Su 20/11/2018
Esse livro me deixou curiosa, principalmente, pelo seu título: Tudo é óbvio, desde que você saiba a resposta. Já repararam como tudo parece provável de ser previsto quando sabemos o resultado? Pois bem, depois que o resultado final nos é apresentado, fica fácil utilizar as variáveis para prever o que já foi comprovado.
No prefácio, O pedido de desculpas de um sociólogo, o autor nos conta que, no ano seguinte a conclusão da sua pós-graduação, um amigo lhe deu o exemplar da revista New Cientist, que continha a resenha do livro Tricks of the Trade escrita por John Gribbin, físico e escritor. Em sua resenha, Gribbin aborda como pesquisas acadêmicas no âmbito das ciências sociais se resumem a textos rebuscados e pouco claros. Além disso, John afirma que qualquer físico conseguiria resolver, rapidamente, os problemas tratados pelas ciências sociais.
De acordo com Duncan, os problemas tratados pelas ciências sociais são difíceis de serem compreendidos tanto pelos pesquisadores dessa área quanto pelos físicos. Muitas vezes, pessoas comuns ao terem acesso a estudos científicos voltados para as ciências sociais acreditam que as conclusões da pesquisa são óbvias e que, por tanto, não seria necessário um estudo cientifico para concluir o que o simples senso comum seria capaz de comprovar.
No entanto, isso não é a verdade. Na maioria das vezes, usamos nossas experiências e crenças para reforçar o que foi concluído em um estudo cientifico, porém fazemos isso de forma indeterminada para qualquer conclusão. Mas, o senso comum que, ás vezes, é útil em nossa vidas privadas, não é apropriado para tirar conclusões sobre sistemas complexos, como: empresas, culturas, instituições globais, países, dentre outros.
Com a leitura desse livro, vemos que por se tratar de um estudo onde o elemento principal é o ser humano, a ciência social acaba por se tornar um campo muito complexo. Dessa forma, o senso comum não é capaz de abarcar todas as possibilidades de um evento ocorrer de determinada forma. O mais interessante desse livro, é que o autor traz diversas pesquisas no âmbito da ciência social, cada qual com seus métodos e formas de comprovação.
“Na verdade, o que a história das crises financeiras, seja antes ou depois do advento das transações altamente informatizadas, deveria nos ensinar é que — como a verdade na guerra — é o senso comum, e não modelos de computador, a primeira vítima de um afobamento financeiro. O mesmo acontece com as falhas na política, nos negócios e no marketing. As coisas ruins não acontecem porque esquecemos de recorrer ao senso comum, mas porque a sua incrível eficácia na resolução dos problemas da vida cotidiana nos leva a colocar mais fé nele do que ele pode suportar.”