spoiler visualizarAna 05/06/2012
Antes de ler esse livro, não tinha lido nada sobre ele. Nenhuma sinopse, nada. Queria que a surpresa fosse total. E foi.
Devo confessar que a princípio fiquei chateada quando percebi que a estória não seria o tempo todo focada no ka-tet. Mas depois de um tempo lendo sobre Roland, Bill, e Jamie, percebi que uma estória completamente nova sobre Eddie, Susannah, Roland, Jake e Oy talvez estragasse, ou pelo menos tirasse um pouco da magia da estória da Torre Negra como um todo, que bem ou mal, já está concluída.
Comecei a adorar o livro pelo simples fato de que o Stephen King estava me dando uma oportunidade de conhecer melhor o Roland. A narração em primeira pessoa foi uma jogada de gênio, e só por isso, pensei, o livro já valia a pena.
Mas aí nós entramos na estória-chave. A que dá nome ao livro, e que ocupa a maior parte de suas páginas. Diante dessa mudança, devo confessar mais uma vez, que fiquei decepcionada. Estava finalmente me acostumando com o pequeno Bill, e começando a gostar dele.
Logo que percebi do que se tratava (ou achei que percebi), mudei de ideia. Queria muito ver como o Tim, tão pequeno e tão ingênuo, ia fazer para ajudar sua mãe. Ou como sua mãe ia fazer para ajudar a si mesma.
Demorei um tempinho pra notar que o homem dos impostos era o Homem de Preto (dando socos em minha própria mente, porque deveria ter sido óbvio), e quando percebi, finalmente me encontrei presa ao livro.
O conto de Tim como um todo é maravilhoso, mas é na forma como o Stephen King joga pequenas bombas ao longo dele é que me fez lembrar porque me apaixonei tanto pela escrita do King em primeiro lugar. Os pequenos detalhes, as pequenas frases de impacto é que me deixaram tão apegada a esse livro.
Adoro, por exemplo, o momento em que a Daria fala:
"The Guardian of the Beam at this end is Aslan," Daria said. "Aslan is a lion, and if he still lives, he is far from here, in the land of endless snow."
assim como meu coração ficou apertado quando li:
"... and farther, farther, oh, very much farther, across the entire reach of Mid-World to where a huge ebony Tower reared itself into the heavens. 'I will go there! Someday I will!' It was his last thought before sleep took him."
Me apaixonei tanto pela estória de Tim que quando ela acabou e me lembrei de que Roland ainda tinha negócios a terminar me deparei com a decepção mais uma vez...
... rapidamente substituída pela excitação de ver Roland puxando sua arma de novo, depois de tantos anos de terminada A Torre Negra.
E finalmente, sobre o final do livro: A carta de Gabrielle para Roland partiu meu coração. Mas não me lembrava (e aqui devo acrescentar que talvez isso seja somente porque minha memória é fraca) de ler sobre Roland se perdoando por matar sua própria mãe nos "livros principais", de forma que o final desse livro me deu um sentimento de conclusão completamente diferente do sentimento de conclusão que A Torre Negra vol. VII havia me dado.
E talvez algumas pessoas não sintam vontade de ler esse livro, mesmo tendo lido todos os outros d'A Torre Negra, por acharem que ele não é essencial para a saga em si, mas aí é que elas estarão erradas, pois ele é. De uma forma que não consigo expressar muito bem, ele é.
"The two most beautiful words in any language are: I forgive."