A Bossa do Lobo

A Bossa do Lobo Denilson Monteiro




Resenhas - A BOSSA DO LOBO:


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Sebastian 11/04/2013

Depois de "Eles e Eu"
Depois de ler "Eles e Eu", a biografia do Lobo contada por ele mesmo, fiquei com inicial desconfiança ao ler a biografia de Ronaldo Bôscoli. pensei que poucas informações adicionais seriam obtidas sobre o livro. Mas me surpreendi.

O livro conta histórias, manias, fobias e apelidos do Lobo, e o ponto alto do livro abrange o período de 1958 a 1974, como é o ponto alto da vida de Bôscoli, sua paixão pela Bossa Nova, pelo Fluminense, a produção de shows, swus relacionamentos conturbados com Nara Leão, Maysa, Mila Moreira e Elis Regina, dessa vez com uma ótica mais imparcial.
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Luis 16/04/2012

O Lobo entre barquinhos, banquinhos e violões
Há um notável parentesco entre os dois biografados de Denílson Monteiro. Em seu primeiro livro, “Dez, Nota Dez”, o jornalista se debruçou sobre a trajetória de Carlos Imperial, figura de proa do cenário pop brasileiro, desde o fim da década de 50 até os anos 80. O “Gordo”, como era conhecido, se notabilizou pela importância na carreira de em um sem número de artistas, entre eles, Roberto Carlos.
“A Bossa do Lobo” mostra que a trajetória de Ronaldo Fernando Esquerdo e Bôscoli é tão polêmica , fascinante e surpreendente quanto a de Imperial e o fato de ambas virem à luz pelas mãos do mesmo autor, não deve ser mera coincidência.
Ronaldo Bôscoli teve para a Bossa Nova a mesma importância que o Gordo teve para a Jovem Guarda. Logo na primeira hora do “movimento”, quando a música do banquinho e do violão estava restrita à jovens da Zona Sul, espalhadas pelos apartamentos da classe média carioca, como o de Nara Leão, Bôscoli, na época noivo de Nara, utilizava a sua tribuna na Manchete e em outros veículos, para promover aquela turma, e alçar o “novo som”, calcado na batida diferente inventada por João Gilberto e disseminada em seu histórico disco “Chega de Saudade” ao cume da música brasileira, ainda impregnada da aura de samba canção dos anos 50.
Ao se tornar compositor, é co-autor de “O Barquinho”, “Lobo Bobo”, “Se é tarde me perdoa”, entre outros clássicos, Bôscoli se torna mais que um incentivador. Passava também a ser um deles, um artista, que teria seu nome para sempre associado à Bossa.
Das salas dos apartamentos o ritmo evoluiu para os palcos, primeiramente de faculdades e depois para as pequenas boates do Beco das Garrafas, que a essa altura, já eram território notório das produções Miéle e Bôscoli. Por sinal, a amizade e parceria entre Ronaldo e Miéle rende vários capítulos à parte. Os dois se conheceram quando Miéle, produtor da pequena TV Continental, estava à procura de novas atrações para os musicais da emissora. Rapidamente acertaram os ponteiros e nunca mais deixariam de estar associados, sendo inclusive confundidos como uma única pessoa.
Os envolvimentos amorosos também eram uma especialidade do Lobo. O noivado inocente com Nara Leão sucumbiu à avassaladora paixão que o uniu explosivamente à cantora Maysa, história muito bem contada na biografia da Maysa (escrita por Lira Neto) e na minissérie baseada no livro, por sinal, segundo o próprio Denílson, o estopim para escrever o livro foi a atuação do ator Matheus Solano, que praticamente incorporou Ronaldo Bôscoli.
Mas o romance mais notável do biografado foi mesmo com Elis Regina. Da antipatia inicial, fomentada pelos inúmeros problemas surgidos quando a estrela batia ponto no Beco das Garrafas, produzida pela dupla dinâmica, a relação evoluiu para uma certa tolerância profissional, desenvolvida quando o “Velho” passou a fazer parte da equipe de produção do programa de Elis na TV Record. Daí para o casamento cheio de pompa e circunstância foi um pulo.
O convívio com Elis, entre altos e baixos, durou aproximadamente 4 anos, e teve como saldo o nascimento de João Marcelo Bôscoli. Os dois manteriam uma relação de distância, só quebrada quando da morte de Elis. Bôscoli compareceu ao velório e se emocionou bastante.
Outro destaque da obra foi o trabalho de Miéle e Bôscoli na produção dos shows de Roberto Carlos. A partir de 1970, quando da primeira incursão do Rei no Canecão, a dupla alçou os espetáculos de Roberto a um patamar até então inédito para o cantor, tornando-o quase um Sinatra tropical. Deu certo.
Essas e outras aventuras não tiram a aura polêmica que o personagem carregou por toda a vida. Odiado por uns (chegou a ser citado na raivosa “Nome aos Bois”, onde os Titãs o elencam junto a um grupo de figuras pouco lisonjeiras) e admirado por tantos outros, Ronaldo Bôscoli marcou definitivamente a cena da música brasileira. Tão vorazmente quanto um Lobo.
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