Retrato do artista quando jovem

Retrato do artista quando jovem James Joyce




Resenhas - Retrato do Artista Quando Jovem


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Gu Motta 27/08/2022

A jornada de um herói quando jovem
(Cito algumas passagens do livro. Por alguns, pode ser motivo para não ler a resenha)

Quem sou "eu" senão minha família, meu país ou minha cultura, numa confusa relação dialética eu-Outro?

Joyce nos conta, com brisas de uma autobiografia, a jornada de um proto-artista através de sua infância à idade de jovem adulto.
Marcado por eventos de sua educação religiosa, intrigas familiares e políticas da Irlanda de seu tempo, que voltam em formato de memórias perseguindo o protagonista.

Stephen Dedalus é um arquétipo do Herói em sua jornada de individuação. É o Dédalo que forja suas próprias asas pra livrar-se da prisão, embora ironicamente possa ser também o Ícaro que voa alto demais e queima-as ao sol.

Dedalus é também a Fênix que ressurge das cinzas. Queimado uma vez mais, renasce ainda outra. "Viver, errar, cair, triunfar, recriar da vida a vida!" - como dirá em uma das mais lindas epifanias que já pude ler.

Contado por um narrador, o livro alcança seu clímax quando Stephen alcança sua liberdade. Com asas firmes, consciente de si, embora não à parte de dúvidas, dispensa a voz terceira e proclama sua própria jornada. De fato um filho de seu tempo, mas um filho rebelde.

"Não vou servir àquilo em que não acredito mais, possa essa coisa se dizer minha casa, minha pátria ou minha Igreja".
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Léia Viana 10/06/2022

12 Livros para 2022 - Livro de Maio.
"Um Retrato do Artista Quando Jovem"

"- O senhor é um artista, não é mesmo, sr. Dedalus? disse o diretor, olhando para cima e piscando seus pálidos olhos. O objetivo do artista é a criação do belo. Agora saber o que é o belo é outra questão."

Este foi um dos livros de poucas páginas, do qual enrolei muito para terminar a leitura. Mas, quando terminei a satisfação foi enorme.

Não pense você que o livro é difícil, não o é, mas por ter uma narrativa comum, na terceira pessoa, em muitas passagens o narrador parece ceder voz e ponto de vista ao personagem central da história e isso, se o leitor não estiver muito atento a leitura, poderá se perder na narrativa voltando várias vezes para refazer a leitura, acreditando ter perdido "algo" no meio da história.

Stephen Dedalus, personagem central desse livro é também tido, para muitos críticos literários, ser o alter ego de James Joyce, e que nesse livro é uma espécie de biografia / autobiografia. Nessa edição que li, na nota do tradutor Tomaz Tadeu, o tradutor afirma que não o é. Mas confesso que após o término do livro e as pesquisas que fiz, cheguei a conclusão que é bem possível que seja.

Este é um romance de formação, passamos pela infância até a juventude (quando esta cursando uma Universidade) de Dedalus. Sua formação é religiosa, o personagem estuda em um colégio Jesuíta, e podemos ir acompanhando todos os seus conflitos, descobertas e aprendizados, assim como a reflexão que faz sobre sua vida.

Mas, o mais interessante, e isso só descobri nas pesquisas que fiz e ao assistir a aula no YouTube do professor, José Monir Nasser, é o nome dado ao personagem principal:

Stephen - é o nome do Santo Estevão, que foi o primeiro mártir do Cristianismo - martírio do santo com o martírio que o personagem sofreu com sua formação religiosa.

Dedalus - está relacionado ao mito de Dédalo ( Mitologia Grega) que foi acusado de conspirar contra o rei e ficou preso no próprio labirinto que construiu para prender o Minotauro, ao construir asas ganhou a sua Liberdade.

Veja o quão interessante é: pela construção do nome do personagem central do livro temos uma analogia, um paralelo a essa narrativa e tudo o que passa esse personagem ao longo da história.

Genial!

Mas, para muitos leitores poderá passar por enfadonho ou arrastado demais por trazer essa "narrativa comum", e assim, deduzindo-se não haver necessidade de pesquisar melhor e ficar bem atento ao que se ler.

É aquele tipo de livro que para um entendimento ainda maior se faz necessário pesquisas a seu respeito.

Gostei bastante dessa leitura
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Angelo 01/05/2022

Joyce é único. Uma prosa tão bela, tocante e singela. Tão profunda. Esse livro é uma delícia tanto pela viagem na mente do personagem quanto pela escrita primorosa do autor.
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Ezequiel.Cesar 23/01/2022

Autobiografia do autor
Um livro diferente de tudo o que eu já tinha lido. Do início até mais ou menos o meio do livro o autor faz uma narrativa da infância até a adolescência de Stephen Dedalus (alter ego do autor), a partir daí faz um longo ensaio sobre estética literária, é bem maçante essa parte.
Recomendo a leitura da obra, principalmente para quem está interessado em ler Ulysses, que seria a continuação deste.
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Fernanda T. 19/10/2021

O trabalho de um gênio
Não é um livro simples? Uma leitura, por vezes, trabalhosa e certamente requer releituras! Vale a pena ? Depende muito do que o leitor busca ? para quem gosta de escrita experimental, fluxo de pensamento e leitura desafiadora: talvez essa seja uma excelente indicação. Se compreenderá 100% da obra da primeira leitura? Não garanto uma vez que eu mesma precisarei reler ( e o farei) esse livro algumas ( muitas rs ) vezes mais. Gostei muito da edição da Autêntica. Ao final do livro o leitor encontrará muitas e muitas notas, além de QR Code para o Google Maps - Que ajudarão muito durante a leitura.
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Mari 02/10/2021

Um labirinto subjetivo dos mais complexos.
Um labirinto subjetivo dos mais complexos. É por esse percurso labirtíntico que peregrinamos neste romance de traços autobiográficos de James Joyce... Em “Um retrato do artista quando jovem”, somos apresentados à vida de Stephen Dedalus, o protagonista que acompanhamos em cada página dessa narrativa e com quem criamos um laço fortíssimo de existência. A imagem do labirinto se reforça no sobrenome Dédalus, uma clara menção ao artificie da Antiguidade Clássica, que construiu o labirinto-prisão do Minotauro. O Dédalo de Joyce também é um criador de labirintos e nos conduz por ele, de maneira desordenada .
O romance nos traz às vistas a formação de Stephen desde a mais tenra infância, quando era um bebezinho. O fluxo de consciência intenso e vertiginoso nos coloca na mente deste bebezinho que, aos poucos, vemos crescer e formar sua própria identidade, opiniões e vivenciar suas experiências, sempre mergulhado em um conflito sobre os ímpetos artísticos e a severidade da vida religiosa.
A vida de Stephen Dedalus é profundamente marcada pelo catolicismo de sua família. A mãe quer que o filho siga a carreira eclesiástica e, portanto, sua vida na infância e adolescência é moldada pelos padres que o rodeiam no colégio e fora dele. O interesse crescente pela literatura faz com que Stephen coloque em cheque os valores religiosos que o aprisionam no mais rígido moralismo cristão, até que ele rompe esse casulo e voa livremente para a sensualidade criadora que lhe era inerente o tempo todo. “Ser” torna-se essencial e não mais motivo de culpa. Seguimos com Stephen para a Universidade, acompanhamos suas descobertas na jovem vida adulta e a forma como ele vai tomando consciência da própria arte. É então que o protagonista conclui que o dever essencial do artista é afastar-se de sua criação completa e permanecer distanciado para que ela possa viver uma vida própria. No processo de construção da narrativa, cada vez mais, é possível sentir que o discurso de Stephen se torna poético, o que reforça a ideia de que ele vê a beleza nas coisas cotidianas e fica obcecado com a extração do aspecto estético do que presencia. A linguagem vai ficando cada vez mais distante do religioso e mergulhada no lirismo.
Stephen Dedalus, assim como seu homônimo grego, arrisca tudo e alça voo, livre, rumo à liberdade desejada para sua arte.
James Joyce, o artista do lado de cá, nos orienta nesse mergulho da autoconsciência e descoberta. Uma mistura de vertigem e deleite absoluto! Que leitura!
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Amanda 30/09/2021

"Eu tentei amar a Deus"
eu entendo a importância do james joyce e dessa obra pra literatura. O retrato do artista quando jovem apresenta alguns personagens que estão presentes em Ulysses ? outra obra importantíssima. Mas, esse livro é muito chato em determinado momento..
assim, não que seja chato, mas é repetitivo e doloroso.
O personagem apresentado é Stephen, que tem todo o meu carinho, sério. É um romance de construção, então acompanhamos os processos de formação e modificação do pensamento de Stephen. O Stephen é o alterego do James Joyce, então, logicamente, muito do James tá presente nesse livro.
O problema é que a relação do Stephen com a religião deixa o livro totalmente enfadonho, acredito que essa até era a premissa do autor, já que entra-se numa escuridão terrível; e é até interessante percebemos como as relações do stephen influenciaram um período triste da vida dele ? ele se sentia culpado por pecar e se machucava (emocionalmente falando) de todas as formas possíveis. é engraçado que até eu me senti influenciada pelos enormes discursos apregados pelos referendos da escola do Stephen.
O livro não é ruim, mas eu me senti triste por não ter gostado tanto assim. Com certeza vou reler em alguns meses ou anos, não quero perder o contato com o Joyce (principalmente porque ate ja comprei um livro de contos dele) e espero ter maturidade pra ler Ulysses, uma obra que todo mundo fala sobre.

Mas, não poderia deixar de falar sobre a tradução MAGNÍFICA do Caetano Galindo. Uma edição perfeita com notas essenciais pro entendimento do livro. Simplesmente perfeito. Parece que o Caetano tá segurando na nossa mão e nos ensinando como ler James Joyce.
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Thais CardBeg 29/08/2021

De fato, um retrato.
Retratando a vida de um jovem (por trás a vida de próprio Joyce), é um romance de formação em que expõe as diversas lutas internas de um jovem diante de suas origens: família, classe, Estado e (arrisco como principal) religião.

Com diversas referências, ensaios e discursos argumentativos, ler Joyce é entrar num fluxo de consciência acerca da temporalidade humana, suas etapas r posicionamentos.

Não digo que a leitura prende, porém instiga as próprias reflexões além da referência cultural.
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purestxheroine 01/08/2021

coming of age irlandês
26 de abril. mamãe está colocando minhas roupas novas (de segunda mão) em ordem. e está rogando agora, diz ela, para que eu possa aprender na minha própria vida, e longe do lar e dos amigos, o que o coração é e o que ele sente. amém. assim seja. sê bem-vinda, ó vida! eu vou ao encontro, pela milionésima vez, da realidade da experiência, a fim de moldar, na forja da minha alma, a consciência ainda não criada da minha raça.
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Luiz.Fernando 06/07/2021

Romance de formação
Acompanhamos Stephen desde a infância até ao início da vida adulta.

O contexto aqui é a Irlanda do fim do século XIX e início do século XX. O Nacionalismo irlandês e a religião católica estão bastante presentes.

Não vou me delongar, já basta o ensaio argumentativo que tenho que fazer para a faculdade...

Enfim, um livro que deve ser lido com calma. Não é um percurso de todo agradável, mas tem muito valor.
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andyflower 04/07/2021

Se não fosse uma leitura obrigatória da faculdade, raramente me interessaria por este livro e acabaria perdendo muita coisa. Este é um livro denso de todas as formas possíveis e exige um certo costume com o literário pra ser compreendido.
James Joyce conta a história de Stephen Dedalus no limiar autobiográfico e auto ficcional. Joyce brinca muito com a musicalidade da escrita e joga com as representações da religiosidade, da família e da pátria. O livro é narrado em terceira pessoa, às vezes em primeira, em forma de memória e isto está muito relacionado a quebra narrativa de cena a cena: ora fluída, ora repentina.
Creio que a estrutura do texto é muito interessante e chama mais a atenção que o enredo em si, tornando esse romance único de várias formas. Um romance de formação, pode ser lido como um pré Ulisses, já que Stephen é o primeiro personagem introduzido na obra.
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ricardo marçal 25/06/2021

Uma mente para usar como se fosse uma roupa. Linguagem, texto, são a história. Forma e conteúdo se olhando num espelho. Consequente por orgânico, encarna. Sucessor de Wilhelm Meister, também ele um leitor de Hamlet, Dedalus não pontifica: somo-lo. Ler por dentro.
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Gabriele81 05/06/2021

Sensível e único!
James Joyce traz a Irlanda pra mais perto da gente e os anseios de um menino oitocentista em plena explosão do mundo das ideias sobre si, sobre os outros e sobre Deus.
O estilo de escrita não é comum, tem que ir se familiarizando, mas depois que você compreende como se inserir dentro do universo dele, você sente e vive o crescimento protagonista junto com ele.

Suas definições sobre o mundo e seus questionamentos nos trazem a uma profunda reflexão sobre nossa própria construção social, o que consideramos sagrado, profano, divino, belo e feio.


Sem palavras!
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