Os Cantos de Maldoror

Os Cantos de Maldoror Conde de Lautréamont




Resenhas - Os Cantos de Maldoror


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Brito 27/07/2021

Contos de Maldoror de Lautréamont
Um livro inclassificável. É impossível saber exactamente do que trata, aparentemente, narra uma série de episódios vividos por Maldoror que decidiu a dada altura enveredar pelo mal (nem sempre foi assim) e destruir a humanidade, Deus, o universo. Destruir sobretudo, tudo o que seja belo e inocente, e a história descreve esses episódios de assassínio, estuporo violência traição, mentira, falsidade, de uma forma – dir-se-ia-, visualmente chocante. É realmente um livro estranho e inclassificável, percebe-se porque é que impressionou tanto os surrealistas. É que todos os conceitos que ainda hoje para a maioria dos autores e leitores se mantêm estáveis, este autor rebenta, pura e simplesmente com eles, o narrador é vários narradores incluindo um pelo, a história é uma narração sem princípio, meio e fim e sem acção, narrando acontecimentos brutais, chocantes, perpetrados por pura malvadez, para além disso defende teoricamente o mal, ataca instituições que para a maioria são sagradas, a começar pela família - como se dissesse – isto é literatura, isto não é a realidade, isto é algo construído para lá da moral e do real, um objecto artístico que depois se pode usar no real, como um guarda-chuva, mas não é real, é para usar com o real, no real, contra o real, para ler o real, o que se quiser, mas foi construído como objecto artístico, e tudo isto narrado de uma forma sublime, uma imagética onde se encadeiam sucessivas referencias a minerais, a plantas, a animais, com comparações perfeitamente – enfim, tenho que utilizar o termo – surrealistas -, ou se se quiser, completamente inusitadas, como quando diz qualquer coisa como: belo como o tremor das mãos de um alcoólico.
Sinceramente, não fiquei fascinado pela obra, mas reconheço que em termos da fluidez e até leveza das descrições mais horríveis, e da escrita poderosa, inquietante, rica e inovadora, vale a pena ler.

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Marselle Urman 15/03/2013

Talvez eu não tenha me adaptado ao estilo ( muito viciada em prosa), mas me pareceu uma coisa muito desconexa, uma tentativa de assustar mais pro Fantasma de Canterville.

E Maldoror me pareceu só uma entidade pedófila estranha.
Parei no segundo canto.
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Rodrigo 05/01/2019

No início, achei um pouco entediante, e nestes tempos em que vivemos, me pareceu que já tinha lido e visto coisas praticamente idênticas, o que tirou um pouco meu interesse. Mas insistindo na leitura, fui percebendo que quanto mais adentrava no livro, na verdade era ele que mais adentrava em mim. Em um poderosíssimo exercício de imaginação, Lautréamont ultrapassa todos os limites do razoável para escrever, com beleza, seus pensamentos mais perturbado(re)s, ou então os de Maldoror, difícil saber quem é quem. É fácil imaginar com vivacidade as cenas descritas em toda sua sujeira, por mais bizarras que sejam, pois o estilo do autor torna fluida e suave as histórias grosseiras e ásperas. Recomendo fortemente a leitura. Por mais que muitas vezes os cantos pareçam não fazer sentido nenhum, as imagens merecem ser contempladas por si mesmas, independente do grau de realismo que apresentam.
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