A Morte e a Morte de Quincas Berro d

A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água Jorge Amado




Resenhas - A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua


831 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


@tigloko 13/12/2023

"O cachaceiro-mor de Salvador"
Neste clássico de Jorge Amado, acompanhamos como a morte de Quincas Berro D'água, famosa figura dos bares e botequins, afetou seus familiares e amigos de copo. Durante as páginas deste livro, somos brindados com vários personagens marcantes na sua vida e como ele é lembrado por eles. 

Achei incrível como o autor conduziu essa história que, em outro tipo de narrativa, passaria longe de ser cômica. Mas aqui é feita com tão maestria e sem perder o bom humor que ficou perfeito. Foi impossível não dar risada em alguns momentos. Isso funciona muito devido aos personagens que são apresentados durante o desenvolvimento da história. Seja com os amigos de bar (genuinamente tristes pela perda) ou familiares querendo se livrar da vergonha.

Esses dois núcleos servem para traçar um paralelo interessante, de que às vezes encontramos o afeto e amor verdadeiro nos lugares mais inusitados. E no mais comum deles, a família, somente hipocrisia e desprezo.

?Não era culpa deles, arautos da dor e do luto, se havia tanta gente pelo caminho, se Quincas tinha tantos conhecidos e amigos. Naquele dia começou-se a beber na cidade da Bahia muito antes da hora habitual. Não era para menos, não é todos os dias que morre um Quincas Berro D'água.?

Mais um livraço desse autor que sou cada vez mais fã. Recomendo.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

Obs: Foi um dos melhores finais que eu já li, inesperadamente épico e satisfatório.
Regis2020 13/12/2023minha estante
Parabéns pela ótima resenha, Tiago! ????


@tigloko 13/12/2023minha estante
Obrigado Regis ??


mpettrus 13/12/2023minha estante
Esse romance do Amado é um clássico atemporal da literatura brasileira.

Adorei a resenha!!! Ficou impecável!!!
????


@tigloko 13/12/2023minha estante
Sem dúvida ? Obrigado pelas palavras ?? fico feliz que gostou


Núbia Cortinhas 22/12/2023minha estante
Gostei da resenha, Tiago! Falou em livro divertido, opa! Estou dentro! Kkk. Anotando essa sugestão. ?????????


@tigloko 23/12/2023minha estante
Obrigado Núbia, espero que goste da leitura quando ler, é bem divertido ?




Vinicius 10/04/2020

O livro contra as elites
Jorge amado consegue, de forma brilhante, não só representar os costumes baianos, como também fazer uma crítica aos padrões impostos pela sociedade moderna sobre nós. Narra a trajetória de Joaquim Soares desde o seu difícil matrimônio, até ele conseguir se libertar das correntes daquela população rica, e , finalmente, se tornar Quincas. Por fim, se buscas um livro com várias críticas à classe burguesa moderna, esse é único.
Rodrigo 10/04/2020minha estante
Só li "Capitães da Areia" e gostei muito! Preciso ler os demais


Vinicius 10/04/2020minha estante
A obra de Jorge amado é sensacional, vale extremamente a pena


Rodrigo 10/04/2020minha estante
Não tenho dúvidas disso! Esse ano quero comprar alguns pra dar início ao projeto "lendo Jorge Amado"





nandazevdo 24/08/2023

Mais um de Amado
Não sou fã de Jorge mas sou fã do que posso extrair de suas obras e de como elas me levam ao passado da cidade onde nasci e transcreve um pouco da resistência do meu povo.

quando criança ganhei Capitães da Areia e me apaixonei pela Bahia na escrita de Jorge Amado. um livro inapropriado pra uma criança de 10 anos, mas que abriu as portas da literatura brasileira pra mim, que naquele tempo mal tinha o costume de ler e só gostava dos internacionais que não me acrescentavam em nada sobre minha cultura, nacionalidade e história.

depois de ler Pedro Bala inúmeras vezes, decidi explorar minha região por Jorge Amado em todas as suas obras ao longo da minha vida. este é o terceiro livro
Vinícius Tyrone 24/08/2023minha estante
O que já leu de problemático sobre ele? Nunca vi nada, e sim que era uma pessoa querida e queria o bem para o povo em geral.


nandazevdo 24/08/2023minha estante
foi bastante superficial, na verdade, eu nunca parei pra investigar direito, mas li algumas pessoas problematizando algumas coisas escritas por ele em suas obras, como o estupro descrito em Capitães da Areia, por exemplo. coisas da internet de hoje em dia mesmo. pessoalmente eu gosto do autor, consigo entender o contexto da época - tanto a de quando foi escrito, quanto a que se passa nas histórias. acho que isso enriquece a leitura, inclusive. mas, por nunca ter parado pra investigar quem foi Jorge, não saio dizendo que sou fã dele


Vinícius Tyrone 25/08/2023minha estante
Entendi. Eu admiro muito ele principalmente por conta de sua posição política que sempre foi muito clara. Mas as pessoas problematizarem a violência que ocorre no Brasil todos os dias e que ele só está adaptando, chega a ser engraçado




Jvcsantanna 10/05/2020

Muito divertido
Livro sensacional escrito por Jorge Amado em uma narrativa engraçada, que mistura humor ao mistério envolvendo as mortes de Quincas, e fatos a imaginação dos personagens, estimulada pela bebedeira. O posfácio, escrito por Affonso Romano de Sant'Anna, também vale muito a pena ser lido e mostra como a vida imita e enriquece a arte na mesma medida em que a arte faz com a vida. Affonso mostra que o livro de Jorge não é diferente nesse aspecto, tendo inclusive o mítico personagem Quincas Berro Dágua existido na vida real, claro que com adaptações próprias a literatura.

Lis 04/08/2024minha estante
Gosto demais desse livro! Muito engraçado!


Bruno B. 04/08/2024minha estante
Verdade




Bookster Pedro Pacifico 24/07/2020

A morte e a morte de Quincas Berro D’água, de Jorge Amado - Nota 8,5/10 ⁣
O título já indica: Joaquim Soares da Cunha, também conhecido pela vida arruaceira como Quincas Berro D'água, morreu. Morreu fisicamente e, por ser muito querido, deixou um ar de tristeza em seus amigos. Até porque o personagem era famoso pelas ruas de Salvador, por onde andava com a cachaça;a na cabeça e em busca das mulheres de sua vida…

Na família, contudo, a sensação era de um pouco de vergonha - e, talvez, de alívio? Isso porque Quincas - ou, melhor, Joaquim, como eles preferem chamar - já havia morrido para seus familiares, alguns anos antes, quando decidiu largar todas as suas obrigações e a enfadonha vida dos padrões sociais, em que exercia o papel de funcionário exemplar, para poder viver fazendo o que gostava: beber e curtir a vida.

Essa decisão deixou toda a sua família de queixo caído e, por isso, quando Quincas foi encontrado morto sozinho em seu quarto simples, ninguém mais o considerava como um cidadão de respeito, como era visto o antigo Joaquim. Mas três amigos da vida nova, aquela escolhida por Quincas, fizeram questão de comparecer em seu velório. E, a partir daí, quando os amigos chegam bêbados para fazer a sua última visita e acabam sendo deixados sozinhos com o morto pela família, as aventuras na vida do personagem principal recomeçam…

Será que vale viver a vida se preocupando com a opinião dos outros? Será que por trás de Joaquim sempre esteve Quincas, sob as amarras das convenções sociais? Enquanto Jorge Amado transporta o leitor para a Bahia, o autor traça um interessante contraste entre a vida das aparências e a vida boêmia, descompromissada, e das verdadeiras relações de amizade.

Um ótimo livro, bem-humorado, de leitura rápida e que confirma a capacidade de Jorge Amado de incluir uma crítica social de forma natural no desenvolvimento de suas narrativas. Para quem nunca se aventurou pelas obras de Jorge Amado, essa pode ser uma boa porta de entrada! Divirtam-se!

site: http://instagram.com/book.ster
Livia 11/08/2020minha estante
Bacana resenha, Pedro. Só um adendo: foram quatro amigos (Curió, Cabo Martim, Negro Pastinha e Pé-de-Vento).


Ferreira.Souza 14/10/2020minha estante
um novela boa


Natty 23/03/2023minha estante
Um dos clássicos do autor na minha opinião ????




rodrigo963 05/02/2020

O livro é uma novela do autor baiano Jorge Amado, essa novela contém como cenário as ruas e bairros da cidade da Bahia (Salvador). O enredo do livro é pequeno e simples, porém é bem construído e possuem um certo humor na narrativa e nos diálogos entre(s) os personagens.  Essa história está entrelaçada em torno do personagem Joaquim Soares, após sua aposentadoria, abandonou sua vida de alta sociedade baiana e resolveu viver nas regiões mais pobres/desiguais da cidade, onde construiu uma relação de família/afinidade/amizade entres as pessoas mais renegada da sociedade, como: cachaceiro e prostituta.  Como está sugerido no próprio título do livro, Joaquim soares ou Quinca sofreu por três grandes mortes, sendo que antes da morte física ocorreu uma “morte” moral devido ao respeito que perdeu de sua família ao abandonar sua vida padrão e aderir uma nova vida nas ruas da cidade de Salvador, além  que era humilhante para os mesmos.   Assim, observamos que Jorge Amado buscou abordar de forma visível as desigualdades sociais e morais e a criminalização dos mais pobres, além de trazer uma certa magia na cidade e mostra uma alegria presente nessas pessoas e seu bom humor diante uma vida muitas vezes sofrida.

Danilo.Queiroz 05/02/2020minha estante
Se tiver oportunidade assista ao filme tbm! É hilário!!!


rodrigo963 05/02/2020minha estante
já tive oportunidade de assistir esse filme, realmente é um ótimo filme.
Muito obrigado pela dica ??


rodrigo963 05/02/2020minha estante
já tive oportunidade de assistir esse filme, realmente é um ótimo filme.
Muito obrigado pela indicação ??




Lohania 08/12/2021

Quem nunca quis chutar o balde, viver longe de gente usurpadora e à sua própria maneira, que atire a primeira pedra!
Pois o corajoso Joaquim Soares da Cunha, pacato funcionário público e respeitado pai de família, assim o fez. Para a insatisfação de suas esposa e filha, o exemplo de venerável cidadão lança-se à vida boêmia, regada à vadiagem e muito álcool.
É assim que Quincas morre pela primeira vez: uma morte moral manifesta por meio do desprezo e sentimento de desonra vindo de sua família. Mas isso não foi problema. Logo Quincas encontra uma "nova família" que o acolhe em meio a muita alegria e muita farra.
*
*
"A morte e a morte de Quincas Berro Dágua" foi o primeiro livro que li do inesquecível escritor baiano Jorge Amado. A obra - publicada pela primeira vez em 1959 -, mescla realidade e fantasia, apresenta uma crítica ferrenha aos comportamentos burgueses da época e enaltece as camadas populares baianas. A história me fez dar boas gargalhadas e despertou em mim o desejo de continuar lendo os demais escritos do autor, por quem fiquei fascinada!

site: https://www.instagram.com/p/CKPao1ZDf8C/
°°° 08/12/2021minha estante
Sabe quando você tem a sensação de ser transportada para dentro de um livro? Foi essa sensação que tive quando li a morte e a morte de Quincas Berro dágua, as referências dos locais se tornavam super vivas em minha mente por ter visitado alguns na infância nos passeios de escola, já li duas vezes e pretendo ler mais vezes.
Adorei sua resenha parabéns.


Lohania 08/12/2021minha estante
Sei sim, e como! Esse livro é sensacional. Tenho vontade de conhecer os lugares que o Amado cita na obra dele. Um sonho: conhecer a Casa do Rio Vermelho! ?


°°° 09/12/2021minha estante
Vi no jornal que a casa do Rio Vermelho reabriu a pouco tempo por causa da pandemia, também tenho a maior vontade de conhecer.




Douglas Finger 08/05/2022

Divertido
Dei otimas gargalhadas com esse livro do Jorge Amado. Leitura rapida e bastante agradavel, com um toque de realismo fantastico o que faz do livro um verdadeiro encanto! É curiosa a capacidade que o autor tem de nos transportar para o cenario do livro? você se sente fazendo parte do episodio. Eu simplesmente me encantei! Recomendo a todos
Douglas Finger 09/05/2022minha estante
Muito gostoso de ler, Renata! Adorei


Renata 10/05/2022minha estante
Adoro esse livro!


Raimundo.Sales 16/05/2022minha estante
A narrativa de Jorge Amado sempre é muito boa de se ler!




Fabio Shiva 31/08/2010

Uma pequena obra-prima de nossa literatura...
...trazida ao mundo por um mestre em seu apogeu. Assim é “A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua”, considerada por Vinicius de Moraes como a melhor novela já escrita no Brasil!

Motivo para tanto entusiasmo não falta. É primorosa a narrativa de Jorge Amado nesse livro. Com pouquíssimas palavras ele consegue dar vida a cada personagem. Com uma ou duas sentenças, cria toda uma situação dramática, riquíssima em sugestões. Tudo com uma aparente facilidade, com uma simplicidade de gênio!

Muito mais é dito que sugerido nessa deliciosa crônica de costumes, com tanto sabor de Bahia! Tem muito coentro, muito dendê, e também uma boa talagada de cachaça em cada palavra!

Com uma história que parece despretensiosa, Jorge investiga fundo, torna-se universal. Com a narrativa de uma morte (misteriosamente acontecida duas vezes, coisas que só acontecem na Bahia), ele fala sobretudo da vida, do que lhe dá sentido.

Um lindo e debochado cântico sobre a liberdade!

Lembro de ter lido na escola, sem ter gostado tanto. Foi preciso que eu mesmo caminhasse como leitor para poder perceber melhor a grandeza e o brilho de Quincas Berro Dágua!

Viva Jorge Amado!

(25.05.10)

Marta Skoober 13/12/2012minha estante
Gostei disto: Um lindo e debochado cântico sobre a liberdade!
Só isto já é um instigante convite à leitura.
Muito boa sua resenha Fabio. Vou ler o livro e depois volto aqui...


Fabio Shiva 13/12/2012minha estante
oi Marta! valeu querida!
ah leia sim e depois conte viu!!!


Marta Skoober 15/12/2012minha estante
Fabio terminei e vou resumir usando suas próprias palavras: deliciosa crônica de costumes, com tanto sabor de Bahia...




Murilo_Fragoso_Slomka 13/01/2022

Leitura atraente com história simples e boa
4/2022

O livro narra a morte e o velório do dúbio Joaquim. Ora Joaquim, ora Quincas berro d?agua. Ora de família, ora ?vagabundo da Bahia?. Joaquim Soares da Cunha era um homem de família e funcionário público, um exemplo para todos. Em contrapartida, Quincas berro d?agua era um homem da rua, vivia bebendo e saindo com os amigos para a farra. Com uma linguagem simples e uma narrativa engraçada por conta das desavenças da família de Joaquim e seus amigos, tornam o livro com uma leitura gostosa e atraente.
giuu 13/01/2022minha estante
?????


lê :) 15/01/2022minha estante
vc tá voando só pode, quarto livro só amigão??




Fe 24/03/2022

Resenha | A morte e a morte de Quincas Berro D’Água
É um livro bem curtinho e divertido. Quem conhece o escritor não pode deixar essa obra passar batida, hein!

Logo de início recebemos a confirmação de que Quincas Berro D’Água morreu. Porém não sabemos ao certo como e nem onde. Aliás, no decorrer da história Quincas tem ao menos umas três mortes… sério! A primeira morte é a social, a segunda é aquela em que acredita sua família e a terceira é dada pelos amigos.

Para entender melhor sua morte, vamos a história de sua vida!

Joaquim Soares da Cunha era funcionário público e exemplar homem de família. Até que certo dia, aos cinquenta anos, resolve abandonar a família, casa e amigos para viver sua vida como bem entende. Torna-se, assim, Quincas Berro D’Água, rei dos vagabundos da Bahia. Aqui temos sua primeira morte, a morte moral, pois a partir desse momento sua família o considera morto.

Quanto a sua morte física, há controvérsias.
"Até hoje permanece certa confusão em torno da morte de Quincas Berro Dágua. Dúvidas por explicar, detalhes absurdos, contradições no depoimento das testemunhas, lacunas diversas. Não há clareza sobre hora, local e frase derradeira."

Certa manhã, encontram Quincas morto, por motivos naturais, no cortiço em que morava. Temos então a “segunda” morte do personagem.

A família foi avisada e decidem velar o corpo ali mesmo, apenas vestindo-o com um pouco de elegância, a fim de manter as aparências e resgatar a antiga respeitabilidade de Joaquim Soares da Cunha. Apesar de tudo bem posto e feito, o supostamente morto não largou o sorriso maroto do rosto, aparentando deboche perante toda aquela situação.

Durante a noite, são os amigos que aparecem para velar Quincas, que já meio bêbados e de luto, dão de beber ao defunto e o levam para um passeio noturno até a orla.

Dá-se então a terceira e última morte de Quincas, quando o defunto sobe ao leme do barco, que diante de uma tempestade afastou-se do cais, e se atira ao mar, com sua frase derradeira…

Qual foi a verdadeira morte de Quincas Berro D’Água?, eis a questão (rsrs). Essa dúvida levamos conosco pro resto da vida.

Vale ressaltar que o escritor valoriza e muito sua Bahia no livro, arranjando sempre um jeitinho de descrever sobre a cultura e a beleza do lugar.

Super recomendo! Leve, cômico, linguagem simples e capítulos curtos, uma ótima opção aos iniciantes literários.

site: https://ateaultimapagina.wordpress.com/2017/05/25/resenha-a-morte-e-a-morte-de-quincas-berro-dagua/
Saulo95 27/07/2022minha estante
Da uma nota para ele ?


Fe 29/07/2022minha estante
Nota dada!!!! Obrigada pela observação ;)




Erica.Regiani 28/03/2023

Ao terminar a leitura das 120 páginas, só consigo imaginar o quão chata era a vida do exemplar funcionário e distinto pai de família Joaquim Soares da Cunha para que ele "chutasse o balde" e abandonasse tudo para ir morar na rua, onde era feliz com seus amigos bebuns e amigas prostitutas.

Com sua morte, a família do agora renomeado "Quincas Berro d'água" está disposta a "esquecer" esta mácula e lhe oferecer um enterro decente. Porém, quando os amigos "revezam" com a família na vigília do morto, este decide que quer outra morte e então as "trapalhadas" junto aos amigos começam e eu ri muito com o desfecho.

Estou amando visitar os clássicos da literatura brasileira. Este é o segundo que leio de Jorge Amado.
Cleber 29/03/2023minha estante
Peguei alguns do Jorge Amado para ler este ano também. Ainda não cheguei no Quincas, mas gostei de todos que li até agora.


Núbia Cortinhas 16/04/2023minha estante
Que legal! Deve ser hilário esse livro.




Ingryd 14/05/2021

Que livro gostoso de ler, rápido, fluido, engraçado. Simplesmente amei, quero ler tudo do Jorge Amado agora
Gleidson 14/05/2021minha estante
Jorge Amado é muito bom! Dona Flor e seus dois maridos é muito bom também. Engraçado. Rs


Ingryd 14/05/2021minha estante
Pretendo ler esse tbm, dizem que é excelente.




John 27/07/2022

Um Morto Muito Louco
O primeiro Jorge Amado a gente nunca esquece. Pois bem, no exercício de ler e conhecer ao menos uma obra dos grandes prosadores brasileiros, depois de me impressionar com a prosa do Carlos Heitor Cony, resolvi conhecer alguma coisa do nosso grande populista Jorge Amado. Populismo esse que para o crítico Wilson Martíns era um pecado e que para mim não é - ao menos não necessariamente...

A escolha pelo livro foi inspirada no fato de um dos meus gurus intelectuais, o professor Uriel Irigaray, mestre em Letras e doutorando em Antropologia, ter escrito sua monografia sobre rituais iniciáticos de morte e renascimento; na qual, para minha surpresa, citava essa obra do Jorge Amado. Como eu não tinha lido a obra, parei a leitura da monografia e resolvi voltar apenas depois de ler e assimilar a narrativa do Quincas Berro Dágua (sobre a qual eu não tinha a menor ideia).

Sem saber do que tratava a obra, o nome me parecia muito peculiar. "A morte e a morte?... Como assim a morte e a morte?... O que ele quer dizer?" Também o nome do protagonista me soava estranho, enigmático: Quincas Berro Dágua!? Que nome esquisito!

Por todos esses motivos, era um livro que eu me sentia obrigado a ler. E como eu não tenho pressa pra nada, foi neste ano de 2022 que aconteceu. Li e a experiência foi de puro deleite.

A primeira surpresa agradável foi descobrir a prosa gostosa e fluida do Jorge Amado, uma prosa que não oferece dificuldade, que tem ritmo fácil e que pela leveza - aqui eu me arrisco a sugerir- parece uma atualização ou "abrasileiramento" do estilo mais direto de autores populares ingleses e americanos do século XIX, como Robert Louis Stevenson e Jack London. Teria que reler Stevenson e conhecer as influências literárias do Jorge Amado para saber até onde essa minha aproximação tem sentido, mas, ao menos foi essa a minha impressão. Falando de outro modo: Jorge Amado escreve menos como um literato - por literato leia Machado de Assis e Camilo Castelo Branco - do que como um contador de histórias. Ele não põe nenhuma grande firula sintática ou estilística na prosa, o que llhe interessa não é a grande retórica ou o rebuscamento ou o Português belíssimo e castiço, mas a narrativa, ato a ato, gesto a gesto, acontecimento por acontecimento. Não me admira saber que tantas das suas obras foram adptadas para Cinema e Teatro. Faz sentido. Por focarem na narrativa elas são facilmente roterizáveis. Jorge Amado é, portanto, um autor de estilo "leve", fácil, muito bom para formar leitores, para indicar a adolescentes e iniciantes em Literatura. Faz sentido que seja autor importante no currículo escolar.

Mas isso não é tudo, e nem é o melhor. A cereja do bolo, para mim, está na boa ironia e no saboroso humor com os quais Jorge Amado vai tecendo a sua trama. Eu dei muitas e boas risadas durante a leitura do livro, diverti-me como há tempos não me divertia numa leitura. Até emprestei o livro ao meu irmão, que nem é grande leitor literário, e ele teve ótima recepção; chegou a agradecer-me pela indicação.

Outro elemento do estilo e da narrativa que merece destaque é a dimensão simbólica da obra, pois ela pode ser vista como metáfora para a ideia de que a nossa vida, identidade e autopercepção é determinada pelo meio social, pelas relações sociais; de modo que, ao alterarmos drasticamente nosso comportamento e status social, podemos simultaneamente morrer para um grupo e viver para outro. Enquanto essa interpretação (de que a primeira morte seria apenas simbólica, erro da família de Quincas, que o queria morto) é uma leitura possível e talvez provável, resta uma outra que ainda está no quadro de possibilidades: teria Quincas Borba realmente morrido na primeira vez? Se sim, a história ganha então contornos fantásticos, e aqui a figura do morto-vivo celebrando e festejando ganha ares de um mórbido carnaval, uma festa grotesca e ao mesmo tempo hilária. Acho que essa segunda interpretação é a que vem sendo adotada pela crítica, o que acaba por aproximar a obra do assim chamado Realismo Fantástico. Lembrando agora: bem que a monografia do mestre Uriel falava algo sobre Bakhtin e a ideia de "corpo grotesco"...

Concluo dizendo que gostei um bocado. Livro para reler e indicar aos amigos.

Ah, e antes que eu me esqueça: o livro oferece uma ótima e divertida explicação para esse nome tão esquisito!

OBS: está nos meus planos escrever um comentário melhor e mais organizado a respeito dessa obra. Se você gostou dessa resenha, que não é bem uma resenha, siga meu blog e veja se alguma coisa lá te desperta a curiosidade. Tem lá um bocado de crônicas, algumas notas, comentários sobre blogs, filmes, causos culturais e até alguns downloads.

Aqui vai a monografia do erudito Uriel (finalmente agora poderei teminá-la!): https://1library.co/document/qokkvmjy-quincas-berro-dagua-trajetoria-iniciatica-oralidade-jorge-amado.html

Por hora é isso.

Boa leitura para vocês ;)




site: notasdeumblogueiroemcrise.blogspot.com
Marina Lemos 12/03/2023minha estante
Amei a resenha!


John 16/03/2023minha estante
Opa! Que boa surpresa :)

Vindo de você eu fico até tímido, rs. Ganhei o dia e vou tirar print do comentário para olhar quando eu estiver triste, rs.




Mari 12/04/2022

É o primeiro contato que tenho com Jorge Amado, e acabei gostando muito. É uma novela bem engraçada, me divertir bastante durante a leitura.
William LGZ 13/04/2022minha estante
Preciso ler esse!


Mari 13/04/2022minha estante
Você vai gostar! :)




831 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR