Os Três Estigmas de Palmer Eldritch

Os Três Estigmas de Palmer Eldritch Philip K. Dick




Resenhas - Os Três Estigmas de Palmer Eldritch


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Paulo.Vitor 24/10/2023

"Paulo diz que nosso inimigo é a morte. É o último inimigo que superamos, então, acho que é o maior"
Philip K Dick é definitivamente, um dos meu autores preferidos, ele consegue abordar temas pertinentes da sociedade atual (e da futura) de maneira realista, por mais que seu gênero de escrita seja a Ficção Científica.
É perceptível durante sua escrita, que seus dilemas pessoais acerca de religião, de sua sanidade mental, do uso de drogas, da vida pós morte, da sociedade capitalista e da tecnologia estão totalmente presentes em cada obra, algumas com foco maior que outras, obviamente.
Aqui, vemos uma sociedade humana que possui colônias em diversos outros planetas, e que, para se reconectar com a distante terra, utilizam do CAN-D, droga que projeta quem a usa nos chamados AMBIENTES, que são, na verdade, como se fossem miniaturas de casas terraqueas, bem como casas de bonecas da Barbie, que aliás, está presente como Pat Insolente e é praticamente um receptáculo dos humanos, que podem projetar tudo que queriam fazer nos bonecos, justamente com a desculpa de não serem eles mesmos que queriam/querem realizar tais atos, na maioria das vezes considerados pecaminosos, mas, sim a Pat Insolente e Walt, portanto, tinham nos bonecos, os bodes expiatórios. A chegada da misteriosa Chew-z faz com que essa dinâmica fique em conflito, pois, esta, além de legalizada, diferentemente da concorrente, promete criar viagens, ou como eles chamam, traduções, completamente novas, mais profundas, mais realistas e sem a necessidade dos ambientes. Essa Chew-Z, foi trazida pela misteriosa figura de Palmer Eldrich, que trouxe de um distante planeta um líquen mágico capaz de realizar diversas experiências positivas (ou, aparentemente positivas) sobre seus usuários.
Acompanhamos, principalmente Barney Mayerson (precog, que, usa seus poderes para prever as futuras modas quanto a ambientes em miniatura), Leo Buleiro (Presidente da maior empresa de Ambientes do mundo, e provavelmente da maior empresa do mundo), Palmer Eldrich (melhor ler pra entender do que ele se trata), um grupo de colonizadores de Marte (que nos introduz os conceitos de religião, de vício e as realidades dos colonizadores) e alguns outros personagens. Acabamos por ver que essa nova droga, junto com Palmer Eldrich, representam algo muito maior do que apenas uma empresa que entrou para a competição de drogas e "traduções", porém, algo muito maior e mais profundo.
Uma coisa que o Philip K Dick sempre acerta é em colocar as empresas privadas cada vez mais inchadas, monopolizadas e (infelizmente) mais necessárias. Creio que com o capitalismo falho que temos, ele está corretíssimo em colocar empresas e conflitos entre essas.
Interessante a relação Deus do consumismo/materialismo. O fato deles mesmo brincarem de Deus com a Pat Insolente (assim como mostra a capa)
Gostei bastante de um momento que não vou citar, mas que me lembrou bastante um dos trechos do Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
É incrível como o PKD foi mar de inspirações para diversas outras mídias, principalmente quanto a outras Ficções Científicas, como filmes e desenhos.
A leitura até que é tranquila, e vale a pena.


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Claudia 09/02/2022

A condição humana é o ponto que une toda a obra de P.K.Dick. Acabei de ler e ainda estou digerindo o seu significado, tentando entender se gostei ou se apenas estou confusa. Gosto de livros assim pq eles nós acompanham por um bom tempo, me leva a reflexão.
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Tania.Cruz 01/09/2021

Necessário
Com a temática relativa ao uso de drogas o livro mostra dois lados da utilização de algo que aparentemente poderia servir como refúgio e o quanto isso pode ser algo perigoso e hostil quando levado a níveis estratosféricos. Eu fiquei simplesmente encantada com todo o enredo e com a profundidade com o qual o tema foi abordado. Não poderia esperar menos de PKD!
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VK 99 04/09/2023

Um Philip ainda mais viajado.
Ótima sinopse, no qual automaticamente me chamou a atenção, ótimo começo e ótimas intenções, mas se perde tanto no meio do caminho, segundo o que eu esperava desse livro, que por pouco não o abandonei na metade.
Agnaldo Alexandre 10/09/2023minha estante
Acho o PKD melhor nos contos. Ele sempre se perde mais nos romances.




spoiler visualizar
Caroline 17/12/2022minha estante
Entender eu entendi, mas sei lá hahahahahaha mesmo sabendo só futuro... Ainda queria mais, acho isso bom




Orlando 15/04/2016

O LIVRO É: OS TRÊS ESTIGMAS DE PALMER ELDRITCH DE PHILIP K. DICK
O mega-empresário Palmer Eldrithc viajou ao sistema Proxima, foi uma longa viagem e seu retorno foi tumultuado. Leo Bulero, também um mega-empresário, foi o primeiro a se alarmar com o retorno de Palmer, sua empresa, a Ambientes P.I, seria a primeira a sofrer com o retorno do respeitado rival. Seus consultores de Pré-Moda já estão em alerta, os precogs (de precognitivos) Barney Meyerson e sua nova namorada Roni Fugate, seres humanos dotados do dom de prever possíveis futuros, viram duas situações envolvendo futuros em que Bulero assassina Palmer e um futuro em que Meyerson, ao tentar salvar Bulero de Palmer, acaba morto

Dois homens extremante poderosos em rota de colisão, duas drogas capazes de traduzir os seres humanos para outras realidades disputando mercado, colônias de terra-formação em Marte, uma conspiração para dominar a tudo e todos, decisões tomadas no calor do momento e a percepção do real posta à prova Philip K. Dick entregou mais uma vez ao seu leitor uma narrativa rápida, instigante e cheia de dúvidas que atormentam seus personagens e a nós, seus fãs.

Philip K. Dick, o homem que duvidou de toda Realidade

Philip K. Dick (PKD), um dos mais respeitados e renomados escritores de Sci-fi do século XX, possui em sua cota de grandes livros obras como O Homem do Castelo Alto, Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? (que inspirou o cultuado filme Blade Runner), Valis, Ubik e muitos outros tesouros cuja a tônica, em sua quase totalidade, é pôr em xeque a percepção do que convencionamos chamar de Realidade. Dick não fez diferente com Os Três Estigmas de Palmer Eldritch.

Magistralmente o autor convida seu leitor a mergulhar em uma viagem a um futuro não tão distante, mas de posição imprecisa como todas as suas obras, onde o planeta, super-aquecido e super-populoso, envia de forma quase obrigatória através de uma convocação da ONU, terráqueos para outros planetas do sistema solar, sobretudo Marte, onde se pretende estabelecer uma colônia permanente para a futura migração massiva de humanos quando a vida na Terra atingir níveis proibitivos.

Precursor de alguns dos muitos conceitos do Cyberpunk, PKD criou um mundo, tal qual o de Blade Runner, em sucatas, poluído, à beira do abismo social para nós como espécie segmentada e no limite das temperaturas escaldantes quando o Sol está a pino ao meio dia A guerra entre empresas, comum em obras cyberpunks, já estava em evidência nas obras de Dick que antecederam Neuromancer, só para pontuar a habilidade de precog do autor.

É comum encontrar nas obras de Dick diversos questionamentos filosóficos e religiosas, bem como a convergência de diversos conceitos religiosas diferentes (gnose, cristianismo, budismo, transcendentalidade, transubstanciação etc) ao lado de conceitos científicos (reais ou fictícios) como ciborguização, realidades paralelas, projeções temporais e previsões de probabilidades de futuros, tudo isso regado ao uso de psicoativos (drogas, medicamentos, alucinógenos etc) capazes de por em dúvida a percepção de seus personagens e, no fim das contas, a percepção do leitor sobre a história ali escrita PDK questionou a realidade e ela ficou em dúvida sobre si mesma.

De certo modo Os Três Estigmas de Palmer Eldritch parece ser um livro de convergência da quase totalidade dos temas preferidos do autor. Está tudo lá: as drogas alucinógenas, a dúvida sobre o que é real, as muitas visões religiosas e metafísicas sobre tudo, as múltiplas realidades ao nosso redor, os questionamentos de ordem ética e filosófica.

Começando pelo contexto e conceito, depois pela narrativa
Métódico em suas narrativas, PKD começa este livro calmamente apresentando seus personagens, contextualizando o mundo em que vivem e expondo de forma bem natural os muitos conceitos de sua visão de futuro. O leitor mais atento e fã do autor e suas obras com absoluta certeza fica tentado a imaginar (por que não afimar?) que o mundo de Palmer Eldritch é o mesmo do caçador de replicantes Decard. As semelhanças não são poucas e se dão em vários níveis, desde a descrição da tecnologia até os aspectos climáticos mas é um exercício bem individual essa suposição, fica a critério de vocês.

De partida conhecemos os dois precogs que estarão ao lado do poderoso Leo Bulero: Barney Meyerson e Roni Fugate. Ele um homem mais maduro, experiente, divorciado e com grandes pretensões para a carreira profissional na estrutura da Ambientes P.I, Meyerson foi convocado para ser colono em Marte e não sabe se vai conseguir ser reprovado nos testes; ela é jovem, ainda aprendendo muito sobre o ramo de pré-moda, bonita, inteligente e sagaz, nada econômica em seus julgamentos e opiniões emitidas com ou sem o consentimento de seus ouvintes.

Já na apresentação dos dois personagens, PKD vai despachando uma torrente de ideias, conceitos e situações que irão pontuar sua narrativa de diversos modos; alguns durante todo o trajeto da história, outros apenas aparecendo e desaparecendo para cimentar o contexto do mundo criado por Dick.

A Ambientes P.I e a droga de tradução Can-D, por exemplo, são foco constante de citações por todos os lados. Capaz de mergulhar o usuário para dentro de um ambiente miniaturizado como se fosse uma casinha de bonecas ou um jogo de tabuleiro, a Can-D traduz o usuário para o mundo da bela e estonteante Pat Insolente, uma persona fictícia estilo Barbie, cuja vida é uma maravilha ao lado de seu namorado; o mundo de Pat é objeto de desejo e ponto seguro para aqueles que querem escapar aos sufocos da vida real.

Ao consumir a droga os usuários vão para esse mundo, as mulheres se tornam Pat Insolente e os homens seu namorado. Tudo dentro da realidade da casinha de bonecas pode durar alguns minutos ou até horas, conforme a dose de Can-D consumida. A noção de tempo, claro, é completamente desvirtuada nos ambientes de Pat Insolente e esse é um dos grandes atrativos da obra: constantemente ficamos nos perguntando qual parte daquela história toda é uma história concreta? Estamos na mesma realidade ou já estamos na outra? ou naquela outra?

Nas colônias humanas no planeta Marte, a Can-D é uma fuga, uma salvação, quase um culto a ser seguido pelos colonos que vivem em cabanas precárias e sucateadas. Ali todos mastigam a droga, se transportam para o mundinho de faz de conta de Pat Insolente e lá vivem e relembram coisas há muito deixadas para trás num tal planeta Terra.

Nesse fluxo de composição dos ambientes de Pat Insolente, como disse mais acima, um tipo de casinha de boneca, os precogs de Leo Bulero analisam peças de roupa, utensílios domésticos e todo tipo de tranqueira que possa ser reduzida e vendida para compor os ambientes e dar-lhes mais consistência e materialidade numa tradução. Daí vem sua profissão: analistas de pré-moda, o que pode virar um grande fenômeno de vendas ou um grande fracasso é analisado pela percepção precognitiva de pessoas como Fugate e Meyerson.

Deus promete a vida eterna; nós cumprimos a promessa.

E não para por aí Quando Palmer Eldritch retorna de sua viagem de uma década, seis anos de translado, quatro de residência, traz consigo uma estranha substância que, segundo se noticia, tem aval da ONU para entrar no sistema Sol. Batizada de Chew-Z, a substância é também uma droga de tradução e vai ser comercializada de forma legal e disputar espaço contra a Can-D, não aprovada pela ONU para comercialização no planeta Terra, daí ser vendida apenas ilegalmente nas colônias de terra-formação.

Mais poderosa, mais estável e capaz de traduzir o usuário sem a necessidade de um ambiente de referência, a Chew-Z também é mais barata de sintetizar e, consequentemente, mais barata de vender. Além de voltar à Terra, Palmer Eldritch entrou no caminho de Leo Bulero de forma avassaladora a ponto de um de seus precogs se alarmar ao vislumbrar um possível futuro onde Bulero é condenado pela morte de Palmer. Esse é o ponto de partida para uma guerra silenciosa travada por esses dois homens tanto fora quanto dentro de suas próprias mentes. Falar um tanto a mais que isso é estragar muitas das surpresas da leitura acredite, você não quer que isso aconteça.

Diferentes realidades, diferentes focos narrativos

Quando dá o ponta-pé inicial de seu livro, PKD nos faz acreditar que aquela narrativa vai nos guiar por uma acirrada disputa entre dois homens de negócio que estão na camada limítrofe entre o ofício de empresários milionários e mafiosos milionários. Mas como boa parte de sua obra, esta primeira impressão dá lugar a um intricado jogo de poder e donimação, não só de mercados, mas sim de mentes e de realidades inteiras. Bulero é um humano artificialmente evoluído, Palmer é um humano alterado, possui um braço cibernético, dentes postiços de metal e olhos artificias também cibernéticos um tem a Can-D, cuja presença na vida dos colonos é um ponto de fuga, Palmer traz consigo a misteriosa Chew-Z com o slogan assustador de Deus promete a vida eterna; nós cumprimos a promessa.

O jogo se arma num tabuleiro que alterna frequentemente as peças em movimento um tanto caótico em sua organização narrativa, PKD muda constantemente seu foco narrativo e os personagens no centro dele, um recurso muito interessante em alguns casos, mas também um tanto estranho para outros, já que em dadas situações certos personagens apareceram, fizeram algo e depois não tiveram mais papel ativo na trama ou em sua condução.

Alguns casos eu até achei que esses personagens foram construídos como uma certa pressa e deixados de lado para não alongar uma trama já cheia de desdobramentos e ideias. Só para citar um exemplo, há situações que simplesmente as habilidades dos precogs desaparecem e escolhas são feitas ignorando o fato de que tais personagens poderiam ter dado uma série de outros desdobramentos em certas ocasiões limítrofes, já que as visões de possíveis futors lhes salta à percepção tão logo algo muito drástico esteja no limiar de acontecer.

A colônia em Marte, a disputa pelo espaço das duas drogas de tradução, os ambientes de tradução, a viagem de Meyerson para Marte e sua relação com a ex-esposa, as manipulações de Roni Fugate, os mistérios envolvendo a viagem de Palmer Eldritch ao sistema de Proxima, as visões de Bulero em um ambiente de tradução

Os focos são muitos e às vezes parece que o autor mergulhou demais em uns e deixou outros numa piscina bem rasa e quase vazia não que não seja um deleite apreciar a escrita e a trama complexa estabelecida pelo autor, mas fica latente aquela sensação de que há buracos aqui e ali que poderiam ter sido preenchidos com mais substância.

PKD alterna muito entre ser um excelente criador de conceitos e ideias de um lado e ser um excelente narrador de histórias do outro, no meio disso ele é um exímio manipulador; aqui nesse livro ele resolveu por tudo isso em prática, consegui com facilidade, mas deixou a obra um tanto fragmentada no excesso dessas três características em um livro Que poderia ser maior. Com apenas 248 páginas, o livro poderia ter atingido facilmente umas 400 páginas de conteúdo e trama sem prejudicar em nada o prazer da leitura é Philip K. Dick, por favor, como toda boa droga de tradução, nunca é demasiado.

Mas não há do que realmente reclamar, uma obra de PKD não pode ser tão linear, retinha e conectada passo-a-passo, estamos falando de uma mente inventiva e que criou obras intrigantes e cheias de conceitos. A fragmentação de sua narrativa não deixa de ser a fragmentação de sua própria mente Não foram poucas às veses em que imaginei Eldritch, Bulero e Meyerson como alter-egos de Dick como foi feito em Valis: uma pessoa, múltiplas personalidades e formas de ver o mundo.

Acima de qualquer viagem alucinógena pelos meandros das múltiplas realidades e de como as percebemos, Os Três Estigmas de Palmer Eldritch é um daqueles livros submersivos, que te traga para um mundo diferente, mas ao mesmo tempo cheio de similaridades com o nosso mundo real (aquecimento global, caçadores de tendência, colonização de Marte etc).

Garantia de momentos inspiradíssimos e de leitura de primeira grandeza, Os Três Estigmas de Palmer Eldritch é mais uma obra que enriquece qualquer estante e tem aquele gosto amargo de suspensão do leitor perto de suas últimas páginas aquela pequena dose de angústia satisfatória que brota em nós quando o fim deixa portas abertas demais para que nossa mente perdure ali dentro daquele mundo mesmo tendo saído por uma delas.

O livro está em nova edição pela Editora Aleph com capa temática e uniformizada para a coleção Philip K. Dick. Boa leitura

Os Três Estigmas de Palmer Eldritch
Num futuro não tão distante, quando o exílio compulsório de um planeta Terra excessivamente quente significa instalar-se miseravelmente em colônias marcianas, a única coisa que faz a vida dos colonizadores suportável são as drogas. Única em sua finalidade, a Can-D traduz aqueles que a consomem para uma outra realidade.
No entanto, o surgimento de um concorrente abre uma disputa por esse mercado. Chamada Chew-Z, a nova substância é comercializada sob o slogan Deus promete a vida eterna; nós cumprimos a promessa. Mas a questão é: Que tipo de eternidade ela oferece? E quem ou o que será seu portador?

ISBN: 978-85-7657-092-9
Tradução: Ludimila Hashimoto
Edição: 1ª
Ano: 2010
Número de páginas: 248
Acabamento: Brochura
Formato: 14 x 21 cm
R$ 42,00

site: http://www.pontozero.net.br/?p=9100
Adson 11/04/2018minha estante
Belíssima resenha! Parabéns!




Miguel.Sapia 03/12/2022

´´Deus prometeu vida eternas, nos cumprimos a promessa´´
Bizarro do jeitinho de Philip K Dick, essa historia com uma excelente premissa, acaba sendo muito louca, porem extremamente instigante, onde você não consegue parar de ler, e ao longo dela tenta desvendar esse louco quebra cabeça que é Palmer Eldirich, assim essa se tornou o meu livro favorito de Dick até agora, com essa leitura alucinante muito drogada do jeito de Dick.
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Carol749 03/04/2022

Existem autores que você quer ler simplesmente tudo que ele já escreveu, e o PKD é esse autor pra mim.

Eu amo o ritmo da escrita e o tom que flerta futurismo com teologia, evolução com o divino,e as analogias a Santa ceia. O mais incrível disso tudo é que PKD consegue fazer essa mistura de forma natural, quando vc se dá conta ela já jogou todos os questionamentos no teu colo e vc vai lidar com isso enquanto desenvolve a leitura.

Philip K. Dick é o tipo de autor que você ama ou odeia, e eu escolhi amar os textos dele.
Eduardo Rockwell 28/04/2022minha estante
Eu sou do time dos que AMAM! ?????? Espero que a Aleph traga obras ainda ineditas dele pra cá, ou relance os já lançados por outras editoras e raríssimos...




Barreto 13/03/2022

O que são estigmas, estigmas, estigmas, estigmas...
Sabe um livro que lhe deixa perdido em um looping científico, daqueles refletidos em espelhos que se olham até o infinito?
E você? Já parou para se olhar no espelho hoje? Conversou com sua imagem, e ela lhe indagou sobre a vida?
Saia da monotonia e de suas caixinhas exatas! Venha para esse novo mundo ficcional, enquanto ele não se torna real!
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eloá 30/10/2024

Ele mastigou a nossa realidade e cuspiu num livro
O autor ja comeca com porrada e bomba, inserindo a narrativa sem se preocupar em ambientalizar o leitor. eu me senti simplesmente DROGADA durante a experiencia d leitura
aos poucos comecei a ficar com medo de ler esse livro a noite e quando eu percebi ? gente que babado

quando eu descobri que esse livro foi escrito a mais de quarenta anos atras fiquei completamente chocada. ( é esperado considerando a falta de menção ao aquecimento global, maior pauta de fim de mundo atualmente kkkkk

ele conseguiu: mistura futuro distopico, dilemas religiosos e conflitos com a realidade de forma tão assustadora que voce fica pensando: eu faço parte disso?

muitos nao acharam esse livro assustador assim, mas eu particularmente achei? a troca de alienacoes coletivas por uma alienação individual, a marcacao dos estigmas como se a droga nao so criasse uma realidade mas o seu proprio deus


enfim, estou extasiada

chateada por ser um livro muito curto, com muitas informações pra poucas paginas, o descompromisso com certas narrativas me deixaram angustiada mas tudo bem. foi bom
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Davenir - Diário de Anarres 15/01/2019

Um clássico do autor questionando a existência da realidade
"Os três estigmas de Palmer Eldrich" é um dos romances emblemáticos de Philip K. Dick em sua fase psicodélica, mas basta ler um dos livros para saber que PKD é bem mais que o mero lado recreativo da química mas sim uma porta de entrada para as reflexões filosóficas que permeiam toda sua obra.

A estória se passa num futuro (2016, que já é passado para nós) onde a Terra está superaquecida e superpopulosa, onde os ricos podem desfrutar de um paraíso tropical na Antártida. A exploração espacial já rendeu diversas colônias espalhadas no sistema Solar, onde a vida é difícil e o recrutamento é compulsório. Uma da saídas dos colonos é o consumo de Can-D, uma droga alucinógena que "traduz" ambientes em miniatura, onde os usuários vivem uma vida de consumo no melhor estilo "American Way of Life" no corpo de Barbie de Pat Insolente. Esse mercado é explorado pelo traficante Leo Bulero que vende a droga para os colonos sob vistas grossas da ONU. A estória começa com a chegada de Palmer Eldrich e uma nova droga que ameaça o império de Bulero, a Chew-Z. Bulero recorre a seu funcionário, Barney Mayerson, um precog* que trabalha como consultor de moda para os ambientes em miniatura, utilizados pelos usuários de Can-D.

Ao longo da estória acompanhamos duas linhas narrativas: a primeira é a de Barney Mayerson vendo sua carreira profissional, pela qual deixou a esposa, ruir em meio a nova concorrência com a chegada de Eldrich. Dick consegue dar sensibilidade ao drama de Barney em meio a uma trama de intrigas enquanto o personagem, aparentemente bem estabelecido, busca seu lugar no mundo. A outra linha narrativa é o embate entre Leo Bulero com Eldrich, onde vemos dois tipos de "vilão", um o gangster tradicional, ao qual é integrado a sociedade e outro, na forma de Eldrich, um mal alienigena e estranho. Dick retrata em Eldrich um tipo de deus cruel ou, ao menos, muito distante do deus cristão de amor ou severidade. Este poder das drogas, seja a fuga pela Can-D ou a experiência transcendental da Chew-Z, se conecta com seu uso religioso mesmo que seus usuários não busquem ativamente com este sentido. Isso aparece na forma que se usa a droga Can-D: masca-se o alucinógeno observando dois bonecos do tipo Barbie e Ken, que se tornam avatares para a viagem a um mundo consumista que sequer existe mais na Terra. Algo relacionável a alucinação coletiva digital que Gibson se referiria, décadas depois. Isso acontece, pois, o autor trabalha muito com a intuição ao construir o seu mundo. O calor insuportável da Terra está mais ligado ao medo/fuga/covardia da sociedade que com o Aquecimento Global. Tudo isso em meio a constantes questionamentos do que é realidade e ironias escrachadas como a da "terapia de evolução", nas quais os habitantes da Terra pagam um bom dinheiro para serem melhores e capazes. Algo mais ligado ao status do que realmente uma evolução num sentido mais profundo.

O constante questionamento do que é a realidade, uma marca do autor, aparece com toda a força nessa estória. Personagens que se descobrem fantasmas de outras realidades possíveis, avatares e noções de realidade que brincam com a barreira entre o sagrado e o profano conduzem as jornadas dos personagens, principalmente a de Mayerson. A experiência de Can-D, algo intuitivamente parecido com a internet, é elevada com a Chew-Z. O uso dessa droga traz a experiência de ser parte de algo maior ou, em outras palavras, de ser a ilusão na mente de outro. Recomendo como leitura para iniciados na obra do autor. Para quem tem a mente fechada em relação ao uso de drogas eu não recomendo o leitor para o livro.

*Precogs são paranormais com a habilidade de ver o futuro. Eles enxergam todas as possibilidades de futuro e identificam as que tem maior probabilidade de acontecer. Eles são bastante recorrentes nas estórias de Philip K. Dick, apesar de serem mais lembrados no conto "Relatório de Minorias", que rendeu o filme Minority Report.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2017/12/resenha-69-os-tres-estigmas-de-palmer.html
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Luiz Miranda 15/04/2018

Bad Trip
Um mestre em momento inspirado. Os 3 Estigmas de Palmer Eldritch é ambicioso e bizarro. Não espere uma história convencional: trata das consequências da chegada de uma nova droga ao sistema solar. A medida que a droga é experimentada pelos personagens, a percepção do que é real entra em parafuso.

"Deus promete a vida eterna; nós cumprimos a promessa". É o slogan da tal nova droga, Chew-Z.

PKD derruba as paredes da realidade e não dá trégua ao leitor, que se desdobra pra separar o que é real da ilusão. Não é um livro polido, perfeito: soluções simplórias e diálogos apressados também dão as caras aqui, só não conseguem tirar o brilho deste intrigante e admirável voo de imaginação. Merece sua atenção.
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Sandro 09/11/2016

"O impuro e o sagrado são confundidos pelas mentes primitivas"
Esse é talvez o livro mais caótico de PKD. Os embates entre Leo Bulero e Palmer Eldritch pelo domínio do tráfico de drogas em Marte são ambientados em meio a muitas alucinações e distorções de realidade, a ponto de deixar o proprio leitor confuso.
No meio dessa bagunça toda, se destacam a megalomania e narcisismo de Bulero (se achando o salvador da raça humana), a culpa de Bayer por ter abandonado a mulher e traído o chefe (disposto a expiá-la em uma missão quase suicida) e a ambição da precog Roni.
A grande questão do livro é quem (ou o que é) Palmer Eldritch e está aberta a várias interpretações.
Eu tenho muito carinho pelas obras de PKD e esse é o último livro que faltava pra eu ler da leva lançada recentemente pela Editora Aleph, então confesso que me sinto meio triste e meio órfão nesse exato momento.
Sandro 09/11/2016minha estante
Embates* são* ambientados*
Por isso que odeio escrever resenha pelo celular :(




RNA 05/01/2023

Muito bom
Ótimo livro, personagens bem desenvolvidos, em especial Palmer Eldritch, mais uma grande obra do Philip K Dick
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Alessandra @euamolivrosnovos 01/07/2022

Instagram @euamolivrosnovos
Quando a vida na Terra se tornou inviável, os seres humanos foram enviados para as colônias marcianas e passaram a depender da Can-D, uma droga alucinógena que viabiliza a vivência momentânea em uma realidade alternativa.
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Entretanto, uma concorrente chamada Chew-Z surge com a promessa de vida eterna e ninguém menos do que Palmer Eldritch é o responsável pela nova droga, gerando desconfiança e muita especulação, já que ele supostamente teve contato com seres alienígenas sencientes.
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Uma grande disputa entre duas grandes corporações surge e a linha entre o que é real ou não acaba se perdendo ao longo do tempo. Estariam todos anestesiados pelos efeitos do narcótico ou não?
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Um livro que exige atenção do leitor e bastante suspensão de descrença, mas que carrega uma narrativa cheia de momentos de virada.
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Como primeiro contato com o autor, me senti um pouco confusa durante o enredo, mas isso não durou muito. A trama acaba se explicando melhor ao longo da história e eu terminei o livro querendo conhecer mais coisas da obra de K. Dick, que me surpreendeu com sua criatividade.
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Achei brilhante a jogada do autor de brincar com a sanidade dos personagens, apresentando essa dúvida perversa de eles estarem ou não sofrendo os efeitos da Chew-Z, algo que acaba sendo solucionado quando os estigmas, que dão título ao livro, aparecem para sanar a questão.
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Outra abordagem interessante é o debate religioso que o uso do entorpecente gera nos colonos. A frase da contracapa do livro já faz um convite a esse debate, em forma de um slogan de campanha: "Deus promete vida eterna. Nós cumprimos a promessa."
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Uma ficção científica de peso, que vai agradar os fãs do gênero e deixar aquela sensação de quero mais.

site: https://www.instagram.com/euamolivrosnovos
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