spoiler visualizarDjoko 10/05/2024
A enigmática história de um duplicato
Fui apresentando a Saramago pelos contos A cadeira e Centauro, no ensino médio, leituras que se tornaram massantes devido a extensa jornada de estudos e foco em tantos outros assuntos que essa época obriga. Anos depois, livre da obrigação e movido pelo prazer de novas leituras, fui presenteado com o Ensaio sobre a Cegueira, daí então, passei a consumir com mais avidez a obra do tão celebre escritor português.
Em o Homem duplicado, Saramago trás de forma pormenorizada o pacato professor de História Tertuliano Máximo Afonso, mergulhado em rotinas, diria preso ao grosso da vida, trabalho escolar, vida solitária, um romance morno com Maria da Paz. Vivendo esse looping que muito se assemelha a vida de tantos outros jovens adultos. Até que aluga e assiste, por indicação e insistência de um amigo professor, um filme qualquer. Se sente frustrado porque o colega, professor de Matemática, ter lhe indicado um filme tão fraco. Mas começa a assistir outra vez e ali está, em poucos segundos aparece o Duplo. Quem era aquele atendente que é exatamente a cara de Tertuliano Máximo Afonso?
E assim se desenrola uma trama com tantos detalhes e reflexões. A narrativa vai apresentando a cenários e personagem diferentes, narrando detalhes que prendem a atenção do leitor, bem como estruturam toda a trama.
O homem duplicado é uma ótima pedida pra iniciar as leituras de Saramago, pois trata-se de um livro cadenciado, acessível ao leitor, além do mais, mostra o outro lado da pessoa ?original?, que é mais contido, tem medos. Geralmente o duplo é mais ousado, não se prende a limites nem os respeita.