Egberto Vital 23/04/2023
A leitura concluída nessa semana já foi adaptada e inspirou muitas obras cinematográficas, além de ser um clássico da Literatura de terror e ficção. Inclusive existe uma adaptação brasileira, estrelada por @virginiacavendish, o filme "Através da Sombra", dirigido por Walter Lima Junior, do qual gosto muito.
"A Volta do Parafuso", de Henry James, é uma obra notável que pode se inserir no subgênero do terror psicológico, uma novela que, pela sua importância, tem ampla notoriedade na história da literatura angloamericana, sobretudo pela habilidade do autor em conciliar narrativa e forma, trazendo ao leitor uma história intrincada e enigmática, construída em torno de uma atmosfera densa e misteriosa.
A história narra a vida de uma preceptora que é contratada para cuidar de duas crianças em uma casa de campo no interior da Inglaterra, a qual se torna palco de eventos sobrenaturais, tais como assombrações de uma antecessora e de um criado de quarto, que construiu parte do universo familiar anterior.
A narrativa se desenvolve sob uma tensão crescente e contém elementos de ambiguidade, em especial no que se refere à confiança da narradora, o que nos leva a questionar a realidade dos fenômenos por ela narrados. Também, e não só por isso, a obra de James tem sido objeto de análises críticas e discussões entre estudiosos da literatura, especialmente por sua relação com o universo psicológico dos personagens e a ambiguidade da trama, que incita o leitor a questionar sua própria compreensão do que se passa no enredo.
Em termos estilísticos, "A volta do Parafuso" é um exemplo de escrita elegante e sofisticada, que reflete a capacidade do autor de combinar narrativa e forma em um todo coeso e harmonioso. O ritmo lento da narrativa, pontuado por uma constante (às vezes cansativa) introspecção, contribui para a criação de uma atmosfera densa e sinistra, que se sustenta até o desfecho da história (que, para mim, foi ao mesmo tempo surpreendente e decepcionante).