, representa todo Brasil.
Que incidente figurou neste pacato "município" para que ele fosse cenário de um romance? A resposta a essa questão é um tanto macabra, os mortos sairam de seus esquifes e exigem sepultamento. E o que impede isso? Uma greve geral, por salários melhores, e que engloba os coveiros.
Essa é a trama central do livro Incidente em Antares. A narrativa é dividida em duas partes. A primeira, Antares, conta de forma suscita a história de Antares e do Brasil. A segunda, o Incidente, se trata do dia em que os defuntos assombram a cidade com suas presenças e revelações.

Na leitura o que me agradou foi a divisão que o autor faz no livro. Enquanto a narrativa da primeira parte é mais fluída e rápida; na segunda é mais reflexiva e lenta. Em geral vemos o oposto. Achei bem original.

Recomendo a leitura pelas questões que o livros traz sobre a vida e a morte.
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