maria gabriella 27/11/2020
Pra ler sabendo o que esperar (ou o que não esperar)
Foi uma grande surpresa quando descobri que A Maldição da Mansão Bly -que eu amei e guardarei pra sempre comigo-, foi inspirada nesse conto gótico fantasmagórico publicado pela primeira vez em 1898 de grande sucesso, referência de diversas outras obras do gênero e várias adaptações para as telas. Fui correndo procurar ler, mas antes dei uma lida em textos de apoio e algumas resenhas então já fui sabendo que não deveria esperar uma história terrivelmente assustadora, muito menos a profundidade que a série trouxe, mas sim uma história cheia de insinuações e suspense que fala nas entrelinhas sem deixar nada exposto ao leitor. Recomendo que assim como fiz leiam artigos e textos de apoio antes de adentrar no livro.
Em torno de 50% de leitura eu senti uma sensação bem gostosa de estar totalmente envolta na atmosfera, o que foi o ponto alto da leitura pra mim. Em determinados momentos senti que ansiava por saber com mais clareza o que significava tudo aquilo, e no fim não nos é dado muito, ficamos cheios de dúvidas e cegos já que o autor, de forma proposital, apenas insinua e esconde o que de fato está acontecendo. É uma história repleta de ambiguidade, li alguns artigos e vi que os críticos tem visões bem diferentes da trama e que é como se o autor realmente se fez não ser compreendido, e olha, eu particularmente achei incrível ler um livro que basicamente ninguém entendeu com clareza e não entender nada também haha
Toda essa questão sobre o livro ser confuso e nos deixar às cegas eu já esperava então não fiquei desapontada, ainda mais sabendo do valor que a história tem e sua influência na criação de tantas adaptações incríveis como a própria A Maldição da Mansão Bly, que inspirada no conceito da obra de Henry Miller criou um enredo fantástico e único, então só posso agradecer pela contribuição valiosa do autor.